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EXCLUSIVO:

De acordo com o Constituição Federal, em seu artigo 5º, inciso XIV, e também reforçado pelo Código de Ética da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), ocultar as fontes de informações é um direito da classe para preservar a liberdade de expressão.

Ponto final. Claríssimo para qualquer inteligência normal entender Vamos agora abordar o tema mais delicado do momento: Ida da Vale S.A. para outras plagas, comprovadamente concentrar as suas ações rentáveis no Norte do Brasil. Em Carajás e adjacências o minério de ferro tem um custo de extração baixíssimo em relação a outras minas (ver números em “conclusão”.

BICHO DO MATO

 

Relembram esta melodia de Jorge Benjor (1964)?

Vamos lá:

“Bicho do mato (vai, vai, vai)

Nego teve aí (vai, vai, vai)

Bicho do mato (vai, vai, vai)

Devagar pra não cair

E disse assim:

Eu só vou embora (vai, vai, vai)

Se você disser que sim

Pois eu só ponho o meu boné onde eu posso apanhar

Pois eu só ponho o meu boné onde eu posso apanhar

Devagar se vai ao longe, devagar eu chego lá

Devagar se vai ao longe, devagar eu chego lá

Pois eu só ponho o meu boné onde eu posso apanhar

Pois eu só ponho o meu boné onde eu posso apanhar.

Só uns tópicos para lembrar que quem faz o papel de Bicho do Mato somos nós. A Vale canta como sempre adulando a sua filha mais velha. Como disse o profeta Zaratustra “Assim caminha a humanidade.”

A CAMINHO DO FIM

Volto ao Código de Ética dos Jornalistas e esclareço que não posso revelar as fontes, mas adianto que são fidedignas com as quais tive uma reunião agendada pelos maestros das informações. O resumo da conversa é este e tal: a Vale é uma empresa particular, só vai fechar as minas e, aos poucos, vai desligando as máquinas.

A influência da empresa cairá, inicialmente, na arrecadação da prefeitura, onde seus componentes, governados ou desgovernados, já começaram a dar sinais de algo que caminha paulatinamente para a extinção. Melhor dizendo, a chegada de dinheiro nos cofres públicas está minguando.

A arrecadação da Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (Cfem) e Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS) tendam a cair vertiginosamente. O Imposto sobre Serviços (ISS) e o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) são cobrados pela prefeitura, mas, vamos e venhamos, obrigatoriamente, despencarão os valores visto que o poder aquisitivo do município estarão gradativamente  reduzindo-se.

COMO SERÁ O FIM?

Os  catedráticos, que não são benzedeiras nem cartomantes, dizem o seguinte sobre o fim da mineração em Itabira:

— Não haverá um baque violento, mas pequenos reveses súbitos e quase imperceptíveis;

— As casas comerciais estão sendo fechadas paulatinamente. Liquidações pingam e respingam por todo lado. Devagar vamos chegar nos botecos de fundo de garagem que existem em cerca de milhares por aí.

— Tintas de imobiliárias informando “Aluga-se” e “Vende-se” já começaram a ser gastas. Enquanto isso, nos bastidores caem de preço tudo.

— Procura de emprego aumenta. O Sine precisará adquirir sinos para avisar que está fechado, não há vagas nem para coveiros.

— Aumenta o trabalho de psicólogos, que tentam convencer os que ficam doidos que de há muito a própria Vale já avisou que vai parar. Percebendo que não adianta avisar, vai agora ficar por aí como dizem na gíria, “cozinhando o galo”.

 

CONCLUSÃO

Para que o leitor/internauta entenda o custo de extração em minas (sem contar o transporte), vamos mostrar em reais os números de cada setor minerário, que explicam o verdadeiro porquê da despedida da mineradora de Itabira. Afinal, a Vale é uma empresa privada e decide o que quer, embora tenha sérias dívidas com Itabira e região. Os valores acima, em percentuais, são o custo do minério de ferro no tempo atual:

Estou mais exausto que as minas de chamar a atenção os itabiranos e os moradores da região para o seguinte: o grande e real motivo do fim da mineração em nossa região é, basicamente, o alto custo da extração dos sistemas Sul-Sudeste em relação ao Sistema Norte. É como exaustão, mas não é. Como exemplo, a Vale não vai arrancar o centro da cidade para minerar.

A sugestão que tenho (nunca deixei meus poucos leitores na mão é que saiam às ruas, façamos protestos e vamos mudar as ideias dos dirigentes da cidade (prefeito, vice-prefeito e vereadores) e vamos formar comissões, estabelecer planos e procurar saídas para atrair investidores. Muitas cidades estão recebendo empresas e Itabira continua, desde 2021 deitada em berço esplêndido.

Vamos à luta antes que os sabões das mãos de lavadeiras atinjam a espuma e daí ao nada!

José Sana

Em 27/06/2025

NS
José Sana, jornalista, historiador, graduado em Letras, nasceu em São Sebastião do Rio Preto, reside em Itabira desde 1966.

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