Quando a pessoa é legitimada pela fama, ganha um “gold card”, uma chave mestra que abre infinitas portas e um rankeamento superior no rool das celebridades, o que representa dinheiro, melhores contratos , acúmulo de fortuna e problemas com os fiscos.
Os atributos para se conquistar fama e reconhecimento mudam com o tempo. Os filtros também mudam. O caminho já foi pelas rádios e revistas, depois veio a televisão e hoje é a internet. Principalmente artistas e jogadores de futebol. Youtubers ficam famosos tomando café da manhã e vendendo margarina. Tem muita gente ganhando muita grana falando nada, mas com produção e design bacana.
Mas independente da mídia, o mistério permanece: por que pessoas extremamente talentosas permanecem no anonimato, enquanto outras medíocres chegam ao estrelato? Por que algumas coisas ruins dão certo e ideias promissoras não? Por que algumas pessoas ficam famosas e outras não? Algumas pessoas parecem bafejadas pela sorte. Já vem com carisma, com magnetismo forte de fábrica, um charme que se assemelha aos super poderes dos heróis. Por um mistério que muitos dizem ser metafísico ou espiritual, atraem os olhares ao adentrar nos recintos e todos querem estar próximos e tirar foto junto.
Será que Deus determina quem vai ou não vai pro trono da fama? Algumas coisas ajudam. Tem pessoas que são tão bonitas e fisionomicamente agradáveis e tem todas as portas automaticamente abertas. Outras utilizam o sexy apeal pra seduzir e vender. Por outro lado, muitas vezes a fama vem acompanhada de tragédias e nem sempre significa felicidade.
Belos e malditos? Tem os esforçados que chegam pela garra, muitas vezes por uma auto estima maior que o talento ou um instinto de marketing aflorado. Chegam esfolados após verdadeiras sagas pessoais, passam frio, fome e até se prostituem, matam se for preciso, mas chegam. Essa obcessão pelo reconhecimento público vai perdurar para muitos, mas não para todos. Em alguns, arrefece com o tempo. A maioria se resigna em papéis que não fazem questão de ser de “celebridades”.
E tem ainda aqueles que não conquistam a fama, mas constroem reputação pelo conjunto da obra, pelo bem que fizeram a tantos. Na minha terra tem um médico que deve ter trazido centenas de milhares de almas ao mundo. E que salvou muitas e muitas vidas também.
Conhece a genética de todas as famílias por gerações. Só de olhar pra cara da gente, adivinha o que não está bem e avia o remédio certo. Que valor tem um sujeito desses? Tem um professor de geografia que instalou o mapa do universo dentro das nossas cabeças e tantos ótimos professores que formaram gerações e gerações de bons profissionais, professores também de cortesia e bons valores.
E tem pessoas que há mais de 100 anos mantém viva a tradição do congado em Alvinópolis, que apertam os coros dos tambores, ensaiam os batuqueiros, ensinam as músicas pra louvar nossa senhora, levam adiante a tradição dos figurinos, as danças, os espelhos no chapéu, que criam arco-íris no céu ao rodopiar, os folguedos, as batidas, as cantorias. Louvo e me curvo a tantos anônimos ilustres, que não tem fama, mas são construtores do que somos.
Tem grandes colunitas, como
Marcos Martino , compositor, cantor, produtor musical, articulista, ex-assessor de Comunicação da Prefeitura e ex-presidente da Casa da Cultura de João Monlevade, um conterrâneo talentoso.