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Não é este o nome que inclui o seu idealizador, criador e mantenedor Geraldo Quintão de Almeida. Tal denominação foi apenas sugestão do  velho repórter que ficou conhecendo a obra cultural. Apertado, ou prensado na parede, ele, então, resolveu batizar o espaço raro,  determinou-o  simplesmente do jeito que o criou, uma miscelânia de registro do passado, fotografias e peças fotográficas.

 

Ficou assim: “Museu da Nossa São Sebastião”, segundo o dono. E se mantém quase no anonimato, menos a sua obra, que já é conhecida por praticamente todas as escolas locais, da zona rural e também de cidades situadas no entorno do município, como Passabém proximidades de municípios vizinhos.

UM MUSEU HISTÓRICO

 

As informações escritas e de imagens da terra fundada por João da Silva Maia, que  construiu, em 1814, uma capela, da chegada dos bandeirantes; construção das igrejas e demolição do Rosarinho;  da população do povoado (2.924 almas em 1892); mais ainda: o povoado recebeu a denominação de Cachoeira Alegre, depois São Sebastião do Cemitério e, mais tarde, São Sebastião do Rio Preto – tudo isso são informações extraídas de jornais regionais e do Arquivo Público Mineiro, em Belo Horizonte e mostradas pelo museu.

 

Geraldo disse que José Teixeira Soares, conhecido como Zé Buty (in memoriam), cedeu-lhe fotos antigas, bem como dezenas de pessoas lhe passaram recortes de revistas, jornais, livros e peças raras. Dessas, as partes componentes da máquina fotográfica estão expostas na entrada do museu, que é composto de duas salas. Na primeira são mostradas lentes (ou objetivas), focos (automático ou manual), zooms, diafragmas e corpos (caixas herméticas que bloqueiam a entrada de luz).

 

Nas paredes são afixadas fotos que também contam a história do povoado, vila e cidade. Também há imagens e vídeos em pen drives, discos rígidos (externos ou internos), SSDs, cartões de memória e outros dispositivos de armazenamento. Enfim, o museólogo Geraldo Quintão tornou-se, em 20 anos (iniciou a montagem em 2005) um entusiasta da obra que realiza em troca apenas de idealismo e amor à terra natal.

 

Geraldo acaba sendo, ainda, cinegrafista, ou operador de câmera em eventos sociais, religiosos e em fatos eventualmente ocorridos em suas passagens. Tornou-se quase um “faz-tudo”

 

BREVE CURRÍCULO DE UM CICLISTA

Geraldo Quintão de Almeida tem 69 anos, divorciado, pai de três filhos (duas moças – Amanda Caldeira Quintão e Maria Júlia Morais Aires Lage Quintão de Almeida – e um rapaz, Vinícius Caldeira Quintão, esse médico, que trabalha em São Paulo, na USP). É filho de Luiz Gonzaga de Almeida e Jordelina Morais Quintão, ambos falecidos, teve 17 irmãos, embora tenha conhecido ou se recorde de 13 deles.

Nascido, criado e morador de São Sebastião até os 20 anos de idade, Geraldo viveu também em Belo Horizonte, Ipatinga, Itabira e Danbury, cidade localizada no estado americano de Connecticut, no Condado de Fairfield, Estados Unidos, de 2000 a 2004.

 

Retornou à terra natal, completando agora 40 de “gambá” legítimo. De novo sendo também conhecido como Timboca (ou Tiboque), apelido lhe conferido pela sua então professora Caetana Fernandes Lage. Motivo: ele “fabricava” pequenas “armas” de papel molhado para atirar no amigo, de brinquedo.

 

Aposentou-se em 2021. Aí  Geraldo já era apaixonado, desde 2018, por uma atividade esportiva e ao mesmo tempo ligada ao meio ambiente, fazendo viagens ou passeios em sua bicicleta na região. De acordo com levantamento realizado, em sete anos de bike ele rodou nada menos que 50 mil quilômetros, cálculo da média de rodagem desenvolvida em cada semana.

 

Para a prática desse esporte, o seu grande prazer consiste em apreciar a natureza, respirar o ar livre, conhecer e reconhecer as pessoas. Leva apenas lanches e sucos, mas às vezes coincide em almoçar em casa de um conhecido ou amigo. Também, em muitas ocasiões, exibe a sua habilidade na cozinha do visitado e faz um prato, salgados ou doces para quem

lhe recebe de braços abertos.

Em tempo, o “Museu Nossa São Sebastião” situa-se na Rua Godofredo Cândido de Almeida, 174, no rumo da localidade de Banqueta.

 

José Sana

Em 10/06/2025

NS
José Sana, jornalista, historiador, graduado em Letras, nasceu em São Sebastião do Rio Preto, reside em Itabira desde 1966.

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