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Roca Sales (RS), cidade atingida severamente pelas enchentes de 2024 no Vale do Taquari, articula um projeto inédito no Brasil: a construção de uma réplica da Arca de Noé com dimensões inspiradas na narrativa bíblica. A proposta, liderada por empresários locais, almeja consolidar o município como novo polo do turismo religioso no Sul.

Assim como o Cristo Protetor do município de Encantado mudou o perfil turístico da região, a Arca visa se tornar um vetor econômico, simbólico e cultural. O projeto parte da Associação de Amigos Reconstruindo Roca Sales, presidida pelo empresário Eduardo Alves Salgado, e prevê uma estrutura monumental.

“A proposta é construir a arca no topo de um morro, de onde se possa ver o Cristo Protetor, em Encantado, criando uma conexão espiritual e geográfica entre dois pontos de fé do Vale do Taquari”, explicou Salgado.

O município de Roca Sales foi afetado por três enchentes entre setembro de 2023 e maio de 2024. De acordo com dados da Secretaria da Segurança Pública do Rio Grande do Sul, 31 pessoas morreram na cidade, que tem 11,5 mil habitantes. Apenas em maio do ano passado, 1,2 mil famílias ficaram desalojadas com as chuvas.

A cidade de 11,5 mil habitantes, construída às margens do rio Taquari, sofreu danos estruturais graves com as chuvas entre setembro de 2023 e maio de 2024.A Cidade de 11,5 mil habitantes, construída às margens do rio Taquari, sofreu danos estruturais graves com as chuvas entre setembro de 2023 e maio de 2024. (Foto: Guilherme Hamm/Secom-RS)

Arca de Noé de Roca Sales abrigará museu da enchente de 2024

A estrutura da Arca de Noé gaúcha será feita de concreto, com acabamento externo em porcelanato que simula madeira, e interiores revestidos em madeira. “Nossa ideia é fazer uma arca de concreto e colocar por fora porcelanato imitando madeira. E, por dentro, a construção será de madeira”, detalhou Salgado.

As dimensões seguirão inspiradas nos registros bíblicos, com cerca de 120 metros de comprimento, 22,5 de largura e 13,5 de altura. A previsão é de que o espaço esteja aberto ao público até o ano de 2030.

No interior da estrutura, a arca abrigará um complexo para atender aos turistas. “Se não for o tamanho da arca da Bíblia, será algo muito próximo. A ideia é criar um museu sobre a enchente, uma cafeteria, uma rede de restaurantes e até uma vinícola. Não pode ser uma coisa pequena para podermos explorar como der”, afirmou o empresário.

NS
José Sana, jornalista, historiador, graduado em Letras, nasceu em São Sebastião do Rio Preto, reside em Itabira desde 1966.

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