ZÉ FERNANDO
Não é à toa que Marco Antônio Lage ausentou-se do encontro sobre mineração, realizado em São Gonçalo do Rio Abaixo, neste dia 16 de maio de 2023. Marca do encontro o discurso do presidente da Associação dos Municípios Mineradores de Minas Gerais (Amig), José Fernando Aparecido de Oliveira.
Zé Fernando, que herdou a inteligência do pai José Aparecido, meu conterrâneo e grande amigo, falou pela região inteira e, principalmente, por Itabira, cuja ficha ainda não caiu. Revelou que o estresse já atingiu a terra do poeta, que partiu para o além quase sem esperança. Poderia ter dito que faz um tempo bem dilatado que a mineradora Vale criou uma espécie de comissão “Fechamento de Mina”. E o Poder Público? Ah, ele pensa que isso é conto da Carochinha.
Só se enganou o moço Zé Fernando, porque em termos de administração municipal não estamos nem aí. A derrota de Tutu Caramujo está sendo embromada até pela Vale, que enche a cidade de gente, não há casas e apartamentos para alugar, os hotéis estão provocando filas nos elevadores. E para amenizar as placas “rota de fuga”, a agitação nas ruas, avenidas, becos e praças fica por conta do “descomissionamento” de barragens (leia-se: arrumando as gavetas para partir).
Por sorte de quem é consciente, a fala do prefeito de Conceição do Mato Dentro foi ouvida pelos secretários da Fazenda (Paulo Alexandre da Silva) e Meio Ambiente (Denes Martins da Costa Lott), ambos da Prefeitura de Itabira. Digo sorte porque o que se nota em Itabira, pelo quase silêncio do prefeito Marco Lage, em contraste à denúncia do conceicionense, dentro de casa os itabiranos estão “felizes e tranquilos”. Lá fora, a cidade vive o maior estresse de sua história, segundo quem pode estar jogando pimenta nos olhos itabiranos, para que os abram e deixem ver a realidade.
NOZINHO BARCELOS
No encontro, o prefeito de São Gonçalo do Rio Abaixo, Raimundo Barcelos, Nozinho, mesmo com a mineração em seu município ainda em fase pós-inicial, demonstrou preocupação com o momento vivido no Estado. “Estamos no mesmo barco”, disse ele ao Diário de Itabira. A interpretação de alguns presentes da frase se resume nos seguintes termos: “São Gonçalo está numa canoa e será fácil sair dela, mas Itabira se encontra vivendo a segunda edição do Titanic, que ameaça submergir.
Quem ostenta um Quociente de Inteligência (QI) acima de 83, média nacional, conhece, com uma simples leitura de grupos, quais são os cidadãos que podem discutir a questão do futuro. Notadamente, no Brasil tivemos pouquíssimas situações em “exaustão mineral”, a não ser no Ciclo do Ouro, que envolvia número reduzido de pessoas. Quer dizer que a mineração de ferro e o exemplo de Itabira, juntando-se, formam o caso mais atípico e preocupante do país. Será que, por culpa dos QIs abaixo de 80 viveremos “O dia depois de amanhã”, filme de ficção de 2014, mas que parece algo apocalíptico.
DENES LOTT
DENES LOTT é itabirano, advogado pela UFMG, Mestre em Sustentabilidade Socioeconômica e Ambiental pela Ufop, Especialista em Direito Ambiental pela PUC/MG. É, no momento, o senhor entrevistável do momento em Itabira e faço esta a sugestão a todos os órgãos de imprensa de Minas Gerais e do Brasil, principalmente de nossa Itabira. Aqui deixo uma confirmação que não me interesse furo de reportagem, nem sequer continuar falando como um só um “solitário no deserto, falando, escrevendo,”. Interessa-me, unicamente, o futuro de Itabira, desde 28 de maio de 1966 venho mostrando essa tortura que me acompanha.
Recomendo a quem tenha a curiosidade, que leia a obra tão necessária para empreender qualquer discussão sobre os dias incógnitos itabiranos que vêm aí a partir de 2031 (O fechamento de mina e a utilização da contribuição financeira por exploração mineral. Lott, Denes Martins da Costa. Belo Horizonte: .Del Rey, 2014.98 p. ). Denes ofertou-me o livro com o honroso autógrafo: “Ao José Almeida Sana, cidadão, visionário e sonhador realista, com a minha amizade e os votos de boa leitura”. Assinado: Denes Martins da Costa Lott.
MARCO LAGE
Então, foi o que disse na abertura destas intrometidas notas, que os contrários à liberdade do cidadão e da imprensa detestam, Marco Antônio não esteve presente em São Gonçalo do Rio Abaixo. Neste ínterim, permitem-me explicar o motivo.
Tomado pelas suas atividades populistas, portava microfones em “lives” gravadas pela cidade. Seu estilo à Daniel Grisolia, não cabe mais: estamos no Terceiro Milênio e o eleitor não suporta isso mais, principalmente fazendo demagogia barata. Como diz os próprios correligionários, “deixem o homem trabalhar”, ou melhor, seu trabalho não é fazer, é exibir.
Por exemplo, acompanhava o asfaltamento de ruas no Bairro Fênix e se referia, repetidamente, ao tapamento de buracos na cidade. E eu, o que estava fazendo? Pesquisando a vinda de uma empresa para a nossa terra. Talvez o prefeito esteja informado, não sabemos ainda. Preciso, depois de abrir todas as “caixas pretas”, parar de cutucar Sua Excelência. Mas o futuro de Itabira não ficará barato como muitos pensam.
José Sana
18/05/2023
Fotos: Arquivos/Redes Sociais
NOTA DA REDAÇÃO
Para inteirar-se do encontro itinerante de São Gonçalo do Rio Abaixo consulte o Diário de Itabira de 18 de maio de 2023, página 3, reportagem de Jairo Ventura.