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Há cerca de 15 anos eles chegaram, mas já estavam no poema de Drummond; abre-alas, como no carnaval, convidaram outras pragas; cuidado, itabiranos, não cruzem os braços porque os percevejos são trilhões.

TUTU CARAMUJO

A culpa foi de Carlos Drummond de Andrade pela popularização do nome e do apelido. Quem hoje vem a Itabira e grita  em uma qualquer praça pública o nome de Antônio Alves de Araújo, se não chamar a atenção, basta repetir assim: “Tutu Caramujo”, e até os cães vadios  que ladram nas esquinas, açougues e mesmo bancos, empinarão as orelhas num sinal de “entendi”. Somando ao fato de que metade dos itabiranos já tem complexo de vira-lata, está formada a confusão.

Tutu Caramujo mora no poema “Itabira”, do poeta da terra, Carlos Drummond de Andrade, imortalizado como um cidadão, que foi vereador, presidente da Câmara, mesmo cargo de prefeito na época (1869-1872), como uma representatividade de quem  não crê no futuro feliz da cidade. Ele se encarna no pessimista de carteirinha dessas ex-montanhas minerais que agora se tornaram rejeitos em cava profundíssima.

Bem, agora reportamo-nos a um caramujo, ou uns caramujos, ou melhor, a milhões ou a até bilhões de caramujos que invadem Itabira de forma avassaladora, tal como em 1945 as tropas aliadas entraram arrasadoramente nas ruas de Berlim, no desfecho da Segunda Guerra Mundial. É a terceira vez que esses moluscos escolhem a terra drummondiana para seu pouso interino ou definitivo, causando sua guerra de moluscos destruidores.

 

CARAMUJOS

Completando a área paralela das avenidas Duque de Caxias e Mauro Ribeiro, existe um beco todo florido, obra do vereador Neidson de Freitas no mandato municipal passado, hoje mantido às custas dos moradores do Condomínio Esmeralda, situado na vizinhança.

As Secretarias de  Meio Ambiente e de Saúde já foram avisadas faz um bom tempo. Enquanto nenhuma providência concreta é tomada, os moluscos desafiam até o trânsito de ambas as vias importantes, sobem nas paredes de casas e prédios, e tornam marrom todo o chão da passagem. Espalham-se pelas vias da cidade, tomando conta de tudo e, incrivelmente, poucos seres humanos veem.  Motos, ilegalmente, voam no conhecido Beco do Caramujo  e destroem o que lhes aparece pela frente.

PERCEVEJOS

Os caramujos  temem, sim, perder a liderança, e alertam seus companheiros para a  quantidade de outros insetos, os percevejos que chegam na primeira “leva” com a fama de ser uma “praga chinesa”. Parece um exército pelo que mostram os canhões armados nas portas da Cobal.

Lá em cima, depois da São José, na Rua Tiradentes, residência do trineto “caramujeiro”,  Marconi Serafim, o Menino da Mina, “só, na porta da venda, Tutu Caramujo cisma  na derrota incomparável”.

Não por causa da mineração, cuja exaustão é fato consumado, mas por um motivo ainda mais trágico: os percevejos aportam-se com a pujança de terroristas, recrutados dos descendentes de Bin Laden. Acordem, itabiranos!

VEJA O VIDEO: CLIQUE AQUI

José Sana

Em 02/06/2023)

Fotos: Arquivo NS

Vídeo: Notícias Uai

NS
José Sana, jornalista, historiador, graduado em Letras, nasceu em São Sebastião do Rio Preto, reside em Itabira desde 1966.

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