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HORA DE ACABAR COM A SÍNDROME “JÁ TEVE”

Valores materiais, espirituais e humanos foram deixados de lado pelos itabiranos. A ordem é resgatá-los. Ocorre um momento inadiável de  fazer justiça com o que ainda falta na história itabirana. Para explicar, vai um apelo enumerando os feitos, fatos e personagens que ainda não tiveram o devido reconhecimento em sua terra, berço de nascimento ou de sentimentalismo. Ou de fonte de riquezas adquiridas.

PICO DO CAUÊ

Dele já se falou em  um capítulo inteiro, livros, palestras, filmes… O itabirano não se ligou à sua importância e não deu a ele o valor que tinha. Mesmo tendo virado cava, não será que pode nele se fazer uma história? O maior conjunto de hematita de alto teor de ferro do mundo, previsto para durar 500 anos, exauriu-se, ou foi usurpado em menos de 70. E ainda há, na Bolsa de Valores de Nova York um processo que pode render uma alta indenização. Mas vamos deixar à mercê de sonhos sem ações?

PICO DO CAUÊ – Caue antes e Caue depois

PICO DO CAUÊ – Cauê antes e Cauê depois

INSTITUTO AGRONÔMICO

Uma escola púbica estadual, profissionalizante, que chegou a Itabira, instalou-se, funcionou durante quatro anos, mas não lhe deram o devido valor. Foi transferido para Alfenas, no Sul de Minas Gerais.

Depois vem o governo do ex-prefeito Li Guerra, por meio do entusiasmo e inteligência de um secretário de Educação (Otacílio Fernandes Ávila) e reedita o projeto na forma de Escola Profissionalizante Ipocarmo. E vendem tudo para quem?

INSTITUTO AGRONÔMICO – Caue Instituto

INSTITUTO AGRONÔMICO – Cauê Instituto

COMPANHIA SIDERÚRGICA NACIONAL

Falha  fatal no decorrer da vida itabirana, principalmente do governo da Província, que não soube trazê-la para Minas Gerais, especificamente para Itabira, a dona natural e legítima do Cauê. Enfraqueceram-se as forças para brigar contra a ditadura Vargas. Então, a CSN foi direcionada para Volta Redonda, por puro clientelismo: um genro de Getúlio, Amaral Peixoto foi desapropriado. Na cidade do Estado do Rio de Janeiro transformou-se na maior siderúrgica brasileira (VAZ, 1996, p. 168). Não tem como buscar a CSN que já se fixou, há 80 anos, em Volta Redonda (RJ), mas há como tentar ver se um prometido Parque Científico e Tecnológico substitui este empreendimento já fora de moda.

COMPANHIA SIDERÚRGICA NACIONAL – Cauê CSN

COMPANHIA SIDERÚRGICA NACIONAL – Cauê CSN

ESTRADA DE FERRO ITABIRA-BH

A obra teve 60% de execução prontos com gastos estimados em um milhão de dólares (edição 177, de setembro/2007 à edição 184 de abril/2008 da revista DeFato), com túneis (um desencontrado, ou seja, com um quilômetro de distância de duas obras), trincheiras,  bueiros e outras estruturas prontas. As obras, iniciadas em 1953, foram abandonadas pelo governo federal, em 1956.

O Brasil desistiu dos trens e  optou  pelas rodovias, isto é, preferiu ficar na contramão dos países de primeiro mundo. Por que não voltar à filosofia antiga, que era um projeto de Dom Pedro II, ainda no Império, mas algo assim relevante e totalmente possível. Vamos aos trens, por que não?

ESTRADA DE FERRO ITABIRA-BH – Caue Estrada de Ferro Itabira-BH

ESTRADA DE FERRO ITABIRA-BH – Cauê Estrada de Ferro Itabira-BH

“PORTO SECO”

O empreendimento aí está, funcionando, mas transporta pessoal (por ramal até Nova Era) e minério de ferro. Um dia foi “Porto Seco”, ou seja, transportava mercadorias para exportação. A Vale impôs o seu monopólio desde o tempo de estatal (Revista DeFato, edições de 2001). Há uma promessa de “Porto Seco” sendo repetida. Só discursos, promessas, palavras. Ações é o que requer o momento.

PORTO SECO – Cauê EFVM

PORTO SECO – Cauê EFVM

AEROPORTO

Até a década de 1970 existia no topo do Bairro Campestre, onde hoje é um depósito de materiais sobre pilhas de rejeito de minério de ferro. Era utilizado também pela comunidade, por empresários. Um dia, à sua mercê e interesse, a velha Companhia Vale do Rio Doce o desativou para sempre. Prometeu construir outro e até o momento não cumpriu essa  promessa. Em 1993, cogitou-se de implantar uma fábrica de aviões em Itabira para reparar a falta do aeroporto fechado sorrateiramente pela CVRD.

A mesma Vale não aceitou a proposta da Agência de Desenvolvimento de Itabira e encerrou o assunto (Itabira e Centro-Leste em Revista, setembro/1993, páginas 26 a 28). O assunto voltou à pauta recentemente. Só conversas. Ainda há pouco falava-se em Aeroporto Industrial. Mas eram, também, conversas para “ninar gente grande”.

AEROPORTO – Cauê Aeroporto

AEROPORTO – Cauê Aeroporto

JOÃO CAMILO DE OLIVEIRA TORRES

Nascido em Itabira em 31 de julho de 1915, faleceu em Belo Horizonte em 31 de janeiro de 1973. Escritor, professor, historiador e jornalista. Foi professor da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, da Universidade Federal de Minas Gerais e da Universidade Mineira de Arte, tendo sido membro da Academia Mineira de Letras, do Instituto Mineiro de Geografia e História, Conselho Mineiro de Cultura. Autor de várias obras sobre temas diferentes, centrados principalmente em política, administração pública e leis.

Dentre sua extensa obra, a história das ideias é, sem duvida, sua maior contribuição para a historiografia nacional, tendo obra “A democracia coroada: teoria política do Império do Brasil” recebido os prêmios Joaquim Nabuco, da Academia Brasileira de Letras em 1958 e ainda o prêmio “Cidade de Belo Horizonte” em 1952.

Esquecido em sua terra natal, ou lembrado apenas com nome de uma rua, que se inicia na Vila Piedade e segue até o Bairro Praia. Muito pouco para tão nobre figura. Na sua coluna deste abertura do site, o colunista Marcos Martino pediu para “matar Drummond”. Era apenas uma forma de declarar que há outras sumidades por aí, outras riquezas literárias. Este exemplo – João Camilo de Oliveira Torres – transporta a mente itabirana a dezenas de outros grandes  nomes.

JOÃO CAMILO DE OLIVEIRA TORRES – Cauê

JOÃO CAMILO DE OLIVEIRA TORRES – Cauê

VALERIODOCE ESPORTE CLUBE

“No dia 22 de novembro daquele ano de 1942, um grupo de simpatizantes do esporte resolveu fundar um clube de futebol ao qual deram o nome de Valeriodoce Esporte Clube, nome esse que representa o endereço telegráfico da Companhia. O então presidente da Vale, ao autorizar o funcionamento do clube nas dependências da mesma, determinou que o seu presidente e seu vice-presidente fossem  nomeados pelo superintendente do Departamento das Minas. Sob a proteção e com o irrestrito apoio da CVRD, o Valeriodoce cresceu e tornou-se uma paixão itabirana” (Gonçalves, 2002, p.35).

Em 1992, chegou a Itabira o engenheiro Ricardo Dequech, que assumiu a função de superintendente do Departamento das Minas com a missão principal de preparar a Companhia para a privatização. Ele fez doações de patrimônios que não mais interessavam à empresa, dentre elas as instalações do Valeriodoce Esporte Clube. “Um presente de grego” à sociedade, afirmaram os líderes políticos (Itabira em Revista, edição de abril/1994).

A Vale encenou a transformação do Valério em sociedade anônima, mas foi só encenação. Abandonado, o clube agoniza desde então (Revista DeFato, edições seguidas a partir de 1995 a 1998). João Mário e Brito, atual presidente do VEC, acaba de levantar a questão na edição de lançamento de Notícia Seca. Hora de procurá-lo, dar-lhe as mãos e cobrar, também, continuidade de suas afirmativas. Digam todos: “Estamos contigo, João Mário de Brito!”

VALERIODOCE ESPORTE CLUBE – Cauê Valeriodoce Esporte Clube

VALERIODOCE ESPORTE CLUBE – Cauê Valeriodoce Esporte Clube

NS

Em 17/03/2021

Fotos: Arquivo NS

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