“Eu não sei” — Diz o Zé da Esquina. “Quanto menos eu”, completa “Maria vai com as outras”. Querem saber os números da pandemia em Itabira e região? Basta acessar dezenas de sites. E os oficiais gerados pelas prefeituras. Cuidado, porque existem disparates!
Aqui se fala em solução sem opinião. Indicamos pelo Facebook, antes do surgimento deste site, um debate, via entrevista desenvolvida entre o presidente da Câmara de Dirigentes (CDL), no fim de semana (6 e 7 de março de 2021). Mas já está um tanto defasada, embora possa ser revista agora.
Cada um dos debatedores, assim como todos os cidadãos, têm a sua opinião sobre o momento diferente e nada divertido em que vivemos. Um locutor de uma emissora de rádio de BH disse, durante plena transmissão de futebol, a frase que tirou a atenção dos ouvintes do jogo: “Estou com medo!” E não era medo de perder o jogo, mas a vida.
O momento é diferente mesmo. Um ano de pandemia. Já dizem ser o mais difícil de toda a história do Coronavírus. Chovem, nas redes sociais, conselhos seguidos de médicos, cientistas, religiosos, catedráticos nisso, naquilo. O internauta não tem tempo de ler tudo. Se tem, fica mais perdido ainda. Cada um recomenda o seu autor preferido. E com razão. Mas quem tem a verdade?
Quem é o dono da sapiência? Impossível responder e claro está. A ordem geral é recolher-se, esperar a vacina. O prefeito Marco Antônio Lage, de Itabira, afirmou a Notícia Seca que espera ter Itabira e região vacinadas até o meio do ano. Mas que não depende somente dele. “Tudo farei para que ocorra desta forma”, declarou.
Nestes dias, os registros cresceram em número de infectados e em óbitos. O pânico subiu também, principalmente quando vem lá o dono de uma “live” e diz: “Não temos mais vagas”. Seria como dizer: “Morra em casa e desapareça do mapa!”
As razões dos altos números — já passaram de 80 óbitos na região da cidade-polo, Itabira — são apontadas por “n” pessoas. Se aqui estivesse, Sócrates diria de novo: “Só sei que nada sei”.
Início de janeiro de 2021 mais ameno. Fevereiro, mês curto, com mais do dobro de infectados e mortes. Uns culpam o Carnaval, que só não existiu nas festas com fantasias e enredos artísticos, mas ocorreu, sim, em viagens e aglomerações nas cidades-destino, especialmente o litoral. Outros e outros e outros, os seus motivos tirados de experiências.
Informações sobre um novo motivo de aglomerações estão fáceis de obter-se: as pousadas no litoral estão cheias de reservas para o fim do mês de abril, a Semana Santa. Quer dizer: as famílias saem de seu aconchego e vão a outro lugar para as mesmas aglomerações. Quem detém esta permissão constitucional de liberdade? Cultura somente.
Sem opinião — é bom lembrar esta proposta de NS — a luta é Economia x Tentativa de Vida. Quem defende o seu ponto de vista: o presidente da CDL diz que quer defender os pequenos lojistas, que recebem, segundo ele, uma média de 12 clientes por dia, “sem risco”, completa ele. O prefeito Marco Antônio classifica as lojas como não essenciais, mas não tem, segundo o outro lado, estrutura para conter as ameaças: supermercados, coletivos urbanos, portas de bancos e lotéricas. “Vou mandar 22 fiscais para as ruas nesta segunda-feira 8”, disse ele a NS. Mas as aglomerações ocorreram e ocorrem.
Parece que o pessoal que dá ordens na Saúde não acredita mesmo nos 22 fiscais e lançou um convite para que “os de bem fiscalizem”.
Desde a campanha eleitoral, com compromissos firmados na posse, os Marco Antônio Lage (prefeito) e Gomes (vice-prefeito) têm mantido a união de ideias e propósitos, principalmente na área de Saúde. Ambos sabem dos graves problemas que enfrentam.
Se NS não termina uma matéria sem sugestões (nada a ver com opinião) vai esta: que cada um faça a sua parte e procure entender-se. Não é hora de briga. As rinhas causam aglomerações. A sociedade civil organizada pode ser a salvação, insistência de NS.
Fotos: Brander Gomes
Que maravilha! Um noticiário de qualidade e isento, algo raro de ver no Brasil atualmente.
Muito obrigado pelo comentário. Continue nos prestigiando.