O prefeito João Izael Querino Coelho já disse: trabalho em equipe. Ilacir e outros componentes do grupo reafirmam o uso da mesma receita. Negar a eficiência da iniciativa é não crer nos pressupostos naturais do meio ambiente: como e por que os bons resultados aparecem.
Já foi confirmado que em se plantando tudo dá. O segredo dos resultados é ter paciência aliada ao trabalho. E consciência. Os agentes poluidores estão livres, como bandidos. Há soluções mais fáceis que, por exemplo, conter os crimes que ocorrem no dia a dia de ser humano contra ser humano. Neste caso, é o distraído filho de Deus contra a natureza.
O homem ataca a indefesa criação divina quase sempre sem saber que um dia ela devolve a violência que lhe impuseram. Cuidar das nascentes das matas ciliares que margeiam os ribeirões é dever do ser humano, sinal de carinho de filha com a mãe. Estes e outros são demonstrações de afeto que Ilacir Ferreira da Silva vem mostrar ao seu jeito e no comportamento dos que trabalharam com amor pelo equilíbrio que devolve a água.
Ilacir deu detalhes de uma série de atividades desenvolvidas. “Se continuar sem ações ao seu redor, os córregos, aos poucos, secam-se e um dia chegará ao ponto de não sobrar uma só gota d’água. E o homem não se livrará do sofrimento”. São palavras suas ditas em 2006.
No dia 23 de março falou com Notícia Seca . E deu novamente respostas às mesmas questões o ex-diretor-presidente do Saae, que comandou o início da super operação “Mãe D’Água”:
O DESPERTAR DE UM TRABALHO
Notícia Seca — O que lhe chamou a atenção para criar o “Projeto Mãe D’Água?”
Ilacir — Tudo começou com um edital lançado pelo Ministério do Meio Ambiente ao lançar um concurso nacional com um tema tão importante e pouco valorizado: a proteção de nascentes e matas ciliares, a oferta de um prêmio de 500 mil reais, que acabaram reforçando as despesas do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae) a desenvolver o projeto.
NS —Como surgiram as discussões?
Ilacir — O Saae fez a inscrição em conjunto com Prefeitura e nasceu a ideia de cuidarmos de forma conjunta do nosso principal manancial, o da Pureza. O nome “Mãe D‘Água” sugere proteção e que é um nome de um ribeirão que abastece o Córrego Candidópolis. Este, por sua vez, faz o percurso até a Estação de Tratamento de Água (ETA) da Pureza. Tivemos em mãos, depois de tudo preparado, um plano de ação imediata.
PLANO E AÇÕES
NS — Como se desenvolveu o plano de ações?
Ilacir—Reunimo-nos com diversos setores e comunidades, desenvolvemos trabalho árduo para conscientizar as pessoas e motivando-as a abraçar o projeto. Tivemos êxito porque já tínhamos vontade e uma grande área para trabalhar, como viveiro de mudas, sitiantes, fazendeiros e pequenos proprietários animados, escolas e outras partes interessadas. Do planejamento à prática, fizemos uma caminhada séria com ações ininterruptas. Os resultados apareciam e nos traziam mais e mais motivações.
NS — Enquanto as ações caminhavam, os prêmios foram chegando…
Ilacir — Após enviado o projeto, tivemos o agradável resultado de sermos contemplados em primeiro lugar. Além do prêmio e reconhecimento nacional, o valor pôde ser investido de forma sensata no projeto para a sua continuidade. Também foi de grande repercussão o reconhecimento de todos os comitês de bacias hidrográficas, nosso projeto serviu de modelo para eles. O Comitê de Bacia do Rio Doce publicou e praticou na época uma menção honrosa à conquista do Saae/PMI por se tratar de grande acréscimo às medidas contra a poluição e a favor da proteção dos mananciais.
DA TEORIA À PRÁTICA
NS — O projeto ficou famoso no Brasil inteiro. Mas só o implementaram na rota da ETA Pureza? Por quê?
Ilacir — No munícipio foi implantado somente na Pureza devido à logística local, em outras áreas seriam necessários maior investimento e não havia planejamento orçamentário, além de tempo. Contudo, ficou em aberto para novas implantações. E continua com exemplos, muitas testemunhas e todos já sabem que sempre dará certo, venceu a etapa da experiência.
NS — Acredita que seja possível o novo governo reimplantar o projeto e difundi-lo na região?
Ilacir — Certamente, acredito que o novo prefeito, Marco Antônio Lage, irá, sim, entusiasmar-se quando ver tudo de perto. Ele poderá resgatar os feitos com toda a técnica e conhecimento que os profissionais desenvolveram na época e apresentar a outros municípios, como feito também.
DIFICULDADES SUPERADAS
NS — Quais foram as maiores dificuldades logo encontradas quando se propuseram a executar um projeto arrojado?
Ilacir — Tudo que é novo é mais difícil para ser implantado. Houve dificuldades, sim, para conscientizar comunidades ribeirinhas, alguns sitiantes, poucos mas fazendeiros desconfiados e produtores rurais em abraçar a causa. Mas, como disse antes, conseguimos! Valorizar a vida é gratificante, dá retorno, e ter esperança de que a água, nosso bem maior, estava sendo preservada para todos, compensa. É repetitivo para todos mas vamos dizer mais uma vez que sem água não há vida e crescimento da região com dignidade, e esse nosso maior sucesso.
NS — Para o viveiro de mudas, a área do Posto Agropecuário continua sendo suficiente?
Ilacir — Com relação ao Posto Agropecuário, tem-se ali uma possibilidade enorme de aproveitamento até pelo histórico da região, nascentes e qualidade do solo, para desenvolver as mudas a serem aproveitadas não somente na região como em outros mananciais a serem preservados. Mas em outros locais haverá sempre outros espaços de valor, a zona rural de Itabira é imensa e todos sabem disso.
NS — Fique à vontade para acrescentar o que desejar, algo que talvez não tenhamos falado nesta entrevista…
Ilacir — Tenho esperança de que novas gerações tenham no “Projeto Mãe D´água” um exemplo de proteção ambiental para nosso bem maior que é a água, que é vida. E que a atual administração possa desenvolver as ações com todos esperam.
NS — Obrigado
Fotos: Arquivo NS
Ilacir é bom em tudo que faz! Ser humano, filho, esposo, pai, funcionário! Projeto Mãe d’água é magnífico que pode ser continuado pela atual administração municipal. Vamos aproveitar os bons, caro Prefeito! Bela e ótima entrevista, José Sana!
Agradecemos pelo Ilacir e pela sua participação.
Grato pela sua participação e pelos elogios.
Muito gratos somos pelo comentário. Vamos pregando. Somos um sítio de notícias e não um prefeito, vereador ou secretário. Somos apenas uma voz.