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(capítulo 2)

Foto: Thamires Lopes – DeFatoOnline

E, então, seguimos devassando as vias itabiranas à procura não apenas de culpados pela derrocada que se desenrolou e acabou de vez com a terra do Poeta Maior, mas também deixou de calça na mão dezenas de cidades da região. Eles viviam das clínicas médicas, odontológicas, das universidades, faculdades, escolas secundárias existentes nos velhos tempo.

Vamos começar nas beiras de lagoas, nas quais a mineradora fez de Itabira uma quase ilha, nelas morrendo milhares de pessoas, a maioria desaparecida em um tal cemitério clandestino. Peixes nem se fala o quanto padeceram.

Pressionando pelo poder político nada relevante, a exportadora de riquezas trouxe para Itabira equipes e mais equipes, em convênio, sempre assim, enchendo os hotéis da cidade de pesquisadores. Supõe-se que ao invés de pesquisar, eles trouxeram na sacola casais de Culex Pipiens Fatigans que, segundo os entendidos, receberam o apelido de Pernilongo.

Os humanos residentes nos bairros Bela Vista, São Pedro e Eldorado, além do Berra Lobo e parte do Campestre, serviram de sparring para treinamento geral de mosquitos que acabaram tornando-se os poderosos Aedes Aegyti O dono do projeto cumpre a meta de matar em Itabira, inicialmente. Se não cumprirem a missão, a sentença será pesada: será eliminado da política e terá a mesma pena de violador de sepultura e profanador das santas espécies.

A pesada pena a Itabira continua. E ela vem do seguinte: a Loira do Parente, que azucrinou a vida de itabiranos na década de 1960, voltou à cena do pavor. Estaria ela fugindo do Cemitério do Cruzeiro? O mesmo rapaz que dançou com ela na pista do Parente conferiu na mesma sepultura, aberta, sem ninguém.

E está morrendo de medo de seu novo aparecimento, até porque ele já é casado, a Loira muito bonita, pode atrapalhar seu casamento. Temos uma entrevista marcada com o moço, mas corremos o risco de não ocorrer porque estamos usando um computador emprestado, não temos sequer celular e gravador.

Afinal, o calendário do vizinho marca dezembro de 2040. Ano difícil de passar. Mas, mal, mal, se fala em Loira do Parente, chega a vez do Capeta Geral que derrubou as torres da Catedral e ainda matou um prefeito. O país inteiro comenta que o Capeta escolheu Itabira para viver. As manchetes de jornais afirmam taxativamente que “Itabira é terra de ninguém”. Zé Lopão, que viu tudo acontecer da janela de seu casarão colonial, garantiu que tal tragédia só pode ser iniciativa de Satanás, vulgo Capeta.

O pior de tudo é que Belzebu tornou-se, segundo os religiosos, o dominador de Itabira. Por quê? Pergunta um repórter curioso daqueles velhos tempos. É o seguinte: A empresa mineradora derramou milhares de reais em Itabira e nós só gastamos com coisas supérfluos. Nada de indústria, nada de fonte de receita produtiva.

Para provar a real realidade, eis a verdade mais nua que crua: do ano de 2021 a 2024 foram e será jogados bilhões de reais na ex-cidade mineradora. Sabem o que fez? Ideia comunista, gastou tudo com picuinhas, festanças. Onde foi parar a grana? Vamos agradecer a quem possa explicar. Até a prestação de contas tacaram éter nas notas de 200 reais.

Se o morador de Itabira não entender que obrinhas picuinhas são para mini prefeituras, o melhor mesmo é aderir ao socialismo/comunismo, a tendência dos que nasceram para adorar Belzebu.

(Continua na próxima semana)

NS
José Sana, jornalista, historiador, graduado em Letras, nasceu em São Sebastião do Rio Preto, reside em Itabira desde 1966.

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