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Neste Dia Internacional da Mulher será e é o momento em que praticamente todos os seres humanos de bom coração têm uma palavra de enobrecimento para dizer às mulheres. Seja aquele que ama de verdade, seja o que está apenas tentando, ou mesmo o que detesta, odeia, não aprecia a concorrente das belezas interna e externa da natureza.

 

Devo eu, como ser humano (“se penso, existo”/tantos autores disseram e dizem esta frase), quem devo homenagear todas as mulheres que passaram e que passam por minha vida e conheci ou conheço: esposa, bisavós, avós, tias, irmãs, filhas, netas, noras, primas, cunhadas, sobrinhas, afilhadas, professoras, amigas, companheiras de trabalho. A todas os meus sinceros e repetidos cumprimentos, o reconhecimento eterno pelo que fizeram e fazem por mim, por nós, por todos os viventes reconhecidos.

 

Mas…

 

… num dia todo especial, quero, aproveitando o espaço que dou a mim mesmo (e que deve ter, segundo meus cálculos, meia dúzia de leitores), prestar uma homenagem não somente à mulher da esquina que é agredida pelo marido ou até mesmo pelos filhos, irmãos, enfim, vítimas da violência doméstica; não simplesmente àquela a que dedica uma vida de dor ao filho e cuja imagem viu estampada na televisão; não apenas à mulher que é mãe, familiar ou namorada do torcedor de futebol, que morreu por causa de qualquer motivo ligado ao esporte; não à artista que esteve em novelas e que morreu tragicamente, vítima da violência; não à que mora ali, vizinha do meu bairro e que não foi atendida prontamente na hora do parto, perdeu o filho e se foi também.

 

Mas…

 

— a todas as mães brasileiras, que vivem perto de nós e passam fome e dividem a miséria com seus filhos ou até são chamadas de impuras;

— às mães de torcedores de futebol, familiares deles, não de apenas um, ou meia dúzia, mas bilhões espalhadas pelo mundo;

— a todas as mães que morreram ou enfrentaram a penúria imposta pela pandemia, ou faleceram, ou estão em casa e agora temem a guerra;

— perdão para os ditos seres humanos que julgam sem saber como se transcorre o drama de cada ser terrestre; os que maltratam com a língua, ou a pena, ou o teclado a vida dos que não conhecem, ou de todos porque ninguém conhece ninguém;

— às mulheres que vivem a dor da fome, da miséria, da violência, de desamor, da ignorância dos que abusam de seu direito de maltratar com o chicote ou a língua ou a pena, ou o teclado a mulher indefensável.

 

Perdão de todas também a nós todos que muito podíamos, antes de tentar julgar ou jogar debaixo de tapetes os erros humanos, que acabemos com a hipocrisia e estudemos a história humana da face do planeta para que possamos, enfim e pelo menos, iniciar uma jornada de busca da verdade e da paz universal. Sem este tópico, nada feito.

 

José Sana

Em 08/03/2022

NS
José Sana, jornalista, historiador, graduado em Letras, nasceu em São Sebastião do Rio Preto, reside em Itabira desde 1966.

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    Marli Áurea
    Marli Áurea
    2 years ago

    Amei! Obrigada pela linda homenagem e reflexão.

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