By Em fevereiro de 1998, o então professor Rafael Duarte, itabirano da gema, apresentou à Prefeitura, à Associação Comercial, Industrial, de Serviços e Agropecuária de Itabira (Acita), à Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) e ao governo do Estado o mais arrojado plano de turismo para Itabira. O sucesso das apresentações só ficou esbarrado pela alternância do poder que, de vez em quando, atrapalha.
Barcelona: atração de touradas pode ser sugestão para Itabira?
A ideia da inovação previa (e ainda prevê) a transformação de Itabira num grande polo de turismo brasileiro, com a construção de um parque semelhante ao Beto Carrero Word. Ele seria instalado na Lagoa do Pontal. E teria centenas de outros fatores agregados.
Na época, a Fiemg assumiria a iniciativa, em parceria com a Prefeitura, Acita e Vale. O nome oficial já corria de boca em boca nas áreas municipais, estaduais e federais: “Projeto Complexo Turístico Cidade de Itabira”, quando não se soube o motivo, algo fez uns dois ou três curibocas chutassem o balde.
Prefeito Marco Lage transmite cargo para o vice Marco Gomes
PREFEITO EM BARCELONA
O prefeito de Itabira, Marco Antônio Lage, que conhece o mundo “na palma da mão”, diz um de seus seguidores políticos do segundo escalão na prefeitura, viaja neste domingo para Barcelona. Espera-se que venha trazer a redenção esperada pela povo. Itabira conscientemente inteira, sabe que estamos à beira do precipício, teríamos apenas 18 a 20 anos para organizar a economia, fato que deixa qualquer entendido preocupado e até desesperado.
O que o chefe do executivo pode trazer de Barcelona? Espera-se que não sejam ideias para danças e festas, que não reinventem, por exemplo: Bolero, que o brasileiro entende muito; Flamenco, embora famosa, com cultura moura, judia e cigana, já a vemos por aí; Fandango que, também, é conhecidíssima no Brasil; Castanholas, semelhante ao Flamenco, nada vai muda; Pasodoble, mais no ritmo de touradas, popular em Madrid; tem Zambra e vamos parar por aí porque a vida na Espanha é diferente. Aqui na terra drummondiana estamos com a corda no pescoço sem John Wayne para atirar e derrubar a forca.
RESTA A SUGESTÃO
Na época do projeto de Rafael Duarte, 1998, o ex-presidente José Ronmanoel Mendes, da Acita, com a assessoria publicitária de Sirlene Barcelos Amorim, trouxe consultoria especializada espanhola. A ajuda reforçou o projeto turístico já traçado para Itabira.
Em setembro passado entramos em contato com Rafael Cléver, que anunciou sua vinda a Itabira em novembro, agora. O mestre, que trabalha e brilha em Campinas (SP), afirmou que hoje já tem um projeto mais aprimorado e com melhores condições de adaptação para a implantação na cidade. E seria uma boa alternativa para a Vale mostrar serviço.
Capa da DeFato, em março de 1998: Rafael dá show com seu projeto
Então, está aí: a quem diz que criticar é fácil, que estou apenas mostrando erros e desviando caminhos, apresento a alternativa que qualquer cidadão de inteligência normal entenderá como possível e de grande vulto.
Em 1942, quando Israel Pinheiro presidiu a Vale, na sua inauguração, ele próprio criou uma entidade, citada pelo atual prefeito no discurso de posse: Fundo de Melhoramento e Desenvolvimento da Região do Vale do Rio Doce, promessa não cumprida de reativar esse caminho, fato que agregaria atividades com mais sentido, como requer o real significado de turismo.
E o que quero dizer a gora é o seguinte: o futuro vem sendo tratado, citado, preparado, pelo menos em promessas, desde Tutu Caramujo (século XIX), lembrado também como pessimista no discurso do prefeito. Mas, José Alves de Araújo, evidentemente, deixou um alerta, claro e escancarado: se o itabirano não o enxerga agora pode desistir da condição se ser humano.
José Sana
Em 04/11/2023
