Eleições no Brasil são peças teatrais em pleno sentido da palavra. Votar significa escolher os nossos representantes, mas por aqui, principalmente em Itabira, é ver qual artista representa melhor o seu personagem em atos e cenas. Como o teatro é quase sempre ficção, eleições abrangem mais a imaginação do dramaturgo do que fatos verídicos.
De teatro a filme é um pulo daqui a ali, como se fosse ao primeiro quarteirão. Resumindo a mensagem deste texto, despretensiosamente, ele propõe alterar toda a temática utilizada em política, e simplificando mais ainda, o dramaturgo é o político que, às vezes, procura distorcer a mente do ator ou atriz, cavando-lhe um pensamento que lhe interessa. Não é à toa que muitos dizem estas palavras: “Não gosto de política; os políticos são pretensos enganadores; falam mentiras sem parar, prometem e não cumprem.”
INFLUENCERS
Todo cidadão ativo e consciente sabe que as redes de televisão espalhadas por vários países labutam para vencer na teleaudiência, com isso arrebanhar mais anunciantes e dominar a mente do telespectador. Aqui no Brasil diz-se que a Rede Globo de Televisão pensa para o país inteiro. Em outras palavras, a mídia é composta de jornalistas tarimbados que se tornam os formadores de opinião, ou a expressão que inventaram agora, já bastante difundida, dos influencers, que são pessoas capazes de influenciar consumidores ou compradores em potencial.
Assim, dane-se quem não aceita a tese, mas os influencers acabam se transformando em marketing e daí para a frente a habilidade costura o bloco que vota, escolhe, junta pensamentos com ideias e daí ao finalmente. Para não prolongar mais, vou entrar no tema que interessa neste momento.
Daqui para a frente vamos produzir uma série de alertas, tentando mostrar, dentro do nosso interesse que é apenas Itabira neste contexto. Fixando nosso município na extensão do problema focalizado agora, cabe aos verdadeiramente praticantes da verdade o seguinte: quais são os interesses maiores, coletivos, que mais interessam ao itabirano neste momento?
Pare para pensar e vamos dar dicas claras, considerando que temos pouco tempo ao nosso dispor e que não podemos falhar. Então, um a um, vão ser selecionadas as questões que deverão ir não mais para o teatro, mas para a grande realidade deste e de outro momento futuro.
SELEÇÃO
Agora vamos lançar a responsabilidade que nos afeta diretamente, representada pela pergunta: Itabira está a quantos quilômetros de chegar ao seu ponto fundamental que é a manutenção do padrão de vida atual? Para um direcionamento de ideias, vamos ao fundamental que é o seguinte, com uma pergunta simples: qual atividade econômica mantém a vida em Itabira?
Desde quando aqui cheguei, em 1966, faz-se esse questionamento. Já abordaram o turismo, que nada constitui de imediato e não substitui a mineração; vocação metalmecânica entrou, também no rol de ideias, principalmente com o catedrático Paulo Haddad; construir um polo madeireiro foi tema que esteve em pauta. Finalmente, depois que o prefeito anterior, Ronaldo Magalhães, esteve na China tentando trazer investimentos (e trouxe até mesmo chineses para estudar a praça), daí tudo parou.
TEMA
Nada mais a tratar senão lembrar que em 2021, no auge da pandemia, a Justiça parou a Vale durante 15 dias. Parecia o início do Apocalipse itabirano. O empobrecimento da cidade ocorreu imediatamente, o governo municipal ligou a luz amarela e já piscava a vermelha. Agora desligou o semáforo determinadamente, como se estivesse resolvido o grave problema da independência econômica. Pura politicagem barata.
Anotem : infelizmente, não há uma cabeça pensante, considerando que ocorrerá um milagre e Itabira será a primeira cidade do mundo a safar-se definitivamente do “bolsão de pobreza” pós-mineração.
Que Deus nos ajude, porque estamos num mundo cego. O Armagedon vem aí, inadiavelmente. Apareça-me um abençoado filho de Deus e me prove o contrário que lhe beijarei as mãos e os pés.
José Sana
26/06/2024
Foto e imagem: NS e redes sociais