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DE EUSTÁQUIO FÉLIX …

 

Cheguei  a Itabira para ficar no dia exato de 27 de maio de 1966.  No dia seguinte, iniciava a jornada de funcionário da velha Companhia Vale do Rio Doce (CVRD). No mês de maio me metia a enviar participações nos concursos literários que Eustáquio Lúcio Feliz promovia como presidente do Diretório Central dos Estudantes (DCE).

Eu morava poucos metros acima da casa dele. Levava-lhe meus trabalhos para concorrer, quase sempre poesias, eu pelejava para escrever trovas. Quando eram publicados os resultados meu nome não apareciam na classificação mais remota. Não desistia. Tocava a campainha da casa dele na rua Água Santa. Quando uma figura do sexo masculino atendia, eu me desculpava — “É engano” — e deixava para outra oportunidade. Na maioria das vezes eu enviava pelo correios, parecia mais seguro.

Comecei a frequentar as suas promoções sociais recheadas de mulheres bonitas, era o ambiente chamado de “colírio”. O tempo passou e alguns anos depois figurou na revista DeFato com o mesmo nome. Assumiu colunas sociais na imprensa regional, a exemplo de DeFato, O Passarela, Folha de Itabira, Tribuna de Itabira  e outros, além do site DeFato Online.

Do status do jornalismo, promoveu  concursos de destaques na sociedade, entre eles os troféus Carlos Drummond de Andrade, Pedro Aleixo, Cecília Meireles, Machado de Assis, entre outras iniciativas a convite de promotores em Minas Gerais e até no Brasil.

Eustáquio faleceu neste 8 de março de 2025, aos 79 anos de idade, quando enfrentou uma falência múltipla de órgãos. Casado com Sônia Félix, com quem teve dois filhos e mais dois de relacionamentos anteriores, e seis netos. Sepultado nesta data (8) no Cemitério da Paz, em Itabira . Durante cerca de 50 anos sustentou suas promoções, das quais a figura mais importante em quase todos os acontecimentos sempre foi a mulher, uma valorização que dedicava desde os remotos anos 1960.

 

E DE MULHERES

 

Seria coincidência? Ou é uma jogada do destino? Eustáquio Lúcio Félix foi eletricitário da Central Elétrica de Minas Gerais (Cemig), onde se aposentou, mas teve uma vida agitada com mulheres no sentido mais puro possível.

Ele próprio me contou, num momento de descontração — ele sempre aparecia agitado com as suas promoções — que fora atraído pelos nomes de famosas mulheres brasileiras, como Martha Rocha, de quem ouvia falar e que teria sido a primeira miss Brasil, baiana, e a segunda do mundo. E de Stael Rocha Abelha, de Caratinga.

Quando me refiro a mulheres não posso me esquecer de personagens que me cercaram na infância, adolescência e hoje (na terceira idade), como: minha mãe, avós, esposa, filhas, tias, primas, cunhadas, noras, amigas.

Trago meu orgulho e alegria de oferecer um currículo sem preconceito algum. Acredito que os inventores de nomes mais badalados   — machismo, sexismo, classismo, pedofilia, classismo, racismo, transfobia, homofobia, gordofobia, xenofobia e o famosíssimo bullying — morram de dor quando fizerem, se fizerem — uma pesquisa do lar em que fui criado.

Está aí o que posso oferecer às mulheres no seu dia e a Eustáquio Félix (a Sônia, como companheira fiel e assídua na vida), aquele que nos deixa hoje, num dia de reconhecimento às mulheres e de tristeza pela ausência dele.

 

Em 8 de março de 2025

 

José Sana

 

Foto: Facebook

NS
José Sana, jornalista, historiador, graduado em Letras, nasceu em São Sebastião do Rio Preto, reside em Itabira desde 1966.

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