E ELE PARTIU UM POUCO ANTES DO SERTÃO

NOTA DA FAMÍLIA

Sandra Cunha, sua primeira filha enviou à imprensa (recebemos de Heitor Bragança da Rádio Liberdade), o seguinte texto:

Veio para Itabira aos 13 anos. Morou com o Cônego Guilhermino Pereira na época pároco do Colégio Nossa Senhora das Dores. Trabalhou como pipoqueiro com tio Dimas e o irmão Sô Pim, na Farmácia Duarte com Didico Duarte, no HNSD, na CVRD como operador de escavadeira.

Foi proprietário da Drogaria Major Lage, no bairro do mesmo nome. Vereador por quatro mandatos desde 1976. Pai de oito filhos: Sandra, Sander, Suzana, Silvia, Saulo, Samuel, Isabela e Guilherme. Avô de 12 netos e bisavô de cinco bisnetos. Dona Olaine, foi sua esposa durante anos a fio.

NOTA DE UM AMIGO

Antônio Cunha Neto foi meu contemporâneo e quase conterrâneo. Nasceu entre as proximidades do dois distritos — Brejaúba e São Sebastião do Rio Preto — ambos então pertencentes à Comarca de Conceição do Mato Dentro, MG, — chegamos à terra de Carlos Drummond de Andrade quase na mesma época.

Em 1976 nos elegemos, juntos, vereadores, eu em reeleição. A nossa bandeira sempre foi Itabira em primeiro lugar. Trabalhamos nas gestões dos prefeitos Virgílio José Gazire, Jairo Magalhães Alves, José Maurício Silva, Luiz Menezes e Milton Dias Santos.

ELE SE FOI, O SERTÃO SE VAI

Radialista na pioneira Rádio Itabira AM, Antônio Cunha dirigiu por muitos anos um programa sertanejo que enchia as manhãs regionais de alegria. Seu mote, por ele criado e eternizado — “Não morre não, sertão!” — continua até hoje na boca do povo.

Há poucos meses o visitei em casa. Estava bem, de humor elevado, sempre sorridente. Disse-lhe na despedida: quero que continue forte como resiste o sertão. Mas ele partiu primeiro que as matas decepadas pelo ser humano.

José Sana

Em 31/03/2025
Com: Rádio Liberdade/Heitor Bragança
Foto: Redes Sociais
PS: Velório e sepultamento ocorrerão em 01/04/2025 na Fundação Cultural Carlos Drummond de Andrade e no Cemitério da Paz, respectivamente.