“Festa de Arromba”, cantariam ali Roberto e Erasmo Carlos. E muitas melodias da Velha Guarda foram tocadas e cantadas. E foi mais do que isto: emoções se apresentaram de várias formas: lágrimas de alegria, declarações ao chefe das Coroas, chamado por ele próprio de “bode” em uma de suas marchinhas, “Pagode”, o “bendito-fruto”, segundo seu irmão Dr. Mauro.
Do alpendre de sua casa, ambiente parecido exatamente com um “palanque”, ele e Eni, a esposa, ficaram o tempo todo, 45 minutos, de pé. Ambos acenaram seguidamente para todos e vibraram vendo aquele cenário de entusiasmo da “mini-multidão” de cerca de 100 pessoas, espalhadas, é claro, até do outro lado da Rua Trajano Procópio, como manda as regras da pandemia
FESTINHA ANTIGA E ATUAL
Teve um pouco de cada estilo de comemorar dos tempos nos quais Dr. Colombo, adolescente, era promotor de festas no Clube Atlético Itabirano (CAI): marchinhas de autoria dele próprio com os sustenidos criados pela coroa-compositora Maria Helena Gomes Nascimento; “parabéns pra você” tocado por componentes da Banda Santa Cecília e Euterpe Itabirana, cantado pelos presentes, além de outras canções imortalizadas, todas que o casal acompanhava; depois, os discursos e lembretes da vida exemplar do santa-mariense-itabirano.
Parentes — quase todos sobrinhos e amigos — subiram, primeiramente, a rampa da residência. Num revezamento bem planejado, organizado, em comemoração promovida pela Prefeitura, depois de cumprimentar o aniversariante, foi a vez do prefeito Marco Antônio Lage, que levou uma placa.
Os vereadores Carlin do Sacolão e Carlos Henrique representaram a Câmara Municipal e comentaram entre si que o aniversariante já exerceu a função de vereador na cidade (1958 a 1962).
A presidente da Associação Médica de Itabira, Dra. Janice Bellavinha Tomazi, representou a classe de que ela e o homenageado fazem parte.
“PATRIMÔNIO HUMANO”
Marco Antônio Lage chegou acompanhado pelo assessor de Gestão, Programas e Metas da Prefeitura, Gabriel Quintão, exatamente no horário marcado, quando a bandinha cantava músicas da Velha Guarda.
O chefe do Executivo de Itabira homenageou, pela segunda vez, o personagem desta temporada, cuja iniciativa é de sua autoria: “Ano Municipal do Centenário de Dr. Colombo Portocarrero de Alvarenga e Dom Mário Teixeira Gurgel”.
Desta vez foi no dia exato da comemoração, neste 17 de junho de 2021, que vai para a história de Itabira como um marco de exemplo para todos, principalmente quando Itabira se encontra em ritmo de esperança para sacramentar um futuro promissor.
Ao entregar ao centenário médico uma placa, o prefeito disse: “Fico emocionado, pois Dr. Colombo foi médico da minha família, é uma referência em tudo que se propõe a fazer, seja como médico, político, vizinho, cidadão. É um patrimônio humano da nossa comunidade. Muito bom vê-lo chegar aos 100 anos lúcido e com saúde. É, realmente, um imenso prazer”, concluiu ao som de aplausos e de outras melodias.
Em seguida, entregou uma placa (ver foto).
SAUDAÇÃO DOS MÉDICOS
A presidente da Associação Médica de Itabira, otorrinolaringologista Janice, falou em nome da classe que representa, cuja parte de seus colegas estava no público, somando um bom número de cidadãos vestidos de branco.
“Um grande exemplo para a comunidade médica e para toda a comunidade itabirana”, afirmou a otorrino ao entregar a Dr. Colombo um arranjo de suculentas de diversas espécies e uma placa.
AGRADECIMENTO ESPECIAL
Todos aguardavam em suspense a palavra do médico aniversariante que, mesmo emocionado, foi plenamente claro ao proferir sua gratidão.
Agradeceu a todos e dedicou palavras de carinho às componentes do Time de Voleibol das Coroas do Clube Atlético Itabirano (CAI), que ainda existe e tem diretoria. A fundação da entidade esportiva, em 1968, teve a iniciativa de Celinha Sampaio, Dorinha Brandão e Eni Figueiredo de Alvarenga, esposa do homenageado, hoje com 95 anos e também firme e lúcida como o marido.
Dr. Colombo fez menção à turma das Coroas, a que se integrou, depois, para ser, com Joel Grisolia, “dois bodes”, segundo ele, “sem função”. Como se vê, pelas dezenas de composições musicais que escreveu, o humor entrava em todas as estrofes.
Desde o “Hino das Coroas”, passando pela marchinha “Pagode” e “Bodas de Prata” até o samba-enredo da Escola de Samba Nove de Outubro, ganhador de prêmios dos carnavais itabiranos, tudo sempre se fez com farras e alegria.
As Coroas, lá no pé da rampa, aplaudiam seguidamente tudo o que falava o médico centenário e entoavam as músicas de décadas passadas.
Dr. Colombo concluiu assim as suas palavras: “Nunca pensei em chegar aos 100 anos e muito menos que receberia tamanha homenagem. Dessa forma, posso esperar a comemoração dos meus 200 anos”.
E ainda prometeu promover um baile para as Coroas.
Notícia Seca
E ainda prometeu promover um baile para as Coroas.