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Com relativo, ou muito atraso, chega ao nosso conhecimento que a mineradora Vale teria construído banheiros unissex em todas as suas instalações de trabalho em todo o Brasil. De Norte a Sul, Leste a Oeste, Oiapoque ao Chuí, Minas Gerais ao Pará, agora é assim: homens e mulheres podem fazer suas necessidades fisiológicas ou trocar suas roupagens íntimas ao vivo e a cores, em ambiente de quatro portas, livres para quem entra e sai.

Consultamos dezenas de pessoas para obter mais informações e cada uma conta o que sabe e o que faz. Constrangimento total entre funcionários, principalmente  mulheres, casadas ou não, mães de família ou não. As vítimas declaram-se perdidas, têm medo da demissão, já que a crise apresenta-se como fator de pressão. Uma consultada disse-nos que lhe vem à cabeça a ideia da prostituição que ainda sobrevive no mundo. “Gente, tenho marido e filhos, tenha piedade de nós!”.

Obtivemos a informação de que tudo começou com um cidadão que desejava frequentar banheiro feminino, ter acionado a Justiça para que obtivesse tal “direito” novo na literatura jurídica brasileira. A sequência do ato se resumiu no seguinte: a Vale teria unificado as instalações sanitárias  para todos, de A a  Z, de 16 a 100 anos de idade, de ambos os sexos. Ouviu os acionistas? Não. Consultou as comunidades? Não. Só teria praticado  o ato ditatorial, mostrando-se acima de todos e de tudo.

Como é ético na imprensa que deseja ser séria, tentamos falar com o outro lado, a Vale. Não obtivemos respostas. Por isso resolvemos publicar este editorial (pensamento da Editoria) com vistas a, se necessário,  promover uma discussão leve e de alto nível. Este tema, muito melindroso, não pode escapar das garras da religiosidade, dos pilares que sustentam a família e, por extensão, a sociedade.

O recado foi entregue à família brasileira por uma das maiores empresas do mundo, que é privada e nada deve de satisfação a quem quer que seja. A resposta da sociedade ainda não se notou. De nossa parte, estamos cumprindo o dever cristão de mantê-la unida e respeitada. E que conservadores e progressistas recolham-se às suas insignificâncias em um momento que não deve ater-se aos politiqueiros de plantão.

A Editoria

NS
José Sana, jornalista, historiador, graduado em Letras, nasceu em São Sebastião do Rio Preto, reside em Itabira desde 1966.

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