Thyago Henrique
Repórter- Diário do Comércio

Entre janeiro e junho deste ano, as exportações de minério de ferro de Minas Gerais somaram 79,4 milhões de toneladas, gerando uma receita de US$ 5,2 bilhões. Os resultados foram 24,3% e 8,9%, respectivamente, inferiores em relação ao mesmo intervalo de 2024. Em termos de valor, foi o menor patamar alcançado para um primeiro semestre desde 2020.
Os dados constam no Comex Stat, plataforma do governo federal. Conforme explica a doutora em economia no Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional (Cedeplar), da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Diana Chaib, vários fatores motivaram o desempenho negativo. O principal deles é a desaceleração da demanda global, sobretudo da China, o principal destino do produto exportado pelo Estado e pelo Brasil.
Ela ressalta que a economia chinesa enfrenta um momento de ajuste estrutural, com uma desaceleração mais prolongada do setor imobiliário e um crescimento mais baseado em consumo e tecnologia, setores que demandam menos minério do que o modelo anterior, baseado em infraestrutura pesada. Isso afeta diretamente estados como Minas Gerais, cuja pauta exportadora é fortemente concentrada em bens primários, como o minério de ferro.
Segundo Diana Chaib, outro fator que afetou a performance mineira foi o preço da commodity no mercado internacional, que vem oscilando em patamares mais baixos, impactando também no recuo da receita. “A queda de 24% em valor, frente a um recuo de apenas 9% no volume, mostra que a principal explicação está na deterioração dos preços internacionais, o que faz com que a rentabilidade das exportações se reduza”, destaca.