E o dia seguinte aconteceu, registro que era quase uma festa na “Fazenda Boi que não ri” (não confundir com a propriedade da Família Fubá aquinhoada com um presente extraterrestre.
Se não se alcançou a solução definitiva, pelo menos a reunião excomungada de notórios desconhecidos, forasteiros, vindos de lugares diferentes desta pátria nem tanto amada, pode servir como um notável “plano b”.
FUTURO? O QUE É ISSO, CAMBADA!?
Um vozerio todo bagunçado sobressaía vindo do fundo do quintal. Além de cães famintos, piavam as mais robustas aves ornamentadoras do ex-hotel fazenda de propriedade de Marco Antônio Lage.
Começaram a falar em futuro, a mandante, que se declara sempre odiosa da terra de João Camilo de Oliveira Torres, mandou parar. “O plano inclui, sim, algo do porvir, mas será para daqui a um deserto de gerações”, conclamou entre palmas e urros. Surpresa: não subiu na mesa. O seu raciocínio é correto porque nas duas eleições municipais transcorridas – de 2020 e 2024 – o povo itabirano deixou claro que sua classificação de idiota segue para além de todos os limites da vida e da morte.
PLANO A: VAMOS COLOCAR EM AÇÃO JÁ
O Plano A começa com o seguinte título que não pode ser, jamais esquecido ou não mencionado: Cidade Fantasma. Para que a plateia não se assustasse, um forasteiro de topete brilhante, que parecia usar a verdadeira loção do tempo da brilhantina, abriu um grande livro e começou a ler os seus capítulos. Sem ser apresentado, autodenominou-se “Pombo da Paz”. O início da explanação foi a citação de algumas cidades fantasma do mundo inteiro, inclusive do Brasil, e de que forma cada uma se tornou peça importante e turística. Nomes como de:
Aokigahara no Japão, Bodie, na Califórnia (EUA), Pripyat, na Ucrânia,
Humberstone no Chile, Kolmanskop na Namíbia, Morschenich e Manheim, duas de cidades alemãs, Aokigahara no Japão, Hiroshima e Nagzaki, tiveram destaque como exemplo.
Passando por cidades brasileiras, lembrou as do ciclo do ouro, nas quais incluiu Itabira, mesmo com pequena influência no crescimento atacado por causas diversas. Mas enumerou Ouro Preto, Mariana, além de Cemitério do Peixe, em Conceição do Mato Dentro (incrível aglomerado de 200 casas desabitadas, Fordlândia no Pará, Vila de Paricatuba no Amazonas e outras.
O QUE FAZER COM ESSE HORROROSO MUSEU?
Segundo os entusiasmados forasteiros, inclusive três que vinham à cidade pela primeira vez, Itabira será diferente de todas no mundo, pioneira de um período áureo em que o dinheiro correu a ventanias, principalmente nos últimos cinco anos. Reparem as fotos de antigamente e de hoje. Foram construídos mais de dez mil edifícios em redor do centro histórico e semi-histórico. Também aparecem a cada dia prédios de escritórios, clínicas e hotéis. Há investimentos incríveis na área civil, mas a ideia será o abandono com a falta absoluta do dinheiro da Vale, bilhões incríveis.
Até o presidente do Sindicato Metabase, André Viana Madeira, um dos maiores e influentes de Itabira, declarou a repercussão de manchetes o alerta assim sintetizado: “Como está caminhando, Itabira se tornará uma cidade fantasma.
As chamadas “Praças do Marco Antônio”, que assim denomina a boca pequena, padecerão mais depressa, por falta absoluta de condições de manterem jardineiros e cuidadores. As clínicas continuarão atendendo a região. Haverá um caos, um choque tremendo, principalmente em Itabira. Engraçado, mas tudo o que falou não fez, parece necessitar de um secretário de confiança,
A palavra está aí na boca de um forasteiro que passou a dirigir a reunião: Turismo Macabro.
O QUE É TURISMO MACABRO
Nenhum dos presentes tinha a certeza de que seria inaugurado em Itabira o primeiro Museu Macabro do Brasil ou do mundo. Mas havia muita segurança sobre a seguinte informação: seria o pioneiro no globo terrestre. Então é isso: depois dos ciclos do ouro, da Terceira Itabira (se não foi concretizada as Três Marias lamentam porque fizeram a sua parte (também o médico Dr. Edson Lima faz porte do corpo testemunhal), chegamos à solução, que pode assustar, mas é real: Turismo Macabra.
E começaram logo, a escolher uma inspiração: o novo patrono de Itabira será o doutor Victor Frankenstein,
Um super desconhecido, levantou-se e mostrou um desenho da monstruosa figura, que teria uma estátua instalada na entrada da cidade, exatamente no lugar da atual, de Drummond. Para ilustrar mostrou uma gravação de “reunião de macumba em que teria havido e com reclamações vindas não se sabe de qual sarau, parece que de um covil malcheiroso. A ordem é que seria preciso retirar a figura do poeta, cujo paletó estaria extremamente puxado e instalar em seu lugar a de Frankenstein, cientista mais adaptado ao verdadeiro futuro que a filosofia do atual prefeito tenta praticar.
Isso resulta na concepção de uma criatura sobre-humana e monstruosa que passa a perseguir o notável inglês, tornando-se um arquétipo de seu próprio criador. A recuperação da cidade teria o crédito mais que justo daquele que se diz ser o faz tudo, aí entra o prefeito muito vaidoso, coitado (pensa até qe não morre). O nome de nossa urbe não faltou na magna reunião: Itabira do Mato Dentro Fantasmagórico.
(Continua no próximo número, inclusive ressuscitando a Loira do Parente e o Capeta do Campestre)
Zé do Burro e Eu
Fotos: redes sociais e arquivo NS
Itabira tem tudo para dar certo, mas, sempre dá errado, acho que é por causa da cabeça de burro enterrada em algum lugar da cidade. Quem sabe um dia as escavações da Vale a descubra, assim teremos a peça mais valiosa para o museu macabro.