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As drogas avançam no mundo. Idem no Brasil e com muita força em Itabira. A violência assusta. Na terra drummondiana morre um cidadão por dia, no mínimo, ou até mais. Ninguém acusa ninguém. Ou melhor, o culpado agora é o governador do Estado de Minas Gerais. A “novidade” de buscar meios de recompensa e criar bodes expiatórios deveria ter sido apontada faz tempo e por isso não há seriedade em seu bojo. A proximidade das eleições se estampa aos olhos até de cegos.

Mas o gongo já soou e denuncia, tardiamente, os chamados “caçadores de recompensa”,  como no bang bang que eles citam. Por que não o fizeram há mais tempo, distantes do período eleitoral? Que dia as polícias Civil e a Militar, conseguiram a proeza de, sozinhas, deter a violência?  Elas próprias sempre convocam a sociedade para se juntar aos seus esforços nessa tarefa “hercúlea”. Sem a união das famílias e, o pior, com palpites errados de políticos, estaremos  cavando as nossas próprias sepulturas.

A causa da violência vem de cinco letras apenas: drogas. Elas chegam às mãos de crianças, adolescentes, adultos e até de idosos. Covardia da politicagem: provocam a tempestade e ainda anunciam a falsa bonança, deixando claro que vão pedir votos. Pensam que enganam os já muitíssimas vezes ludibriados. Os tais continuam nos fazendo de idiotas, em repetidas vezes somos imbecis?

Charge Duke

Existem, ou existiam, projetos que deram certo e são o único caminho, como: “Quero viver”, “Aliança pela Vida”, o “Programa Educacional de Resistência às Drogas (Proerd)”, os quais, de repente, desapareceram. Por quê? A própria comunidade pode fazer a pergunta e as autoridades deveriam dar respostas. Naquele momento, a classe política não percebeu, não sentiu o cheiro da fúria que se aproximava e não agiu, não apagou o fogo ameaçador.

Agora, ouvem-se gritos que não contribuem para o bem geral, pelo contrário, mostram aos nossos ouvidos que  a inércia e o oportunismo deles só visam a votos e trono. Quando ficaremos livres do “faroeste” (expressão por eles usada)?  Até retomarem esses caçadores de votos suas posses no poder o caldo, que já entornou, a vaca que já foi para o brejo, nos mostrarão  o caos, que eles provocaram.

Itabira está inundada de álcool, maconha, cocaína, crack, ecstasy, LSD, inalantes, heroína, barbitúricos, morfina, skank, chá de cogumelo, anfetaminas, clorofórmio, ópio e outras, denunciam os entendidos, que sempre trabalharam no combate ao mal e foram abandonados, desacreditados, sequer voltam à atividade que executavam com carinho e desprendimento.

É preciso mais do que nunca, todos, sem distinção, darem as mãos aos  dependentes químicos e a suas famílias. Todos precisam  saber como adotar uma política voltada para a  prevenção, que não é a demagogia. A sociedade civil itabirana, que tantas vezes salvou a cidade e se agigantou nas grandes causas, pode agir  e fazer a diferença. Há muitas vítimas das drogas almejando sua independência, mas não têm força e, ainda mais, são repelidas. O berro tardio de políticos, omitindo as causas verdadeiras, tem a cara de enganação.

Fica o  alerta com a seguinte advertência: se cruzarmos os braços, continuaremos como vitimas de nossa própria cegueira. Todo problema vem de uma causa não tanto distante. Não há efeito sem causa. O momento é sério. Não podemos fugir dele.

 

A EDITORIA

NS
José Sana, jornalista, historiador, graduado em Letras, nasceu em São Sebastião do Rio Preto, reside em Itabira desde 1966.

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    Nesta manhã , da janela do meu quarto, este cenário deslumbrante de vida e luz que convida à prece.

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