O início da produção do projeto South Flank de US$ 3,6 bilhões da BHP na Austrália – combinado com as operações existentes no local – criará o maior polo de minério de ferro do mundo. Também pode ajudar a esfriar temporariamente um mercado aquecido.
O futuro do minério de ferro agora é negociado abaixo de US$ 200 a tonelada depois que o gabinete da China pediu uma supervisão mais rigorosa dos mercados de commodities e proteção aos consumidores contra a alta dos preços. Embora a South Flank seja uma mina de substituição, o anúncio de um grande projeto entrando em operação pode gerar efeito negativo no curto prazo, de acordo com Peter O’Connor, analista de mineração na Shaw & Partners.
EXAGERO DAS COMMODITIES
Nos mercados internacionais, as commodities sentiram o peso dos temores de inflação, e autoridades em Pequim buscam controlar e baixar os preços. O gabinete da China expressou preocupação na quarta-feira sobre o aumento dos preços pela segunda semana consecutiva e pediu mais medidas para conter ganhos “irracionais” e evitar qualquer impacto sobre os preços ao consumidor. A reunião, presidida pelo primeiro-ministro Li Keqiang, também recomendou limites às apostas especulativas e de grandes volumes concentradas em um ativo.
Diante desse cenário, onde as margens do aço começam a encolher na China e Li busca esfriar os preços das commodities, “isso pesa nessa narrativa, em vez de realmente pesar no mercado”, disse O’Connor. “Mas quando você chega a esse tipo de extremo, essa narrativa subjetiva pode ser um fator-chave.”
SOUTH FLANK
O projeto South Flank foi construído para substituir a mina Yandi, perto de se esgotar. Juntamente com a Área de Mineração C existente, a nova mina formará um polo com produção anual de 145 milhões de toneladas ao ano.
O produto de maior qualidade da South Flank também aumentará o teor médio de minério de ferro nas operações de Pilbara da BHP. No curto prazo, há possibilidade de aperto maior nas exportações de minério da BHP, já que South Flank e Yandi operam em conjunto, embora o impacto físico geral no mercado seja provavelmente pequeno, disse O’Connor.
O início da produção de 80 milhões de toneladas por ano na South Flank, o mesmo volume da Yandi, ocorre em um momento em que Austrália e Brasil, principais exportadores, enfrentam desafios para atender à forte demanda das siderúrgicas chinesas.
Os embarques de Pilbara caíram 6% em abril em relação ao mesmo período do ano anterior, enquanto as exportações do Brasil ficaram estáveis, de acordo com a Bloomberg Intelligence. A estimativa atual da BHP é de produção anual no limite superior da faixa de 276 milhões a 286 milhões de toneladas.
NOTA DA REDAÇÃO
Numa demonstração de ser algo fantástico no pós-pandemia, as cidades mineradoras brasileiras, especialmente Itabira, estão vivendo momentos de júbilo que podem não durar, até porque existem outros motivos já anunciados de exaustão das minas.
O que está acontecendo no momento no mercado do minério de ferro deve chamar a atenção dos municípios mineradores.
Sugestão de N.S.: que os municípios brasileiros tenham a seu dispor no momento, quando o ano fatídico de 2030 está chegando, gestores para monitorar como anda o mercado mundial do minério de ferro.
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Por Bloomberg
BHP South Flank 2
(Imagens: Reprodução/ Youtube BHP e Divulgação