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Por G1

A Amazônia Legal bateu mais um recorde de área sob alerta de desmatamento em maio. Até o dia 28, a região tinha 1.180km² de área sob alerta de “desflorestação”, o maior número para o mês desde 2016. Os dados são do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

É o terceiro mês consecutivo em que os índices batem recordes históricos mensais. Também é a primeira vez que a área sob alerta de desmatamento em maio passa dos 1 mil km²:

Fonte: Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter)/Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe)

Fonte: Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter)/Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe)

A Amazônia Legal corresponde a 59% do território brasileiro e engloba a área de 8 estados (Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins) e parte do Maranhão.

Os alertas de desmatamento foram feitos pelo Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter), do Inpe, que produz sinais diários de alteração na cobertura florestal para áreas maiores que 3 hectares (0,03 km²), tanto para áreas totalmente desmatadas como para aquelas em processo de degradação florestal (exploração de madeira, mineração, queimadas e outras).

Devastação na Amazônia foi a maior registrada desde março de 2011, um alerta para as autoridades e a sociedade agora no início da seca

Devastação na Amazônia foi a maior registrada desde março de 2011, um alerta para as autoridades e a sociedade agora no início da seca

O Deter não é o dado oficial de desmatamento, mas alerta sobre onde o problema está acontecendo.

A medição oficial do desmatamento, feita pelo sistema Prodes, costuma superar os alertas sinalizados pelo Deter. Os últimos dados divulgados pelo Prodes apontaram que a área desmatada na Amazônia Legal foi de 11.088 km² na temporada de 2019 a 2020 (período que engloba agosto de 2019 a julho de 2020).

ESTAÇÃO SECA

Foto mostra homem medindo árvore depois de cortá-la em Itaituba, oeste do Pará, no dia 7 de agosto de 2017. — Foto: Nacho Doce/Arquivo/Reuters

Foto mostra homem medindo árvore depois de cortá-la em Itaituba, oeste do Pará, no dia 7 de agosto de 2017. — Foto: Nacho Doce/Arquivo/Reuters

Em nota, o Observatório do Clima, rede de 56 organizações da sociedade civil, afirma que os dados de maio são preocupantes, porque o mês marca o início da estação seca, “quando a devastação se intensifica” em grande parte da Amazônia.

“A permanecer a tendência nos próximos dois meses, a taxa oficial de desmatamento de 2021 (medida de agosto a julho) poderá terminar com uma inédita quarta alta consecutiva. O comportamento da curva dependerá exclusivamente de quem hoje dá as cartas na região: o crime ambiental”, disse a entidade.

Amazônia tem o maior desmatamento para o mês de abril em uma década, diz Imazon. A medição do desmate no Brasil considera sempre a temporada de agosto de um ano a julho do ano seguinte por causa das variações do clima: com essa divisão do tempo, pesquisadores conseguem levar em conta o ciclo completo de chuva e seca na Amazônia, analisando como o desmatamento e as queimadas no bioma oscilaram dentro dos mesmos parâmetros climáticos.

MAIORES DESMATADORES

O Pará foi, mais uma vez, o estado com maior área sob alerta de desmatamento em maio: 425km², equivalente a 36% do total registrado até o dia 28.

Queimada em área desmatada em Novo Progresso, no Pará, em agosto de 2020 — Foto: CARL DE SOUZA / AFP

Queimada em área desmatada em Novo Progresso, no Pará, em agosto de 2020 — Foto: CARL DE SOUZA / AFP

Na temporada passada, o estado concentrou quase metade de todo o desmatamento na Amazônia Legal, segundo o monitoramento do Prodes.

Em segundo lugar veio o Amazonas, com 289km² sob alerta, e depois Mato Grosso, com 242km². Rondônia teve 180km² sob alerta. Em seguida vieram Acre (31km²) e Maranhão (11km²). Tanto o Tocantins como Roraima tiveram 1km² sob área de alerta. O Amapá não teve áreas sob alerta de desmatamento.

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