O que você acha de uma droga experimental capaz de reverter os principais sintomas do Alzheimer? Pois é justamente essa a descoberta dos pesquisadores da Albert Einstein College of Medicine, que fica na Morris Park Ave, Bronx, em New York. Na prática, esse medicamento funciona como uma espécie de mecanismo de limpeza, que elimina proteínas indesejadas das células cerebrais.
PARA TENTAR ENTENDER
Esse processo de limpeza das células é conhecido como CMA (autofagia mediada por chaperona), e se torna menos eficiente à medida que a pessoa envelhece, aumentando o risco de que proteínas indesejadas se acumulem, danificando as células.
Acontece que o Alzheimer é caracterizado justamente pela presença de proteínas tóxicas no cérebro. Esse novo estudo revela uma interação dinâmica entre o CMA e a doença, e sugere que as drogas para acelerar o CMA podem oferecer esperança para o tratamento de doenças neuro-degenerativas.
TESTES E PESQUISADORES
Os pesquisadores fizeram o estudo com camundongos, atribuindo neurônios cerebrais sem CMA. A ausência de CMA em um tipo de célula cerebral foi suficiente para causar perda de memória de curto prazo e até dificuldade de locomoção.
Com isso, a equipe desenvolveu um novo medicamento que mostra potencial para o tratamento de Alzheimer. Essa droga revitaliza a eficiência do CMA ao aumentar os níveis de seus principais componentes. Os pesquisadores testaram essa droga em camundongos, e as doses orais administradas ao longo de 4 a 6 meses levaram a melhorias na memória, depressão e ansiedade. A capacidade de locomoção melhorou significativamente, e houve uma redução dos aglomerados de proteínas indesejáveis.
Por Nathan Vieira
Fonte e fotos: Science Daily
NOTA DA REDAÇÃO
Trata-se de informação segura, cuja veracidade pode ser confirmada por qualquer cidadão. Aos profissionais competentes, cabe a eles aprofundarem-se em estudos, caso seja do interesse de cada um. Esperamos que a conclusão não seja como de uma reportagem que fizemos em 2008, em São Paulo, com especialistas em vacina contra o câncer. Depois de pronta a entrevista, nos foram oferecidos favores para a não-publicação. Movidos por ameaças de demissão de médicos e paramédicos de uma instituição importante, permanecemos em silêncio, publicamos outra entrevista que pode até hoje ser conferida. Afinal, interesses econômicos imediatos não podem deter avanços da ciência médica e nem desvalorizar a vida humana.