Apenas seis vereadores — Sidney do Salão, Neidson Dias Freitas, Rose Félix, Tãozinho Leite, Luciano Sobrinho e Robertinho da Auto-Escola votaram a favor de três emendas ao Orçamento de 2024, que pediam simplesmente recuperação de quadras e uma ajudazinha à saúde. O presidente Heraldo Noronha ficou apenas no monitoramento. Só daria o voto de minerva caso houvesse empate.
Hoje, 21 de novembro de 2023, ocorreu o fato inédito que denuncia claramente o seguinte: voto de cabresto e declaração assumida do Poder Executivo do maior racha que promoveu em Itabira, dividindo a cidade de BEM X MAL. Cuidado com as iniciais. Os próprios vereadores reconhecem que esse não deveria ser motivo de antagonismos. A bagunça feita na Câmara nesta terça-feira mostra que a paz não interessa a um lado e a guerra será mantida.
PROJETO “INCONSTITUCIONAL?”
Ineditismo saiu aos grupos nos alto-falantes verticais e horizontais da Câmara Municipal Feliciano Penna, localizada no centro da cidade. Alguns vereadores usaram o termo “inconstitucional” para justificar o seu voto.
A verdade está, no entanto, escondida no manto da hipocrisia: a velha política não deixa Itabira nem que a vaca tussa e seus praticantes são ditos escolados. A ordem expressa para degolar a emenda veio exatamente do Paço Municipal Juscelino Kubitschek de Oliveira, provisoriamente instalado no espaço da Funcesi.
É PROIBIDO EMENDAR O ORÇAMENTO
“Não pode mexer nisso, isso é meu, é sagrado” — teria sido a ordem inicial vinda do poder entranhado nas ideias e pesadelos do terceiro andar. A decisão de cada vereador contrário era definitivamente intocável. Havia e há cabresto, como nos velhos tempos. Estou apenas mostrando que o voto controlado domina também no primeiro escalão da política itabirana. É lamentável porque o vereador tem um salário exorbitante, quantia desmerecida pela maioria absoluta deles. Ganham para obedecer.
O plenário da Câmara Municipal ficou tomado pela plateia que queria manifestar-se e deu show, reivindicando em nome de uma maioria que sofre muito. Muitos exibiam cartazes com chamadas de atenção para alguns problemas: nomes de vereadores que votariam contrariamente às emendas, citação de situações calamitosas da saúde e a faixa que mais chamou a atenção: “Menos festas, mais saúde”.
Invariavelmente, um ou outro vereador carrega a marca da ironia. Ao perceber que muitos pares se referiam à garantia de realização de obras que são prometidas pelo prefeito, a Vereadora Rose Félix, única do sexo feminino entre 16 colegas, fez a pergunta mais interessante da tarde: “O metrô vai sair?”
Só para que alguns engraçadinhos não dizem que não citei os nomes dos que poderiam votar em casa mesmo, pelo WhatsApp ou Messeger, cito-os, contrariado: Carlos Henrique, Weverton Vetão, Júber Madeira, Júlio Contador, Bernardo Rosa, Carlinhos Sacolão, Júlio do Combem, Marcelino Guedes, Reinaldo Guedes, Rodrigo Diguerê.
José Sana
21/2023
Fotos: Digital Regional e Heitor Bragança