A economia moderna foi muito influenciada pela contribuição do economista escocês Adam Smith em sua obra “A Riqueza das Nações”. Smith estabeleceu alguns dos princípios fundamentais da economia, que ainda hoje servem de guia a economistas de todo o mundo.
A distribuição das atividades econômicas se dá entre os setores: primário, que diz respeito à agricultura, à pecuária e ao extrativismo; secundário, que corresponde à indústria; terciário, que agrega os serviços, formais ou informais, prestados nas mais diversas áreas, e também as atividades comerciais.
Correr atrás do prejuízo
Este é o desafio de Itabira: economia extrativista, cidade que deitou e rolou no dinheiro, que teve tentativa sólida de decolagem definitiva nos anos 2000 a 2020, quando chutou o balde numa mudança impensada de direção. Desprezo ao tempo perdido, seria, há tempos, desafiada a organizar o seu futuro e fugir dessa desagradável zona de conforto.
Registrado um prejuízo da faixa de R$ 4,3 bilhões, o maior da terra drummondiana num mandato sem planejamento, a esperança agora é que o prefeito reeleito faça um exame de consciência e, a partir daí, retorne ao caminho da evolução e do desenvolvimento. Pensa-se neste momento no futuro, ter o tempo perdido como impensável daqui para a frente e nem um segundo mais se pode perder, chega de mesmice!
As encruzilhadas vividas -— extração do ouro, desenvolvimento das ferrarias, indústrias têxteis, tentativas de implantação da indústria madeireira, daí chega-se ao fim da extração e exportação de minério de ferro em altíssimo nível. E ponto. Chega agora de torrar dinheiro com o que não produz, chega de chover no molhado, chega de gestão sem lucro!
Unifei, nova máquina que puxa vagões
Não querem abraçar o caminho traçado pela Universidade Federal de Itajubá (Unifei)? Até agora perdura o silêncio do que fazer com 50% do trabalho realizado. Jogar fora os esforços dispendidos? Fica, então, o marco: o desprezo da Unifei, uma máquina que puxa vagões, seria como afundar de vez o Titanic. Encontrar outra vocação econômica a esta altura do tempo, podem crer é tão difícil quanto recondicionar o Cauê.
Itabira vivia à procura dessa vocação econômica para suceder a Vale. Do extrativismo saltaríamos da atividade primária à terciária, passando pela segunda como uma indústria sem fumaça. Agora pensam em achar um milagre do que nem na Alemanha existe saída? É somente saber o quanto os alemães fazem para tentar parar com outro mineral, o carvão.
Para Itabira uma plataforma bem elaborada pela equipe do engenheiro Renato de Aquino Faria Nunes que colocava em prática como inovação de primeiro mundo. Eu próprio fui à França como repórter para ver de perto o que era e continua sendo o modelo de Sophia Antipolis, o maior Parque Tecnológico do mundo. O plano itabirano: transformar a Unifei itabirana em molde francês. Ainda é o sonho do português da Ilha da Madeira.
Renato Aquino, uma figura simples e despretensiosa, homem de viajar espremido em navios, aviões, ônibus e até carrocerias de carretas, mas de uma inteligência imensurável, transparente como uma água cristalina, deixou o caminho aberto para Itabira, nem tanto reconhecido por todos, assim traçado:
— Porto Seco, que já existe, a estrada de ferro, só precisa ser municiado;
— Aeroporto Industrial, tema que acompanhei pessoalmente com o ex-vice-presidente da República, José Alencar Gomes da Silva, deputado federal José Santana de Vasconcelos, prefeito de Itabira (João Izael), secretário Gilberto Magalhães e vereador José Celso, presidente da Câmara Municipal;
— Parque Científico e Tecnológico, um seguimento do estupendo exemplar de Sophia Antipolis, França.
Conclusão
Só perguntas:
— Ainda vão procurar a vocação econômica de Itabira e reviverão os mesmos caminhos?
— Perderão mais tempo ainda com festas, praças, reformas?
— Vão colocar em prática o plano Marco Antônio prefeito até 2027 e candidato a deputado em 2028?
— Marco Gomes espantará os demônios da Prefeitura em dois anos? Consegue?
— E nós, vamos chutar o balde?
José Sana
Fotos: Arquivo NS