Você deve conhecer a história do flautista de Hamelin, figura mítica, contratado para livrar uma cidade medieval da praga de ratos. Ele tocava a sua flauta e todos os ratos o seguiam e se atiravam ao mar. Só que depois que ele livrou a aldeia dos ratos, os aldeões se negaram a pagar pelo seus serviços. Pra se vingar ele tocou sua flauta e atraiu as crianças da aldeia que desapareceram para sempre.
Pois é. Não tenho dúvidas de que influenciadores, coaches e mitos modernos são os flautistas modernos, exercendo influência muitas vezes nefasta sobre os jovens, especialmente do sexo masculino.
Com promessas de autoconfiança e sucesso, esses neoflautistas manipulam e enganam, plantando sementes de misoginia e intolerância em corações e mentes.
Eles criam uma fachada de confiança, mas, na verdade, alimentam o ódio e a divisão.
Esses líderes se tornam heróis para muitos, ostentam carrões, fazem seus vídeos em suas mansões, geralmente defendem a submissão feminina e mostram números de múltiplos dígitos, que conseguiram com ações miraculosas na internet.
Como a maioria vive procurando fórmulas mágicas para enriquecer rapidamente sem esforço, se encantam com o som das flautas e seguem esses pastores do diabo.
Assim como o Flautista da Hamelin, que primeiro levou os ratos para o abismo e depois as crianças para nunca mais voltarem, essas influências perniciosas transformam nossos jovens em ratos, em zumbis, roubam sua juventude e seu futuro, enchendo-os de preconceito e ressentimento.
Será que ninguém tá enxergando o mal que essas figuras representam? Devemos proteger nossos jovens, ensinando-lhes o valor do respeito, da empatia e da inclusão. Não com moralismo tacanho que julga, condena e abomina a compaixão e a sensibilidade humana.
Hora de acordarmos do transe, de evitarmos que a música enganosa do Flautista da Hamelin nos leve por um caminho de destruição.
A verdadeira autoconfiança nasce do respeito próprio e do amor ao próximo. Não da intolerância, da acumulação e da perda do respeito pelo outro.
Se quiserem ouvir flautistas, sugiro Altamiro Carrilho ou Ian Anderson do Jehtro Tull.
Se quiserem um influencier bom mesmo, leiam o evangelho de Jesus Cristo.
Obs – toda regra tem exceção, claro. Imagino que existam coachs e influencers do bem. Mas infelizmente, parece que a turma do inferno é melhor no marketing. Não respeitam a ética e podem mentir e trapacear à vontade.