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14 de janeiro de 2025 • 00:01

Thyago Henrique

Ao sindicato, a JMN Mineração alegou baixo teor de minério e pouca disponibilidade do insumo siderúrgico | Crédito: Reprodução / Site J. Mendes

A JMN Mineração vai reduzir o quadro de colaboradores da unidade entre Piracema e Desterro de Entre Rios, na região Central de Minas Gerais, de 359 para 125 pessoas. A decisão é acompanhada de ajustes operacionais necessários, incluindo a implementação de um novo plano de produção que será executado a partir da segunda quinzena deste mês.

Em nota, a mineradora afirma que iniciou o processo de reestruturação do complexo “para enfrentar os desafios impostos ao setor minerário brasileiro nos últimos anos e assegurar a sustentabilidade de suas operações”. E que a definição de diminuir o efetivo ocorreu “após esgotar todas as possibilidades e esforços para preservar os postos de trabalhos”.

A empresa do grupo J.Mendes ainda ressalta que “o diálogo com os representantes sindicais já foi iniciado para garantir que todos os direitos dos trabalhadores sejam rigorosamente preservados, reforçando a condução responsável e alinhada aos valores da empresa”.

O diretor do Sindicato Metabase Inconfidentes, que representa os colaboradores da indústria de extração de ferro e metais básicos de Congonhas, Belo Vale, Ouro Preto e região, Rafael Ávila, diz que a companhia informou à associação sobre a situação na última sexta-feira (10).

De acordo com ele, a JMN Mineração disse que demitirá, ao todo, 203 funcionários, e realocará os outros 31 para o complexo da Ferro + Mineração, que também pertence ao conglomerado J.Mendes, localizado entre os municípios de Ouro Preto e Congonhas. Segundo Ávila, até 26 de janeiro, os funcionários estarão de licença remunerada.

A justificativa dada pela companhia ao sindicato, conforme o diretor, foi de que o teor de minério da unidade é baixo e que o ativo tem baixa disponibilidade do insumo siderúrgico.

Mineradora poderia ter pensado em outras soluções, diz sindicato

Para o dirigente, o que a empresa pretende com a decisão é “maximizar lucros”. Na visão dele, a JMN Mineração falhou na comunicação, pois pegou todos de surpresa, sendo que poderia ter tentado dialogar com o sindicato para discutir uma forma menos drástica de fazer a reestruturação e pensar em soluções que não afetassem tanto os trabalhadores.

“Ao invés de aumentar o quadro de investimentos, poderiam ter valores inferiores e ir transferindo aos poucos os trabalhadores. Eles estão fazendo uma expansão de pilha de rejeitos em Congonhas, que já está em processo de licenciamento ambiental, para garantir o processamento dos finos, e precisam de mão de obra. Por que não pensaram nisso?”, questiona.

Sindicato tentará reverter a decisão e pode ir à Justiça

Ávila sobe o tom e afirma que a JMN Mineração não está com se preocupando com os colaboradores, uma vez que não tentou nenhuma alternativa, como conceder férias coletivas ou aplicar o layoff na unidade, antes de optar por reduzir o quadro de funcionários.

Segundo ele, o Sindicato Metabase Inconfidentes vai lutar para garantir os empregos e, caso não haja uma resolução amigável, entrará na Justiça, buscando indenizações.

O diretor sindical diz que se reuniu, nessa segunda-feira (13), com o prefeito de Desterro de Entre Rios, Waguinho Duarte (PRD), para tentar viabilizar uma audiência pública antes do dia 26, reunindo líderes municipais da região em prol dos empregos.

Nesta terça-feira (14), o sindicato terá uma reunião com a empresa e também vai oficializar o Ministério Público do Trabalho sobre o ocorrido. Conforme Ávila, provavelmente na quinta-feira (16), a associação terá uma audiência com os trabalhadores, em vista de “envolvê-los na luta”.

NS
José Sana, jornalista, historiador, graduado em Letras, nasceu em São Sebastião do Rio Preto, reside em Itabira desde 1966.

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