A.S.F., citado na crônica anterior, quer saber. Como ele me impede de dar seu nome integral, assumo a sua pergunta para evitar celeumas. Então, sou eu que quero saber. Os motivos são óbvios e não precisam ser citados. Estou à disposição do chefe do executivo itabirano. A hora que ele quiser. E se não quiser, vou manter a minha decisão de, se morrer, do outro lado do além não o deixarei em paz. Jurei morrer por Itabira e, se chegou a hora, que venha o minuto, o segundo.
A LISTA DA SAUDADE
Para que o leitor/internauta fique por dentro e nos ajude nesta empreitada de rachar como lágrimas no sol, ou sangue na veia, vou apresentar a lista do “já teve”. Antigamente, quando o itabirano ria na cara do santa-barbarense (nascido na vizinha Santa Bárbara) e chamava a cidade por esse nome saudosista, ninguém admitia que um dia pagaria língua. Segue a vida pagando e não pode mais caçoar da terra de Afonso Pena.
Com promessa do prefeito Marco Antônio Lage de manter o seu estilo o assistencialista e demagogo, com certeza chegará ao fim do governo com apenas uma obrinha, que um itabirano denominou “estradinha de Ipoema a Senhora do Carmo”. Vamos à lista itabirana do “Já Teve” (daqui para a frente com iniciais maiúsculas porque já é algo oficial).
COMPANHIA SIDERÚRGICA NACIONAL
A CSN não chegou a ser, verdadeiramente, algo de nossa propriedade, mas deveria ser por direito e justiça. Quando a Vale assinou o Acordo de Washington, em 1941, uma cláusula determinou que os exploradores deveriam construir, no Brasil, uma grande empresa de siderurgia. Não havia dúvida de que seria em Minas Gerais, onde se localizavam as riquezas descobertas.
Mas o velho Israel Pinheiro queria que fosse em Governador Valadares, enquanto políticos itabiranos tinham a “certeza” de que a agraciada seria Itabira. Mas para ajudar o seu genro Amaral Peixoto, o ditador Getúlio Vargas, desapropriou suas terras no Estado do Rio de Janeiro e mandou construir a CSN em Volta Redonda.
PORTO SECO
Item constante das iniciativas a serem tomadas com vistas ao futuro de Itabira, Porto Seco é denominação de quem nem mais é lembrado. A funcionalidade seria retornar ao passado: a Vale voltaria aos tempos antigos e transformaria uma estação comercial da estrada de ferro em Itabira para atender encomendas de embarcação e recebimento de matérias-primas. Eis aí um autêntico Porto Seco. Acredito que o prefeito nem sabe disso.
AEROPORTO INDUSTRIAL
Até meados dos anos 1970 Itabira tinha um aeroporto de verdade, localizado na parte lateral do prolongamento da Avenida João Soares da Silva, em frente à Oficina Centralizada. O empreendimento atendia aos executivos da Vale e também de Itabira e região, com voos normais, diários, que faziam o percurso de Itabira a Belo Horizonte e às cidades que mantinham escritórios e instalações da Companhia.
E foi ela, a própria mineradora, que decidiu desativá-lo, transformando-o em depósito de estéril. Cogitou-se de construir outro, mas a conversa não rendeu benefícios a não ser o Já Teve. Há, no planejamento para substituição de nova atividade econômica do município, o item Aeroporto Industrial, bem ao lado de Porto Seco e Parque Tecnológico
PARQUE TECNOLÓGICO
Citado acima, consta (ou constava) o projeto que teve sua iniciativa levada a funcionamento na praça de esportes do Sesi. Com o novo governo (este mais um problema itabirano: quase todo governo que assume, some com o planejamento do anterior e quem perde é aquele de quem debocham nas salas fechadas, o povo).
ESTRADA DE FERRO ITABIRA A BELO HORIZONTE
Fiz, em 2007/2008, pela DeFato, ao lado da repórter ex-Globo, Márcia Lage, um levantamento, em série de sete capítulos, da iniciativa da antiga Companhia Vale do Rio Doce e do governo federal de construir uma estrada de ferro de Itabira a Belo Horizonte.
A obra teve 60%de execução prontos com gastos estimados em um milhão de dólares destacando-se túneis, trincheiras, bueiros e várias outras estruturas. As obras, iniciadas em 1953, foram abandonadas em 1956. O Brasil desistiu dos trens e optou pelas rodovias, fazendo-se de desentendido, entrando na contramão do progresso.
INSTITUTO AGRONÔMICO
Domingos Martins Guerra, nascido em Caeté, idealizou a Escola Agrícola Vale do Piracicaba, tornou-se dela professor e diretor, transformou-a no Instituto Agronômico de Itabira, estabelecimento estadual, que funcionou durante quatro anos efetivamente no fim do século XIX, formou engenheiros e técnicos. Desestimulados pela baixa frequência, a faculdade foi para o Sul de Minas Gerais, precisamente Alfenas.
UNIFEI, AMEAÇADA A SER EX-FUTURO ITABIRANO
O maior e único empreendimento itabirano que surgiu nos últimos anos, hoje com 15 anos de funcionamento e mais de 20 incluindo o tempo de preparação, um gigante sonho de um reitor português, que veio fazer sucesso no Brasil, Renato Aquino Faria Nunes, ex-reitor da Universidade Federal de Itajubá.
A ele somaram trabalhos e esforços de um engenheiro ex-funcionário e consultor da Vale, Kleber Carvalho Guerra; ação incontestável do ex-prefeito de Itabira, João Izael Querino Coelho (2009-2012 e 2013-2016); reportagens que acompanhei pessoalmente de 2005 até o momento; de vereadores e outros assessores. Ainda presenciei audiência com ex-vice-presidente da República, José Alencar Gomes da Silva com essa pauta.
CONCLUSÕES
- Comprovantes de ações aqui descritas tenho em meu escritório e coloco à disposição de quem quer que seja, uma vasta bibliografia, incluindo pesquisas em várias universidades.
- Contestações ou acréscimos ao que acabo de mostrar, idem, à disposição de todos.
José Sana
29/04/2023
Imagens: Redes Sociais