Ao contrário de cidades comoBarão de Cocais, Catas Altas e São Domingos do Prata, Itabira não cumpriu a meta de vacinação infantil de 2022 definida pelo Programa Nacional de Imunização (PNI). Dessa forma, o município deixa de receber o selo de reconhecimento “Bora Vacinar”, distribuído pelo Governo de Minas e o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) no dia 19 de abril.
O selo tem o objetivo de fomentar ações municipais para aumento da cobertura vacinal e será realizado no primeiro trimestre de cada ano. Para a avaliação dos municípios, foram levadas em conta as coberturas vacinais de crianças menores de dois anos de idade referentes a 2022. A fonte dos dados foi o Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunizações (SIPNI), e os municípios foram classificados da seguinte forma:
- Ouro: 67 (7,85%) municípios que atingiram meta nas 14 vacinas avaliadas para crianças menores de 1 ano e 1 ano de idade.
- Prata: 219 (25,67%) municípios que atingiram meta entre 10 e 13 vacinas
- Bronze: 204 (23,92%) municípios que atingiram meta entre 05 e 09 vacinas
Na região, 15 municípios atingiram a meta, são eles: Barão de Cocais, Bela Vista de Minas, Carmesia, Catas Altas, Dom Joaquim, Dores de Guanhães, Ferros, Morro do Pilar, Passabem, Rio Piracicaba, Santa Maria de Itabira, Santo Antônio do Rio Abaixo, São Domingos do Prata, São Gonçalo do Rio Abaixo e São Sebastião do Rio Preto.
Por outro lado, outros oito municípios, além de Itabira, não obtiveram o selo do Governo de Minas. São eles: Bom Jesus do Amparo, Guanhães, Itambé do Mato Dentro, João Monlevade, Nova Era, Santa Bárbara, Senhora do Porto e Virginópolis.
O que diz a SMS
Ao portal DeFato Online, a Secretaria Municipal de Saúde de Itabira (SMS) enfatizou que a queda nos índices de vacinação é um problema nacional. Segundo a pasta, algumas das principais causas são a desinformação, notícias falsas e campanhas antivacinas. A SMS também elencou algumas das ações realizadas para combater este cenário e admitiu que os números são preocupantes. Leia, logo abaixo, o comunicado completo.
Essa queda é sensível, desde 2015, principalmente em municípios mais populosos, acima de 100 mil habitantes. Logicamente, é uma situação preocupante, e a Secretaria Municipal de Saúde tem trabalhado para ampliar o alcance das campanhas de vacinação, sejam as mais recentes, como a da Covid, ou as que tradicionalmente estão no Plano Nacional de Imunização (PNI).
A SMS tem investido nas vacinações extramuros (fora das unidades de Saúde); na busca-ativa de faltosos nas UBSs; em divulgação das campanhas em mídias próprias e em veículos de comunicação; padronização do atendimento nas unidades, com atendimento sem agendamento; e implantação de mais três salas de vacina em UBSs que antes não tinham esse equipamento, alcançando a totalidade das unidades.
Outra medida é o acompanhamento e verificação dos números que são encaminhados ao sistema que computa as doses aplicadas, sobretudo daquelas que são disponibilizadas fora das unidades básicas de saúde, locais de referência para esse tipo de ação. Por isso, treinamentos e ações recontagem são constantes para consolidação ou correção dos números encaminhados.
Sem novidades
No início deste mês, outra pesquisa, esta do Ministério da Saúde, chamou a atenção para outro número preocupante em relação à saúde em Itabira. O município teve resultado abaixo da média no último levantamento do Previne Brasil, programa do Ministério da Saúde para o financiamento da Atenção Primária à Saúde (APS).
Com o Indicador Sintético Final (ISF) de 5,39, a cidade ficou em penúltimo lugar dentro da sua microrregião, que contempla 13 municípios e teve média de 7,37. A média do ISF em Minas Gerais é de 7,54. O ISF determina o valor que as prefeituras devem receber em repasses federais, avaliando sete indicadores de pré-natal, saúde da mulher, saúde da criança e doenças crônicas. Em todos esses indicadores, Itabira não atingiu a meta estabelecida, e somente em três deles, atingiu pelo menos 60% do estipulado.
Fonte: DeFatoOnline