Por Renan Dantas
De acordo com o Itaú BBA, quem definirá quando as economias voltarão à normalidade é justamente o ritmo de vacinação dos países.
Segundo a corretora, todos as nações desenvolvidas devem recuperar o nível do PIB de 2019 em 2021, enquanto, para os emergentes, esse momento varia, podendo ser até a metade de 2022.
“A severidade da pandemia (medida em termos de óbitos per capita) explica uma pequena parte da diferenciação entre países”, apontam os analistas Guilherme Martins, Laura Pitta e Matheus Franciscão.
Países que conseguiram controlar melhor a pandemia, como China e a Nova Zelândia, tiveram uma recuperação rápida da atividade.
Ainda assim, a equipe ressalta que há casos de países que sofreram no controle da pandemia, mas que apresentam forte recuperação, como os EUA.
O QUE IMPORTA?
Segundo o Itaú, dois fatores são fundamentais para definir o ritmo da retomada. Um deles é a velocidade da vacinação, o que implica em retorno mais rápido à normalidade econômica. “A correlação encontrada mostra que, quanto antes o país conseguir imunizar sua população, maior seu nível de PIB em relação à tendência pré-Covid, na medida que a imunização permite a retirada das restrições”, aponta.
No outro caso, o estímulo fiscal dos governos também pode pesar na recuperação.“Estímulos fiscais em economias maduras têm menos impacto sobre condições financeiras, ao passo que, em países emergentes, o aperto das mesmas tende a amortecer, ao menos parcialmente, o efeito das medidas fiscais expansionistas”, argumenta.
COMO O BRASIL SE SITUA?
Para o Brasil, o Itaú lembra que o país possui um mix diverso de vacinas e estão no limiar dos níveis de vacinação que geraram melhora nos EUA e Europa. Em se tratando de cuidados diante do vírus, o uso de máscaras é praticamente uma unanimidade, mas surgem dúvidas quanto à prática de exercícios físicos com a respiração semi-retida. Em São Paulo, a cidade mais populosa do Brasil, aglomerações são inevitáveis.
A América Latina só vai recuperar o nível de renda per capita que tinha antes da pandemia em 2024, estima o Fundo Monetário Internacional (FMI), que alertou que a recente onda da covid-19 mancha “as perspectivas de curto prazo” na região.
“A renda per capita não voltará ao nível anterior à pandemia até 2024, o que causará perdas acumuladas de 30% em relação à tendência pré-pandêmica”, apontaram Alejandro Werner, diretor para as Américas do FMI, e outros dois economistas em um blog da entidade.
Em seu último relatório “World Economic Outlook” (WEO) publicado este mês, o FMI melhorou as perspectivas para a América Latina, projetando crescimento do PIB regional de 4,6% este ano, mas ainda abaixo da média global, de 6%.
O megainvestidor Rob Arnott informou que alocou mais da metade de seus investimentos líquidos em ações com perfil de valor de países em desenvolvimento, entre eles o Brasoc. A parcela é ainda maior do que ele tinha há dois anos. Essa estratégia também beneficiou o PIMCO RAE Emerging Markets Fund, de US$ 1,9 bilhão, que Arnott ajuda a supervisionar.
CONCLUSÃO
A precisão sobre se o Brasil segue ou não os países em desenvolvimento, em termos psicológicos, pode ser se vai ocorrer ou não, nos próximos dias, um ritmo mais acelerado de vacinação.