Mal circulou na cidade um boato de que a Estação Rodoviária Genaro Mafra seria tombada pelo patrimônio público em dois processos — imaterial, focalizando a presença dos ratos, muito forte, por sinal, e a imundície, algo inacreditável — o desfile de ratos pelo espaço do terminal marcou agitações inacreditáveis. A primeira informação partiu de um ocupante de espaço no tradicional ponto de encontro de cachaceiros ou pinguços tradicionais. “Os ratos os nossos são únicos e intocáveis patrimônios”, vociferou um proprietário de cantina há 55 anos. Ou mais.
RATO EMITE SOM E DÁ AULA DE DANÇA
Interessante saber disto: um rato emite “chiado” e “guincho”. Para completar, sabe dançar como os antigos frequentadores do Clube Parente, local predileto de uma loira mitológica e do outro mundo.
A manifestação dos roedores agrada sobremaneira a administração pública de Itabira, considerando que são animais alegres, que emitem som (não tanto quanto a barulhada itabirana) e dançam, demonstração de que o povo gosta mesmo é de festas, tudo aquilo que Marco Lage fez no seu governo e foi aplaudido nas urnas.
PATRIMÔNIOS DA RODOVIÁRIA
Em 1965, o então prefeito Daniel Jardim de Grisolia concluía a construção da Estação Rodoviária Genaro Mafra. A última reforma, ou melhor esticamento do teco da obra se deu faz uns dez anos, quando chegaram à cidade ônibus de maior altura. Depois desse procedimento, os ratos praticamente impediram as ações dos humanos.
O prefeito atual, Marco Lage, sequer manda jogar água no chão quando há invasões de animais no seu interior. Prefeito centralizador de ações e dependente de voz da primeira-dama, mantém alheio aos acontecimentos rodoviários e de transporte.
POEMA INDECENTE

Estação Rodoviária de Itabira, pronta em 1965
Os banheiros do terminal nunca receberam cuidados devidos. De vez em quando aparecem uns escritos, chamado letreiros, que servem para chamar a atenção do pessoal da prefeitura. A última ocorrência foi registrada pela imprensa local, que publicou um “poema” em homenagem à imundície. Eis a pequena trova:
“Não sejas tão cruel,
Oh privada indecente.
Ao invés d’a gente c… nela,
Ela é que c… na gente”
Em seguida, um chamado de atenção: “Deixe esta rodoviária como está e preserve os ratos. Esses são os nossos patrimônios”, de autor anônimo.
RATOS FAZEM A FESTA
Como todos sabem, o prefeito atual, conhecido como decepcionante, não destinou sequer um centavo para o projeto orçamentário de 2025 para a Estação Rodoviária. A sua justificativa se resume no seguinte: a Vale está preparando as malas para ir embora e não vale mais a pena investir em “cachorro morto” (Dedução de minha autoria).
Até que seu raciocínio está correto, mas ninguém pensa se esses roedores pensam. Pode ser que sejam mais inteligentes que o chefe do executivo ou a sua guru definitiva. Ou quem sabe todos iram somente no futuro, quando vem aí uma Cidade Fantasma.
Para sustentar suas ideias fantasmagóricas, o projeto inédito e gigantesco de Marco Lage é o desenvolvimento do Turismo Macabro, que inclui, além das casas desabitadas, dos botecos parecidos com as edificações do faroeste americano, a debandada cultural para divulgação da Loira do Parente como principal peça teatral e outras questões desesperadoras.
Conclusão: a ocorrência de ontem (29) na Estação Rodoviária pode ter sido apenas um ensaio do prefeito para o futuro. A mistura de assombrações com casas derrubadas e ruas idênticas às paisagens do bang-bang combinam com ratos no ponto principal da cidade.
Repórter em Extinção
Em 30/04/2025
Imagens: Redes Sociais