Vereador Luiz Carlos de Ipoema – (Foto: Gabinete do Vereador LCS)
Há pouco começou o ano legislativo em Itabira e já se pode fazer uma previsão do futuro do retorno à velha Itabira do Mato Dentro. Para a Câmara Municipal elegeram-se quase todos os apoiadores do prefeito Marco Antônio Lage (PSB), sinal de democracia. Mas é quase certo que maioria do povo não votou para que os representantes políticos apoiassem de olhos fechados as façanhas do governo municipal. Afinal de contas, Marco Lage não é santo algum capaz de ser verdadeiramente fã da liberdade. E ele não aguenta ser.
São 17 os representantes de Itabira, dirigidos pelo presidente Carlos Henrique Silva Filho (Solidariedade), reeleito para o mandato 2025-2028. Haveria a possibilidade da formação de um grupo forte, não de uma oposição ferrenha mas necessária. Por enquanto está sobrando somente um corajoso Luiz Carlos de Souza (MDB), por sinal afoito com tantas armas que teria nas mãos. Ou parece ter.
Um observador político local ofereceu a sua contribuição: haveria um equilíbrio de forças caso o opositor ipoemense moderasse o comportamento. É o conselho que amigos sinceros lhes oferecem. Pelo fato terrível das intenções de Luiz Carlos – praticar o puro denuncismo – a Câmara Municipal de Itabira pode tornar-se uma verdadeira casa de “mãe-joana”, com as reuniões sendo transformadas em verdadeiro espaço para coluna social. Com aproveitamento de transmissão pelo rádio, é um programinha mais social que da Globo nas manhãs de abraços e beijos. Vejam os vereadores, olhem os lírios do campo, como aconselhou Érico Veríssimo em seu romance tipicamente brasileiro. Pelo menos de amor e meia ambição Itabira está necessitando neste momento para salvar-se do fogo do inferno, não é Marco Antônio, o Gomes?
“Ou muda, ou o prejuízo itabirano será ainda maior porque o caminhão das urgências perde bisonhamente o rumo na falta de freio rumo ao caos, mais claramente ao chamado ‘bolsão de miséria’, por aí chegando”. O futuro de terror sussurra em páginas escritas também por inspiração de Israel Pinheiro, primeiro presidente da mineradora Vale, com registro no livro de Alisson Mascarenhas Vaz (“Uma vida para a história”, CVRD, 1943, 415 páginas). Ele tinha medo do estouro da pobreza na região do Vale do Rio Doce. E agora, quem não está tremendo de beiços trêmulos? Só os aproveitadores do presente.
SEM QUÓRUM NÃO DÁ
Luiz Carlos de Souza, ou Luiz Carlos de Ipoema, como é chamado o vereador “agitador”, tem tudo para realizar um bom trabalho. Dizem os seus “orientadores”, que ele deveria fazer uma revisão de freio de pé e de mão em sua carruagem que dispara morro abaixo desembestadamente. Ameaçando “pegar” cada um dos seus colegas, ele, com certeza, vai apenas fazer funcionar a máquina de inimigos que, por enquanto, usa o motor da falta de quórum (sem a presença de vereadores no plenário).
Foi o que aconteceu nesta terça-feira, 15 de abril. Na parte final da reunião, quando vereadores inscritos fazem pronunciamentos regulados por seus interesses, o “desembestado” Luiz tem como adversário esse recurso, por sinal uma manobra da velha política, doença que parece ser eterna dos manobristas de plantão. Esperam os moderados que acabe logo esta situação encrenqueira.
CIDADE FANTASMA? QUE HORROR!
Os “otimistas” garantem que a Vale fecha suas portas em 2041, mas quem troca pensamentos e mensagens aos pés do ouvido, a chegada do dia negro itabirano ocorrerá muito antes de daqui a dez anos. Ademais, uma atividade econômica não se constrói em menos de cem anos, qualquer vira-latas sabe disso. A Vale já meteu o cadeado na Cava do Cauê, denominada com antecipação de “Lembrança do Congresso da Suécia de 1910”, quando Itabira vendeu sua alma ao demônio por preço de merreca. Marco Gomes, que adora falar de demônio, não estava lá. Mas…
A Cidade Fantasma pode abrigar o verdadeiro turismo do futuro, mas olhe lá quem tem a inteligência de praticar essa sagacidade gigante? Ninguém sabe ou é esperto como foi Percival Farquhar para passar as pernas em nós, para reinventar uma promissora Inteligência Artificial (IA), sob a esperteza escondida numa nova Concessão Itabira Iron.
E aí a conclusão: enquanto se submetem políticos aos desafios das leis e em Itabira a visão não passa da ponta do nariz, também esquecem aquele soar de cincerro pelas ruas ainda íngremes da terra drummondiana. Relembrem apenas este poema:
“Cada um de nós tem (tinha) seu pedaço no pico (cava) do Cauê
Na cidade toda de ferro
as ferraduras batem como sinos.
Os meninos seguem para a escola.
Os homens olham para o chão.
Os ingleses compram (compraram) a mina.
Só, na porta da venda, Tutu caramujo cisma na
derrota incomparável” (Drummond, 1930).
Sem tocar no assunto com maestria (e Itabira ainda não mostrou que tem gestor de verdade), resta plagiar também uma oração e bater nela desta forma: “Senhor, escutai a nossa pressa!”
Finalmente, parem os vereadores de bloquear o pensamento da Casa Legislativa, façam denúncias e se defendam com liberdade e no uso do direito democrático. Que haja um homem ou uma multidão para dizer à Vale: queremos a paz e o futuro seguro.
José Sana
Em 16/04/2025
Senhor , tende piedade de nós e atendei a nossa prece! Bem depressa…antes que chegue a total exaustão, a miséria, o bolsão de pobreza, a escassez do emprego e o estabelecimento do verdadeiro caos! Amém.