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Foto 4 =
Foto 6 = Conselho administrativo
Foto 8 =
Foto 29 = Mentor Professor Msc João Begname, AMEFA

Foto = Fazenda São Materu

Plenária Assembleia Extraordinário para aprovação do estatufto e eleição das instancias

 

QUE MOÇO É ESSE QUE ESTÁ AQUI?

Antigamente, quando se despontava algum sintoma de crescimento regional no Centro-Leste, alguém das redondezas itabiranas cantava um samba e o anexava à expressão: “Que gente é essa que está aqui…” Era alguém humilde, de viola em punho, que aparecia para saudar o herói com otimismo. Vou citar o nome  completo, de cartório e pia batismal: José Liberato de Sá  Moraes, nascido em Belo Horizonte e com origens totais em um dos menores municípios do Brasil. É professor, ambientalista, conselheiro da Comissão da Produção Orgânica do Ministério da Agricultura. Liberato  é o idealizador do Projeto  Escola Família Agrícola (EFA) em São Sebastião do Rio Preto e que envolve municípios vizinhos.

Vamos falar com ele e lhe passamos a palavra neste instante de nossa extensa conversa. Segundo ele,  a origem desse ideal vem de  sua juventude na Fazenda São Mateus, em que os proprietários eram seus avós paternos. Atualmente, divide seu tempo entre Belo Horizonte e a São Mateus, agora é de sua propriedade. Então, com absoluta propriedade e com resultados que podem ser mostrados, vamos ouvi-lo.

O REVOLUCIONÁRIO PROJETO

O meu projeto agora é a sucessão da fazenda, pois as minhas filhas estão seguindo suas carreiras, uma constituiu família fora do Brasil, outra é sócia de uma pousada com a mãe, na Serra do Cipó e a terceira segue carreira em uma empresa de auditoria em Belo Horizonte. A vivência delas na fazenda tem sido pequena, e elas não têm disponibilidade em dar continuidade.

Então, antevendo essa situação e querendo honrar um legado pessoal, de afeto e de vivência na fazenda, e um legado histórico na região, considerando que a propriedade, daqui a cinco anos, completará 150 anos. Ela foi construída pelo meu bisavô, Ovídio de Sá, passou para o meu avô Liberato de Sá, para o meu pai, José Estanislau de Moraes e agora está comigo.

RESSIGNIFICANDO UM LEGADO

Então, pensando no legado, numa sucessão honrosa para a fazenda, algo que continuasse trazendo significado para a região, uma das vertentes, a ideia da escola. A outra vertente é minha formação em engenharia agrícola em Viçosa, onde, desde a época da universidade, em 1979, formei em Engenharia Agrícola e fiz mestrado em solos. Desde aquela época  associei-me a grupos de agroecologia que se preocupam com as mudanças ambientais e a importância da ecologia.

Participei de uma comunidade em Viçosa, em que produzíamos alimentos antes mesmo de formar-me. Era a Comunidade Alfa, alternativa na região rural de Viçosa, Violeira. Na Violeira compramos um sítio onde produzíamos hortaliças e arroz orgânico. Com esses produtos mantínhamos na cidade um restaurante e uma cooperativa de alimentação orgânica.

VIOLEIRA NA VANGUARDA DA AGROECOLOGIA

Esse grupo foi tão forte que hoje vários membros são acadêmicos da Universidade de Viçosa alguns já se aposentando. Depois que nos formamos, esse sítio foi doado para o o Centro de Tecnologia Alternativa da Zona da Mata (CTA). Esse CTA, junto da  Rede de CTAs de Minas e do Brasil, foi precursor das políticas de agricultura orgânica e agroecologia que temos em nosso país. Então, seguindo essa vertente, sou muito vinculado à agricultura orgânica e hoje exerço o cargo de conselheiro da Comissão da Produção Orgânica do Ministério da Agricultura.

Precisamos fomentar, tanto no âmbito da produção quanto da formação, a agricultura orgânica e a agroecologia, principalmente na bacia em que estamos situados. É uma bacia que tem, atualmente, vocação na produção leiteira e de gado. As encostas têm sofrido muito com o uso intensivo de pastos. Se alguém viajar pela região e observar a paisagem, verá muitos terrenos, muitos solos vermelhos, pelados como se diz, que é indício de desertificação.

Hoje temos como modelo o que vivi  na época de estudante. Queremos transportar o que vivenciei em Viçosa principalmente. E quero também preservar aquele ambiente em que vivi, que é uma fazenda orgânica, na qual  nunca entrou um herbicida, nunca entrou um defensivo agrícola. A região precisa desse resgate de práticas agroecológicas, orgânicas, de manejo sustentável para a pastagem e para outras atividades, porque está em franca degradação ambiental. Por consequência, há problemas com as águas, com os rios e com as chuvas. É uma catástrofe sistêmica que temos em iminência, inclusive já vivenciando as mudanças climáticas. Então, por uma questão pessoal, ambiental e também de oportunidade, estamos trabalhando nesse projeto. Lembrando que, na primeira reunião ministerial do atual presidente da República, ele teve uma fala que gravei e ficou na minha cabeça, que é assim: Não queremos projetos novos, temos é que fazer os nossos projetos andarem e apresentarem resultados. “A única novidade que quero receber proposta são projetos de escola”. Quando o ouvi falar isso, considerei uma oportunidade, o presidente querer fomentar iniciativas por meio, principalmente, da reestruturação do Ministério do Desenvolvimento Agrário.

Temos dois ministérios relacionados à produção: o Ministério da Agricultura, que está ligado às grandes commodities -— soja, gado, exportações, o grande agro e temos o Ministério do Desenvolvimento Agrário que é focado em políticas públicas para a produção familiar, agricultura familiar, para afixação do homem do campo com escolas do campo e ensino rural, etc, Esse Ministério doDesenvolvimento Agrário que estava quase extinto, o atual governo o resgata e fortalece essas iniciativas. Essa oportunidade veio a calhar.

Diretoria Executiva

A ESCOLA QUE QUEREMOS E COM QUE SONHAMOS

Agora abordando o tema em relação a São João Evangelista, lá é um Centro Federal, uma Unidade Federal de Educação e a unidade que pretendemos implantar na nossa região, na bacia do Rio Santo Antônio, que tem como geocentro São Sebastião do Rio Preto e a Fazenda São Mateus, é um modelo associativo. A escola que sonhamos não é nem pública, nem privada, é uma escola associativa, conduzida por pais, alunos, professores e pessoas interessadas. Na nossa associação é vedada a participação de representantes públicos, não é permitido participação nem de funcionários e nem de servidores públicos. É uma escola livre de influência política, o que não significa que não possa fazer parcerias com prefeituras, com lideranças políticas ou receber emendas parlamentares, desde que preservada e liberdade de nossos propósitos.

Podemos firmar, também, parcerias com empresas que possam ajudar tanto na construção, quanto na estruturação e manutenção da escola. Tudo isso está no nosso campo de visão. Nosso plano de ação prevê construir essas parcerias. Por uma Pedagogia da Alternância,  Agora, voltando um pouco, em  relação à Pedagogia no Campo que queremos adotar, a chamada Pedagogia da Alternância. Essa Pedagogia surgiu na França, no pós-guerra. Na França algumas instituições religiosas de características rurais, passaram a acolher os jovens para fazer o curso fundamental. Como nos conventos e nas áreas religiosas havia produção, sempre houve produção agrícola, eles aprendiam as técnicas agrícolas também. Como as estruturas eram insuficientes para atender toda demanda, e os estudantes precisavam ajudar na produção de alimentos e da sustentabilidade das famílias.

Gabriel Guedes toca e canta Primavera de seu pai, Beto Guedes

Adotou-se  a Pedagogia da Alternância: 15 dias na escola, aprendendo as disciplinas fundamentais: português, matemática, enfim e nos outros 15 dias, os alunos retornavam para as famílias, para ajudar na produção familiar e com tarefas escolares também. Outras turmas vinham para a sala de aula. Então, com 2 ou 4 salas de aula, havia a possibilidade de multiplicar a capacidade de ensino e prática.

COMO SE DEU O INÍCIO DE TUDO

Os alunos retornam para as famílias, contribuindo para o sustento, pelas técnicas e práticas agrícolas também aprendidas nas escolas. Inicialmente, estava fazendo uma sondagem para ver se tinha terreno fértil. Todos foram positivos e acharam a ideia muito boa. De pronto, perguntaram o que poderiam fazer. A segunda etapa foi com a  Associação Mineira de Escolas Famílias Agrícolas (AMEFA), combinamos sobre como seria o processo de formação da escola. Então, eles nos orientaram a promover seminários.

O primeiro seminário da Escola Família Agrícola de São Sebastião do Rio Preto, um grande seminário inaugural. Participaram diversos prefeitos e representantes de cidades como São Sebastião do Rio Preto, Santo Antônio do Rio Abaixo, Ferros, Itabira, Guanhães, Itambé do Mato Dentro. Foi um seminário de lançamento, no qual contamos com apoio na realização, da prefeitura de São Sebastião do Rio Preto, que nos ajudou com as despesas de alimentação e cedeu o espaço, pela secretária de Educação, senhora Néia, muito prestativa, muito competente e muito organizada.  Depois fizemos um seminário planejamento com representantes de todos os municípios no qual tirou-se uma comissão para fazer um estudo sobre o estatuto e a elaboração do estatuto da associação. Tiramos um representante de vários municípios e outros que quiseram participar.

Durante três meses fizemos um estudo do estatuto. O estatuto, uma peça belíssima, uma peça pedagógica, que prevê amplas possibilidades de atuação de trabalho da escola e da associação. Depois de realizadas essas reuniões de elaboração de estatuto, realizamos a primeira Assembleia Geral extraordinária para aprovação do estatuto. Foi em julho de 2024. Fizemos uma campanha para levar o filho do Beto Guedes, o Gabriel Guedes para tocar para a gente, levar arte para a nossa associação. Foi muito bom, conseguimos levantar contribuições financeiras, ainda informalmente, pois ainda não tínhamos conta bancária, então nossa primeira campanha foi pra isso. Posteriormente, ainda na informalidade, fizemos a segunda campanha financeira para registrar o estatuto. Ficou na ordem de dois mil e poucos reais, quantia que levantamos entre nós mesmos e fizemos o registro.

NOSSA ASSOCIAÇÃO MINEIRA DE ESCOLAS FAMÍLIAS AGRÍCOLAS

Então temos nossa associação e nela, um Conselho Administrativo formado por onze membros, com representantes de Santa Bárbara, Ferros, Santa Maria de Itabira, Itabira, Passabém, São Sebastião do Rio Preto, Morro do Pilar e Santo Antônio do Rio Abaixo. Desse Conselho Administrativo tem-se a diretoria executiva, composta por presidente, tesoureiro e secretário. Eu fiquei como presidente da diretoria executiva e temos uma representante de Santa Maria que é tesoureira, uma representante de Morro do Pilar que é a secretária. Isso já está formalizado. O estatuto com essa estrutura foi aprovado e registrado no cartório de Ferros. As atas, tanto da aprovação do estatuto quanto da eleição do Conselho diretivo, também estão aprovadas e registradas no cartório de Ferros, comarca a qual pertencemos. Temos CNPJ, conta bancária e o Cadastro Geral de Convenentes —  CAGEC estadual, que necessário.

A INFRAESTRUTURA DE UMA EFA

 A Escola com essa pedagogia da alternância é uma escola que precisa ter alojamento masculino, e alojamento feminino. Precisa ter cantina. Temos um modelo de escola, já experimentada em mais de 300 unidades pelo Brasil, com todos os espaços necessários: secretaria escolar, administração, almoxarifado, além dos equipamentos e estruturas de produção agroecológica. Vamos construir a escola na Fazenda São Mateus, de minha propriedade, onde estou doando cerca de 8,0 hectares.

CAMPANHA DE CAPTAÇÃO DE RECURSOS

Estamos agora em nossa terceira campanha financeira para projeto arquitetônico, prioridade em nosso plano de ação, já com CNPJ e conta bancária. Precisamos de captação de recursos e estamos divulgando a nossa carta convite para isso. Tendo os recursos, vamos contratar o profissional de arquitetura. Ainda falta bastante dinheiro, mas já começamos e com o andar da carruagem, vamos conseguindo mais recursos.

Diretoria Executiva

PROJETO ARQUITETÔNICO CONSONANTE COM PROJETO PEDAGÓGICO

Essa é uma fase muito importante, queremos esmerar nela. Queremos construir uma escola bonita, atrativa, uma escola que encante as famílias e os alunos, uma escola onde o aluno seja acolhido confortavelmente, onde o aluno se sinta livre e feliz, possa transitar, conhecer, aprender, dialogar com os companheiros. Queremos uma escola que inspire o aluno e que depois de formado consiga intuir um futuro, uma missão social, pessoal, cidadã para si, para sua família e para o planeta. Queremos esmerar muito nisso, tanto no projeto de arquitetura quanto no projeto pedagógico da escola. Queremos que a própria construção da escola seja pedagógica. Queremos trabalhar com pau a pique, com adobe, com lambuzaria. Hoje existem métodos para resgatar estas técnicas com muita qualidade e durabilidade. Queremos caminhar nesse sentido.

PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO

No campo pedagógico, queremos começar, já estamos planejando com um grupo de pedagogos. Maria Alves lá do Morro do Pilar está coordenando e organizando um grupo de pedagogos que visitará as escolas da região, com pretensão de desenvolver com os alunos do fundamental um projeto de vida, ou seja, incentivar os alunos a pensarem na sua vida e pensarem na sua carreira. Então, estamos com essas duas frentes: a parte pedagógica não vai ter muito custo porque estamos contando com cabeças pensantes e também temos muitas possibilidades de ajuda nessa área.

DESAFIOS NA CONSTRUÇÃO DO PROJETO ARQUITETÔNICO

Para o projeto físico da escola, a gente precisa de material, de recursos e não só de ideias. Custa dinheiro. Estamos focando agir nesta campanha financeira para a contratação do Projeto Arquitetônico e futuramente para a construção da escola. Os nossos representantes em cada município estão com a missão de procurar os prefeitos eleitos e reeleitos para abrir agenda para fazer um novo encontro, porque naquele encontro anterior, em 2023, eles perguntaram sobre o projeto. Agora vamos ter que o apresentar já de forma institucionalizada. Então, queremos voltar aos prefeitos já com demandas concretas para caminhar, principalmente com a prefeita eleita de São Sebastião, a senhora. Andreia. Nossa ideia é construir um consórcio de prefeituras com um objetivo específico: captar verbas para a construção da escola.

Esse é um foco do nosso plano de ação: uma agenda com prefeitos eleitos e reeleitos e lideranças para construirmos um consórcio para captação de recursos, não só captação de recursos para a construção, mas também para parcerias. Queremos uma agenda específica com o prefeito de Itabira que é Polo regional. O prefeito Marco Antônio foi muito positivo na primeira reunião que fizemos e Itabira tem força  econômica, é uma potência que pode nos ajudar também. Então, estamos nessa expectativa. Visitamos dias cinco e seis de dezembro de 2024, a EFA Veredinha, que é uma EFA já instalada, que está depois de Capelinha.

JUSTIFICANDO O NOME EFA PRIMAVERA

A nossa escola se chama Primavera. Existe uma tradição rural de as pessoas colocarem nomes em alguns lugares e em pessoas, conforme o Santo do dia, por exemplo, meu pai José Estanislau, 15 de agosto é dia de São Estanislau e aí fui pesquisar o porquê da fazenda se chamar São Mateus e fui procurar o dia de São Mateus, que é o dia 21 de setembro que é o dia da árvore, então por esse fato e pra relacionar o nome da escola com a biografia da fazenda, nós escolhemos como imagem da nossa associação a árvore e como a árvore está um a dois dias próximo da primavera, a gente fez uma conexão, então com árvore do 21 de setembro, São Mateus, nos levou a designação de Primavera para o nosso projeto de escola. E isso é belo!

Maria Alves Fernandes das Dores/José Sana

Fotos: José Liberato de Moraes

20/01/2025

NOTA DO REDATOR

Quando recebi, com muita honra e alegria, a visita de José Liberato de Moraes, senti que chegava à minha casa várias gerações com as quais tive contato durante esta curta mas pedagógica vida.

Liberato é o nome que agrada a todos. Lembra liberdade, o termo que se associa ao que Deus nos deu, o livre e sagrado arbítrio. Conheci os avós (avô e bisavô) do Zé  e sei do relacionamento de nossas famílias desde tempos imemoriais.. Quantas e quantas vezes fui à Fazenda São Mateus levar alguém no meu jipe, ou mesmo a cavalo, virando a serra do Seu Ovídio Sá, o bisavô.

E seu pai? Dr. José Estanislau de Moraes, vitorioso ortopedista, que tinha (e tem) fama de liderar grandes cirurgias na capital mineira, as quais salvaram vidas preciosas. Meu joelho mesmo ele examinou depois de uma trombada no futebol e diagnosticou: “Tem nada não”. Até de minha esposa arrancou da sola de um dos pés quase uma centena de cravos que insistiam em retornar e que de vez acabaram indo embora definitivamente.

Ao ouvir, gravar, transcrever e apreciar as palavras do grande profissional da agricultura, que marcou época em Viçosa, e que agora levanta um projeto novo, só lamentei um fato: por ser algo inédito, desconhecido das velhas práticas, afirmei que iríamos para uma narrativa longa. Mas vale a pena.

Daqui para a frente, vamos acompanhar passo a passo o andar da carruagem e espero que todos os já associados entendam e continuem apreciando. E cheguem novos créditos de forças de entusiasmo.

De ponta a ponta, São Sebastião do Rio Preto, um dos menores municípios do Brasil, ou talvez do mundo, arranca para ajudar Itabira, o maior e mais até agora desenvolvido município desse grupo. E que se encontra ainda navegando na riqueza, mas que tem data marcada para ser obrigada a redimir-se economicamente.

Isso cheira a mesmo revolução, a formiga oferecer carona para o elefante.

Não sou político mais, não faço marketing pessoal, cheguei na lista dos octogenários. Passou da hora de dizer de mim para mim: “Pegue na enxada, Zé, e vai caçar serviço!” Assim diziam nos nossos antepassados heróis.

José Sana

NS
José Sana, jornalista, historiador, graduado em Letras, nasceu em São Sebastião do Rio Preto, reside em Itabira desde 1966.

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