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Detesto ficção e desaproprio narcisistas. Procuro, modéstia à parte, ser mais transparente que o sol da meia-noite de Estocolmo, fenômeno sueco que uma amiga itabirana me manda de lá fotos para adorar. O meu limitado vocabulário só encontrou agora com tal definição límpida e cristalina.

 

O assunto de hoje é vocação econômica, que os falsos socialistas apregoam para tirar proveito. Admiro estudantes que saem de casa com a sua definição nascida no berço sobre o que fazer a partir do primeiro passo. É lamentável que Itabira, com mais de 300 anos de história, fique à mercê de uma nau sem rumo e nem bússola na mão.

 

VOCAÇÃO ITABIRANA E CHUTES NO BALDE

 

Desde tempos imemoriais falam, acertam, desistem, retornam, depois desperdiçam de novo  tempo com a seguinte questão: qual a verdadeira aptidão  econômica de Itabira? Nem demonstraram os políticos que a arrancada nunca aparece sem a necessária propensão.

 

A  história itabirana, entendidos revelam,  que a inicial atividade econômica gerou com as forjas, que atingiram o número de 14 unidades. Depois de certo tempo (séculos 18 e 19), a ideia da Itabira têxtil gerou as fábricas de tecidos da Pedreira e do Gabiroba. Não durou muito tempo por vários motivos, tema para outra conversa.

 

Tivemos uma vocação beija-flor de escola agrotécnica, que foi levada para o Sul de Minas depois de formar apenas uma turma. Entramos no planejamento moveleiro, recentemente, com algum esforço de Ricardo Dequech, da Vale. Virgílio Gazire e Jairo Magalhães andaram espetando a Metalita e mantiveram a Fermag.

Ainda no setor metalmecânico, houve esforços com Paulo Haddad em duas oportunidades, sob o patrocínio de Olímpio Pires Guerra (Li) e Frederico Penido de Alvarenga, que povoaram o Distrito Industrial I e criaram o II.  José Maurício Silva foi um prefeito empreendedor: construiu o paço municipal, o parque de exposições e instalou uma usina de ferro-gusa.

Tivemos passagem de luta pelo futuro, também descartada, no governo Ronaldo Magalhães (2017-2020) com as trocas de entendimentos entre Itabira e China.

 

Passamos pela luta por montadoras de veículos com Jackson Tavares. Esse e outros nos deram  acenos com a pelotização várias vezes, sempre abortada, agora a briquetagem, ideia de André Viana.

Estacionamo-nos, as danadas das eleições têm hora que dizem respeito à democracia, mas dão asas aos oportunistas.

 

UMA MERRECA PARA UNIFEI: 2,4%

 

A única vez em que itabira pisou firme no chão para uma arrancada tem o seguinte nome incontestável: Universidade Federal de Itajubá (Unifei), alicerçada no Porto Seco, Aeroporto Industrial e Parque Científico e Tecnológico. João Izael Querino Coelho e o ex-reitor Renato Aquino Faria Nunes comandaram o espetáculo, juntando-se à Medicina no Centro Universitário Funcesi, tramada desde a década de 1960.

 

O modelo itabirano estava sendo copiado do Parque Científico e Tecnológico de Sophia Antipolis, situado no Sul da França, onde estive em 2012. Completava a visão de que nunca mais haveria erro na escolha da vocação econômica da terra natal de Carlos Drummond de Andrade.

Cidade de Sophia Antipolis (Sul da França): foto que trouxe de lá com o modelo de R. Aquino

A ganância eleitoral, no entanto, parou tudo. Feita a troca por 76% de votos,  o itabirano provou mais uma vez que  adora perder até no jogo de bicho que, por ironia do destino, foi inventado no Rio de Janeiro pelo itabirano João Batista Viana Drummond, o Barão de Drummond.

Para encerrar, vai uma péssima notícia: o prefeito Marco Antônio já teve a coragem  de destinar no orçamento de 2025 a merreca de R$ 27 milhões de reais para a Unifei, em 2025. Ou seja, o filho de Ipoema tentou enganar a nova Câmara, que já era de seu domínio ditatorial, com a merreca de 2,4% do orçamento.

Amigos, estamos às vésperas da exaustão das minas e ainda não há vergonha em caras e bocas?

 

José Sana

03/12/2024

Fotos: José Sana/2012

NS
José Sana, jornalista, historiador, graduado em Letras, nasceu em São Sebastião do Rio Preto, reside em Itabira desde 1966.

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