É preciso amar de verdade Itabira e ter fé em seu governo para, mais uma vez, como esta linha de postura tem agido desde o site anterior (www.defatoonline.com.br), tocar na ferida. Tudo o que interessa ao itabirano com visão infinita chama-se futuro. Resumindo: o prefeito atual, Marco Antônio Lage, muito focalizou o tema em sua campanha eleitoral e o sacramentou em seu discurso solene de posse. Vamos iniciar desta forma estas palavras, as quais urge que sejam expressas claramente para qualquer vocabulário entender e interpretar.
HISTÓRICO RESUMIDO
— Itabira surgiu do ouro nos séculos 17 e 18. Passou pela diversificação econômica com as forjas de ferro e a indústria têxtil, e se firmou como cidade mineradora de ferro, uma das maiores do Brasil.
— O anúncio da descoberta da maior riqueza ferrífera do mundo foi o principal assunto de um congresso internacional, realizado em Estocolmo, Suécia, em 1910. O inglês Percival Facquar, acreditando na veracidade da informação, veio a Itabira e adquiriu, por “preço de banana”, o famoso Pico do Cauê e aí começou a desconfiança itabirana sobre a riqueza que abrigava.
— Getúlio Vargas, usando de seus poderes ditatoriais (aí é, talvez, um único caso de ditadura justa), revogou a posse estrangeira de terras brasileiras, assumidas, inicialmente, pela Companhia Brasileira de Mineração e Metalurgia, logo a seguir, a Companhia Vale do Rio Doce, empresa estatal, hoje Vale S.A.
— A história de Itabira — momentos de tensão, desde a era do dirigente-chefe, de 1869 a 1872, Antônio Alves de Souza, o famoso Tutu Caramujo; as tensões com a instalação da CVRD, empresa que fugiu da obrigação de instalar a sede na terra natal; os imbróglios com a Câmara Municipal e Prefeitura; os anúncios de fim da mineração vindos como uma angústia pré-agônica, fato que deixa todos inseguros e, principalmente, a economia e o social; as promessas de políticos, algumas realizadas, é claro, muitas pendentes — tudo representou, com detalhes, minúcias, estudos acadêmicos, pesquisas científicas e declarações de personagens de alto nível, conhecedores de mineração e de Itabira, fator primordial. Estamos resumindo e rogando desculpas por algum esquecimento, logicamente possível.
MÃO DE OBRA CIENTÍFICA
— Um dos focos de mão de obra escrita chama-se Carlos Drummond de Andrade, ele não está aqui pessoalmente, mas mostra um vasto horizonte de caminho a seguir.
— Outro personagem a rever trata-se de Paulo Camilo de Oliveira Pena, ex-secretário do Planejamento de Minas em uma proposta de repercussão nacional chamado “Fundo de Exaustão de Recursos Minerais”. O estudo gerou a introdução do “Royalty do Minério de Ferro” em discussões federais e foi acatado em detalhes pelos constituintes de 1988.
— “Saint-Hilaire, em 1938, em “Itabira do Mato Dentro, jornada de Itabira a Vila do Príncipe”.
— E vamos a uma série de pesquisas ao alcance do homem público de Itabira e de sua população em geral. Seus personagens estão à disposição, é só chamar para formar um conselho econômico competente e à altura de um grande governo em que confiamos plenamente: Ana Gabriela Chaves Ferreira, Cecília Maria Viana Camilo de Oliveira, Dênis Lott, Diva Ferreira, José Carlos Fernandes de Lima, Marconi Ferreira, Maria Cecília de Souza Minayo, Maria das Graças Souza e Silva, Maria do Rosário Guimarães de Souza, Maria José Pandolfi Vieira, Roberto Geraldo Rodrigues e Jorge Florentino Botelho.
— Os nomes acima publicamos neste site no ano passado. São dezenas de estudos científicos. Em todos a citação a centenas de itabiranos, a maioria mostra a grande preocupação pelo futuro incerto. E cada historiador, geógrafo, engenheiro, especialista em educação, sociologia, psicologia, graduado, mestre ou doutor, deu a sua opinião quase todas convergindo para soluções técnicas e não políticas, como nossa terra requer.
Daí a pergunta ansiosa por uma resposta gravada no título.
A EDITORIA
Perfeito!!
Obrigado Edimara
Infelizmente estamos na contra mão.
Entra prefeito, sai prefeito e não existe nenhuma diversificação econômica. Projetos caducam, morrem no papel.
Tempos atrás existia o “Itabira 2025” . Parecia tão distante…
Estamos em 2022. E aí?
Sana, parabéns. Sou sua fã.
Obrigado Angela pelo comentário. Compartilhe com seus amigos!
Ótimo seu texto
Obrigado pelo comentário. Compartilhe com seus amigos!
Não sou versado em Itabirologia pra opinar de forma profunda, com conhecimento de causa. Itabira é referência econômica e cultural, orgulho da região. Imagino o quando deve ser torturante psicologicamente essa espécie de crônica de morte anunciada, com o o propalado esgotamento das atividades em algum momento no tempo e no espaço. E desde já ir descobrindo novas vocações ( a educação tem sido) e perspectivas. Parece que a cidade tem a sorte de ter hoje um prefeito cosmopolita, talvez o mais apropriado para o momento vivido, por ter uma mente arejada, menos empacado em tradições retrógradas e no clientelismo tão comuns nos grotões.
Contribuição grande a sua Martinho
Bom dia, Sana! Há momentos na história itabirana que testemunhamos cidadãos de outras cidades defendendo Itabira bem mais que muitos conterrâneos. Sou grato por ter escolhido nossa terra e a defender com tanta dedicação.
Eu produzi apenas dois vídeos (entre centenas) para a campanha do Marco. O principal: A carta, que o candidato escrevia uma carta aberta aos itabiranos, com o apelo em defesa da sustentabilidade.
Urge retomar essa pauta! Entendo a profundidade dos problemas herdados. Registrei boa parte da cidade logo no início. Foi deixada às traças, carcomida por todos os tipos de maus tratos. Realmente, é difícil corrigir ou mesmo mitigar tamanhos estragos.
Por isso, é fundamental que esse conselho centre nas correções essencialmente necessárias, não perca mais tempo e não desperdice recursos, de forma a não perder foco no futuro sustentável.
Parabéns e obrigado pela defesa.
Obrigado Fernando
Estamos juntos e grato pela participação.
O tempo é implacável e o futuro é logo ali.
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Nossa história: realidade, alegria e tristeza. Parabéns, José Sana! Belíssimo texto que na verdade é uma profunda reflexão. Como disse Fernando Martins, obrigada por amar nossa terra natal.
Certo Marli