HUMOR
Um cabrito se cansa. Imaginem uma cabritada. O prefeito da cidade. que é um ser humano honrado, difusor do entusiasmo pelo cargo que ocupa, eleito para revolucionar Itabira e construir o seu futuro, andou meio zonzo nesses dias. Não é o normal dele, mas talvez por lhe encherem as medidas o tempo todo, acabou caindo numa arapuca. Difícil de entender, mas o “cordão dos puxa-sacos cada vez aumenta mais”.
JOGO DE EMPURRA
Quem armou o cambalacho? Resposta: a tradição e a cultura itabiranas. Entra o ano pré-eleitoral aqui no Mato Dentro, que começa logo depois do carnaval, ninguém mais segura línguas faladeiras, bocas pequenas, nem mais nada, incluindo casos como tíquetes de “onibusão” e reconstrução de uma penitenciária destruída pelo “governo anterior” (expressão mais usada pela administração atual). E assim vai o jogo de empurra.
A opinião é do principal assessor caprino, notável personalidade do mundo das cacetadas, praticamente contratado para receber até chicotadas se preciso for. Seu nome de cartório e pia batismal: Bode Expiatório. Conhecidíssimo na área dos que fazem piruetas em telhados, pessoalmente, ou animalmente, nunca tinha mostrado a cara.
ARAPUCA E CARAPUÇA
Agora ele dá as cartas e, logo na primeira reunião com o estafe da raça dos bodes, oferece respostas e explica o que é a arapuca itabirana. Deixa claro para os presentes, entre eles o Rei dos Animais, o Leão Danado, sem ambiente por aqui, mas convidado pelo novo assessor com um aviso em cima da botija: “Detesto ser chamado de expiatório. Não deu uma só palavra na primeira reunião, mas o Papagaio Enxerido falou por todos e até justificou o porquê do silêncio leonino: estava rouco também. E não é que o papagaio nem perdeu as cordas vocais e pediu, encarecidamente que dessem outro nome ao bodão: Joaquim dos Anzóis Carapuça.
Mas o assunto agora é a confusão aprontada, não se sabe por quem, no gabinete do executivo. O prefeito, no meio do alvoroço, transformou-se num fera, como se tivesse bebido um litro da aguardente “Malatesta”.
MISTURA DE ÁGUA COM ÓLEO?
Sacanagem, caiu de patinho e disse que não quer reconstruir o danado do presídio; a Ordem dos Advogados do Brasil e a Secretaria de Segurança Pública entenderam o recado direto e desta forma: não é possível que a autoridade maior do município despreze segurança pública e fique apenas com saúde, educação, meio ambiente e outros temas menos votados. E não é que em Itabira estão matando mais que no antigo matadouro municipal? E se matarem saúde, educação, meio ambiente e outros sonhos menos votados, onde vão prender os criminosos? Nas igrejas?
De acordo com as palavras do Bode Expiatório (cuidado!), ele próprio está incumbido de resolver o problema. Não é à toa que vai mesmo autorizar ao prefeito a usar o seu nome para resolver a questão, muito mais grave que separar de um tambor o óleo da água. Ou, já que não há mesmo entrosamento entre azeite e graxa, ou óleo de coco com água, que promova esse relacionamento na base da esperança.
REFUGIADO DE ÚLTIMA HORA
Por falta de espaço, ou de tempo, ou de vontade política, o Bode só oferece esta sugestão: o prefeito, gente muito bem-intencionada, que tem planos arrojados para Itabira, incluindo a solução do futuro, deve tentar fazer as misturas acima descritas ou as separações. Um marqueteiro de boa índole, de preferência um curandeiro, já que o nosso preferido está curtindo descanso, resolve a questão.
Pena que o notabilíssimo “pembeiro” não esteja mais por aqui para ajudar com sua mão ligada ao astral, orixás e exus, porque Itabira merece mais, como diria mais um ex-prefeito da cidade.
Apareceu um refugiado, vamos cuidar dele. Alerta, temos assuntos ainda mais sérios para resolver. São muitos e não tocaremos no âmbuti de todos. Falar menos e atuar mais é muito bom.
José Sana
10/03/2023
OBS.: Aguarde o próximo capítulo: “O progresso é mudar, mudar, mudar. Azar do pra aonde”.