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A Constituição Brasileira deveria conceder aos cidadãos que se sentirem ludibriados o seguinte prêmio em forma de artigo, seja o primeiro ou o último, um crachá no peito de cada tolo e nele escrito: “Babaca”. Alguém está perguntando o porquê dessa humilhação e eu direi: espere aí que vou explicar. O parágrafo único teria a seguinte redação: “Para ter o direito de portar tal informação a menção ao idiota seria necessária para que possa desmascarar os ditos políticos de meia-boca”. E somente isso. É apenas um lembrete e desabafo.

Veja você, da noite para o dia, como aparece uma situação inacreditável: o sujeito está quieto em sua casa e vê que a água contém dejetos, expressão usada pelo vice-prefeito Marco Antônio Gomes. O povo deveria estar interessado em ver a captação do Rio Tanque pronta, conforme diz a Condicionante número 12 da Licença Operacional Corretiva (LOC-12), aprovada pelo Ministério Público Estadual, a Prefeitura de Itabira e a Vale S.A em 18 de maio de 2000. Nós, os babacas, acreditamos. E enrolam até Deus, querendo matar pobres inocentes.

Há, portanto, 23 anos que somos subjugados pela mentira. No governo passado, de Ronaldo Lage Magalhães, foi mostrado o projeto, ao vivo e a cores, em vídeo super bacana, que só faltava começar a execução das obras. Chegando aos três anos do prefeito atual, eis o que vemos: nada feito, apesar do consumo, até dezembro de aproximados três bilhões de reais.

Fim de papo, não esqueçamos o termo “águas poluídas” que ocorre no circo dentro do teatro, isto parece. O povo desvia a atenção para o hoje, o agora, e fica fugindo de seu maior interesse “águas limpas e suficientes”. Supera uma referência bíblica (“Dai de beber a quem tem sede”) e permite que empreendimentos diversos cheguem aqui pela porta da frente. Chega de festas, de interromper ruas, avenidas e praças, de pintar faixas vermelhas (não existe isso em lugar algum do mundo) e meios-fios. Umas latas de tinta por três bilhões é custo muito alto.

Agora, o tiro no peito: a Câmara Municipal itabirana não criará uma comissão para investigar esse mal feito, a inserção de óleos e fezes nas redes de água? Procurar saber: morreu alguém, adoeceu um pobre-coitado e quem tem ainda na boca o gosto de dejetos? Não se trata de uma acusação a quem quer que seja, mas que é um desvio de rota criminoso ninguém pode duvidar.

Seria de fato uma estranheza que desmorona a confiança nossa nos vereadores virarmos a página da história com mais essa mancha que estraga a dignidade de homens eleitos pelo povo, em eleições livres, digitalizadas, diretas e sem fraude.

Vamos aguardar o que vem por aí. É claro que a questão dos “babacas” sugerida no primeiro parágrafo deste texto é apenas o humor a serviço da verdade. E a volta ao que interessa: cabe ao Poder Legislativo mostrar a sua capacidade e obrigação. Não a mais ninguém, senão à Polícia Civil e o Ministério Público. Fora, por enquanto, o Poder Executivo.

José Sana
Em 13/11/2023

NS
José Sana, jornalista, historiador, graduado em Letras, nasceu em São Sebastião do Rio Preto, reside em Itabira desde 1966.

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