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DRUMMOND ESCREVE PARA O ANTIGO JORNAL DO BRASIL (1980):

“Rapazes de Itabira pedem-me que ‘faça alguma coisa’ em favor da sobrevivência da velha cidade, ameaçada de ruina econômica pela exaustão, que se prevê para breve, de suas reservas de minério de ferro. Que coisa? Eles não sabem, eu também não.

E parece que ninguém sabe. A exploração de minério vem sendo feita há quase 40 anos (fala de Drummond em 1980), em ritmo cada vez mais acelerado. Nesse período, Itabira gozou de algumas aparências de riqueza, suportando simultaneamente os muitos incômodos que a suposta riqueza costuma produzir”.

E continua Drummond: “Penso às vezes, cruamente, que Itabira vendeu a sua alma à Companhia Vale do Rio Doce, e que esta ao retirar-se do município, o que vem fazendo ostensivamente, pela diversificação em 24 empresas subsidiarias ou afiliadas que se estendem até Carajás, no Estado do Pará, mal tem tempo para saber da existência do povo itabirano.”

AGORA SOU EU QUEM FALO PARA LAVAR A ALMA

Estamos vendo a  a cara de Itabira há quase 83 anos  Não vou parar a falação e xingação porque o povo só dorme e só quer ver as fortunas sempre anunciadas pelo Sindicato Metabase.

Vamos fazer agora uma longa caminhada. Seu percurso abrangerá toda a extensão da Itabira urbana. Iremos a pé nas ruas, avenidas e becos. Vamos convidar algumas pessoas para que anotem as passadas. Itabira, a mais diferente cidade do mundo, por razões claras e inquestionáveis, já não é povoada somente por incautos retardados. Muitos sabem que a fonte da arrecadação mixou, as torneiras da mineração nem pingam mais. Nem de Serpentina, em Conceição do Mato Dentro e Morro do Pilar, o minério será beneficiado.

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Bem-aventurado o Congresso Geológico de Estocolmo, na Suécia, realizado em 1910! A conclusão trouxe a fama itabirana — não captada pelos distraídos — que apresentou aos investidores a seguinte conclusão: o Pico do Cauê, em Itabira, foi apontado como reserva de alta quantidade e qualidade de minério de ferro. Seria a maior do mundo.

Amaldiçoados os cegos de olhos arregalados que não viram o óbvio abrir horizontes! Para eles o pico duraria 500 mil anos até transformar-se em cava, enquanto dançavam o samba de uma nota só. Duvidaram dos alertas e não permitiram que o olhar atingisse além da ponta do nariz.

José Sana

22/03/2025

Foto: redes sociais

PS: O atual prefeito de Itabira disse a mim que discutir com a mineradora Vale é perda de tempo. Mais um fracassado na história itabirana. Pobre Itabira!

NS
José Sana, jornalista, historiador, graduado em Letras, nasceu em São Sebastião do Rio Preto, reside em Itabira desde 1966.

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