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No Dia Mundial da Água, celebrado neste sábado (22), moradores da comunidade rural de Botafogo, localizada a sete quilômetros do Centro Histórico de Ouro Preto, na Região Central de Minas, fizeram uma manifestação às margens da rodovia BR-356, que liga a cidade a Belo Horizonte. O ato, com início às 12h, reuniu cerca de 200 pessoas de associações, movimentos sociais e institutos de defesa do meio ambiente, que carregaram faixas com os dizeres “Mineração, aqui não” e cartazes.

“Nosso objetivo é lutar pela preservação dos recursos hídricos, que se encontram ameaçados pela mineração”, informou a vice-presidente da Associação dos Moradores e Amigos de Botafogo, Líria Barros. Atualmente, há sete empresas de mineração em processo de licenciamento na região conhecida como Serra do Botafogo. Na área, de acordo com os moradores, há aquíferos (águas subterrâneas) fundamentais para o abastecimento humano no município e outros abastecidos pelo Rio das Velhas, que nasce em Ouro Preto.

Durante o ato realizado também no entorno a Capela Santo Amaro, os manifestantes denunciaram uma agressão ambiental cometida, na madrugada de sexta (21) para sábado (22), pela empresa LC Participações e Consultoria Ltda., responsável pela Mina Patrimônio, em Botafogo. “Eles jogaram terra sobre uma caverna, cobrindo a cavidade, que não consta do Estudo de Impacto Ambiental apresentado pela mineradora”, disse Líria. Diante disso, a associação chamou a Polícia Militar Ambiental, que esteve no local e fez o boletim de ocorrência (BO).

Pouco depois, a PM voltou novamente a Botafogo, para lavrar outro BO. “Um senhor, de mais de 70 anos, foi jogado ao chão por um segurança da empresa”, contou Lívia. Outro morador disse que o movimento foi pacífico, embora o manifestante tenha sido agredido e se machucado. A reportagem do Estado de Minas/Portal Uai tentou contato com a empresa, sem sucesso, e aguarda retorno.

No dia Mundial da Água, Botafogo sediou um evento científico com participação de dezenas de inscritos (professores, estudantes, ambientalistas, pessoas da comunidade) de Ouro Preto e de outros municípios para tratar da preservação dos recursos hídricos. A coordenação do Hidrogeodia, de cunho internacional outras, foi coordenado pela geóloga e professora da Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop), Adivane Terezinha Costa, também coordenadora de uma cátedra da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).

NS
José Sana, jornalista, historiador, graduado em Letras, nasceu em São Sebastião do Rio Preto, reside em Itabira desde 1966.

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