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Talvez um desses exploradores de antiquidades tenha aberto algum portal do inferno. Por isso tantos demônios aparecendo ao mesmo tempo e ocupando cargos de liderança no planeta ao mesmo tempo. Esses anticristos, antivida, anti arte, anti cultura, só tem olhos pro lucro, pra dar uns tiros e pras guerras.

Que coisa divertida uma guerra. As estratégias, o cheiro de pólvora no ar, a rotina pesada de um soldado, as armas precisas. Fazer guerra é bem melhor que a corrupção. Na guerra, quem vence se apropria do patrimônio, dos despojos e tem poder sobre os derrotados, inclusive de escravizar. A corrupção é mais sutil, divide mais o bolo. Nas guerras, os tesouros das conquistas ficam nas mãos de poucos. Há quem prefira os autocratas, de pulso firme, machões, pragmáticos. Heróis em seus países, algozes para os inimigos. A internet implodiu a linearidade.

O conhecimento do passado se mistura com o presente, o senso comum desafia a ciência, a pós verdade substitui as convicções antigas e os algoritmos vão tentando adivinhar nossas propensões, ao mesmo tempo que habilidosos engenheiros de comportamento manipulam algoritmos para influenciar nossas vidas. E temos requentados fogueiras da idade média, guerra fria da década de 60/70, caudilhos do inicio do século e nossa democracia populista, que coloca os populares e não os competentes pra gerir as coisas. E tudo no liquidificador da internet, suspenso na nuvem colossal que ninguém enxerga mas que pesa mais que todo o dinheiro do mundo. E tem a história e seus fractrais.

As guerras mundiais eclodiram a partir de ações que pareciam que não dariam em nada. Agora vemos a Rússia invadindo a Ucrânia e é claro que acende o sinal amarelo. Se não nos atinge diretamente, não escaparemos das depressões econômicas resultantes, mais algumas pra nossa coleção. Mas esses homens machões, saco roxo, autoritários, valentões, partidários da violência como único caminho para a paz estão na moda novamente. Parecia que a humanidade estava se pacificando, entrando numa era de profundas evoluções, de mais diplomacia.

Mas há leis que transpassam o humano, a tendência universal pelos fluxos e refluxos, avanços e retrocessos. E assim mais uma vez se desencaminha a humanidade. Estamos dando mais uma ré na história. Mais uma vez. Somos muito vulneráveis.

Vivemos com ideologias estranhas instaladas nos cérebros hackeados, replicando discursos importados, produzidos por técnicos que usam técnicas de alienação profunda, neurociências, corrompendo com ideias, personagens de um mundo hedonista e alinhado, usando a fé pra chantagear, o temor a Deus para reprimir e promessas de paraíso depois da vida, vida essa hoje sugada pelos nossos celulares, que nos vigiam o dia inteiro e ocupam 60% do tempo da gente, quase toda a população da terra produzindo conteúdos para Mark Zuckemberger.

Mas voltando a Rússia, quantos filmes já foram feitos sobre o apocalipse nuclear? Imaginem se o Putin toma umas vodkas as mais e resolve apertar só um botãozinho. Que alguém faça backup antes…

Marcos Martino
Marcos Martino é alvinopolitano, compositor, cantor, produtor musical, articulista, ex-assessor de Comunicação da Prefeitura e ex-presidente da Casa da Cultura de João Monlevade.

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