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Arrisco-me em  elaborar  este pequeno resumo do governo de Itabira, impedido de, neste momento, fazer um tarefa mais aprofundada. Estou longe de Itabira e impedido. Digito este texto no colo, assentado no chão, sem o meu laboratório.

Vou tentar caminhar por uma senda curta e me concentrar nos resultados do governo Marco Antônio Lage, cuja caminhada foi um desastre, na visão deste escriba.

Não interessa se a Praça Dr. Acrísio de Alvarenga, a obra mais marcante do quatriênio adoidado que vivemos, ficou  bonita, que outras obrinhas aparecem no conjunto, como a pintura da escadaria do Mercado Caio Martins da Costa, a redução do preço das passagens e por aí se vai no impressionismo ao eleitor.

Marco é esperto e o povo de Itabira bobo como os tatus de matas que rondam a cidade. Particularmente, foi um engodo da mais  insensata decisão tomada por um do governo em estabelecer metas e nada executar, sequer de um item de seu plano, as principais fontes de receitas. E não me obriguem a abrir a caixa preta.

ATIVIDADE ECONÔMICA

 A mais ou talvez única tarefa do governo Marco Lage tinha de ser o que ele prometeu: iniciar imediatamente, no primeiro ano de trabalho, determinadamente arrasador, atitudes que visassem salvar Itabira do caos.

Não é função para qualquer gestor. Imagine o seguinte: uma cidade que depende da mineração quase que totalmente e perde esse ganho exponencial anunciado e já tomadas as providências pela única pagadora de impostos nas alturas e que dá adeus.

Itabira vinha desenvolvendo um planejamento de ações concentradas nos itens: “Porto Seco”, desenvolvimento no setor de cargas, aproveitando-se a estrutura magnífica da estrada de ferro; “Aeroporto Industrial”, uma conexão do porto com a inserção de outro item, o iTec, que precisa ter a participação da Unifei, paralisada pelo gestor, complementando a junção estabelecida com o “Parque Científico e Tecnológico”. O dono da bola, o senhor prefeito, fez o quê? Chutou o mais difícil de se fazer, duvidando do que era claro e incontestável, esse conjunto, como se chutasse uma barata seca.

Tudo aquilo que estava pronto foi encostado, abandonado, em benefício de  mandato tipicamente eleitoreiro e pessoal. Foi escandaloso, só idiota não via e não vê.

PÃO E CIRCO

 O desastre do prefeito não pode ser tratado como ofensa pessoal a ele, que anda muito devagar, mas uma humilhação ao itabirano.  Imagine o caminho tomado, claramente ligado ao fato de queimar  mais de R$ 4 bilhões para a sua causa  própria, a reeleição. A barata seca não passou de discursos em fundamento, citações que chegam à raia da falta de bom senso.

O prefeito estabeleceu um marketing imbatível, que ultrapassou os limites permissíveis pela ética e o respeito aos  cidadãos que nele confiaram e ainda confiam, esses a maioria com o aceite por irresponsabilidade ou falta de simples conhecimentos.

Além de sua liberdade que o leva  a ser o prefeito mais gastador da história Itabira (eu disse tal frase a ele), a sua incrível facilidade em praticar  o malefício  adveio da formação na área de marketing, somada a um motivo histórico na vizinhança  da empresa que lhe forneceu  todos os ingredientes para deslanchar o porquê de sacrificar logo Itabira, a cidade pela qual  tem a obrigação de defender.

Não é preciso complementar o que já afirmei, mas vou dar um esclarecimento final. Marco e Companhia buscaram na Idade Média todo o traçado de sua eleição e reeleição: para calar os que lhe cobravam ações, os imperadores romanos instituíram o grande e criminoso programa do “Pão e Circo”, construindo obras para distrair os Itabiranos, não, digo romanos. É a mesma coisa. Marco Lage fez de Itabira uma mini-Roma. As suas festas, que chegaram a ser notáveis só tiveram o objetivo da distração. Hoje a Praça chamada de “Redonda” é um lembrete dos atos dos imperadores contra os romanos. Assim, distraia o povo itabirano no seu “Coliseu”.

Tomara que o Imperador Marco Antônio de Ipoema, ops, Itabira, não deixe o espírito de Nero encarnar-se em si, e que o fogo não atinja sequer as imediações da Mata do Limoeiro, ou nem o quintal  da Boitempo

José Sana

30/12/2024

NS
José Sana, jornalista, historiador, graduado em Letras, nasceu em São Sebastião do Rio Preto, reside em Itabira desde 1966.

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