Já faz tempo, desde os tempos de Cabral, que o brasileiro vem se reinventando. E olha que ser brasileiro não é para amadores, modestamente falando. Somos um povo do tipo: “menina dos olhos” da Agência Espacial Americana (Nasa) . Precisamos ser de fato estudados no post mortem. A pergunta é: Por que esse vício de ter sempre que achar um culpado por nossos infortúnios?
Antes de expor nossa “tese”, peço vênias aos leitores para adentrar num campo polêmico, deixando aqui nosso recado. Imagine um lugar onde todo mundo debate sobre qualquer assunto sem ter qualquer informação, ou, graduação na área temática vitimada pelas afrontas calorosas.
Pois bem, sem mais delongas vamos direto ao ponto (de ebulição). Em tempos de mídias digitais, esses debatedores fervorosos fazem das redes sociais verdadeiras “arenas de desabafo”. Não raras as vezes, presencia-se amizades de longa data perecendo em meio a comentários nada amistosos, estes desatentos aos prejuízos que provocam!
Flagrante é o tema atual, onde em meio a uma triste pandemia prós e contras debatem desde medidas estratégicas adotadas até, pasme-se, a medicação a ser ministrada aos pacientes, como se houvesse algum tipo de “democratização” profilática, inclusive.
Desse imbróglio emerge a necessidade de se encontrar o culpado do evento danoso. Nessa seara iniciam-se verdadeiros combates de “ideias”. Como dito alhures, amizades se desfazem devido àquela velha conduta da qual o ser humano, na maioria das vezes, incide a de desconstruir a imagem do seu semelhante para lograr êxito em sua“retórica”.
Comportamento este nada razoável, análogo àquele do homem rude que, para resolver qualquer situação, dá logo um jeito de “matar a vaca por causa do carrapato”. Ou daquele homem do campo que corta a pata do seu melhor cavalo de tração (arado), só porque o infeliz pisou no seu calo.
Daí vem a reflexão: será que temos sempre que apontar para o outro a culpa de nossas frustrações? Ou melhor, será que o mundo deve mudar para atender a vontade de “A” ou “B”? A resposta para ambas as perguntas é obviamente não. Ninguém é dono da razão, nem mesmo a unanimidade. É preciso observar à distância, o que acontece à nossa volta.
Sem a menor pretensão política basta observarmos a situação em que se encontram os chefes do executivo dos entes federativos (presidente, governadores, prefeitos). Todos batendo suas cabeças na tentativa de conter uma pandemia com a força de um tsunami. Evento notório que dispensa qualquer tentativa de narrar o enredo desta história.
Em síntese, para o seleto grupo de leitores deste site de notícias: tentam “matar a vaca por causa do carrapato”, deixando transparecer que falta o implemento das obrigações. Vale dizer que a interpretação deixamos a cargo de cada um.
Sobre as obrigações, podemos afirmar que não é dado a ninguém a prerrogativa de exigir o cumprimento da obrigação, pelo outro, sem antes implementar sua própria (parafraseando Artigo 476 da Lei 10.406/2002).
A bem da verdade, é que a culpa não é de ninguém, o importante é aquilo que todos sentimos de real e verdadeiro, isso vai passar. Então deixamos aqui essa incógnita no ar para reflexão e bom entendimento da matéria.
Ao final nos despedimos, deixando claro que qualquer semelhança com a realidade será mera coincidência. Então em nome do bem maior que é a vida (liberdade e os amigos), sigamos deixando de lado as diferenças na busca de uma convivência sadia.
Pense nisso, até a próxima!
Marlon S. Ferreira
Belo texto, meu amigo. Disse tudo.
Obrigado