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Seis empates, uma derrota e nenhuma vitória. “Se continuar assim, vai pro Guiness Book”, diz um “geraldino” dependurado no alambrado do Centro Esportivo Israel Pinheiro. É a participação do Valeriodoce Esporte Clube (VEC) no Campeonato Mineiro do Módulo II (Segunda Divisão), em 2024, até agora (7 de junho). Ameaça de rebaixamento é o medo maior que até então cresce na torcida valeriana, que começa sentir o tal “frio na barriga”.

O VEC nasceu da iniciativa de  funcionários da empresa estatal Companhia Vale do Rio Doce (CVRD), em 22 de novembro de 1942. Tornou-se  o primeiro clube do interior, na era do Mineirão, a ter um artilheiro do estadual, Luiz Alberto com 12 gols, em 1978. E seu estatuto diz que suas cores são vermelha e branca.

O clube chegou a disputar as Séries B (em 1988 e 1989) e C (em 1994 e 1995) do Campeonato Brasileiro de Futebol. Perdeu toda a força no ano de privatização da CVRD. A mãe virou madrasta das rudes do grupo “num tô nem aí!”

Agora, com time de novo alugado (situação permitida em lei), o Valério, que conquistou nas quatro linhas, o direito de se candidatar à disputa da atualS Segunda Divisão, não anda bem das pernas. Faltam três jogos para encerrar a disputa. Só uma reação de gigante pode salvar o Dragão. Este ano, como nos anteriores, a equipe recebe ajuda substancial da Prefeitura, com aprovação da Câmara Municipal, que este ano atinge a cifra de R$ 1 milhão.

POLÊMICA DAS CORES

Por iniciativa de seu marketing, o Valério resolveu mudar a cor de seu uniforme,  de vermelho e branco, tradicional da sua criação,  para grená.

Houve uma reação em massa de grande número de torcedores. Alguns que se manifestaram nas arquibancadas. Outros que ligaram para a nossa redação e de muitos que nos procuraram. Cada um defende o seu argumento. Pela diretoria do VEC, manifestou-se o presidente João Mário de Brito.

Nova camisa que faz parte do uniforme do VEC: grande parte da torcida rejeita (Foto: Redes Sociais)

IMPRENSA DEIXA OPINIÃO

Um radialista, que pediu para não ser citado, afirmou que não adianta chorar porque já foram confeccionadas, sem publicidades, camisas para a venda. O Valério está apostando no faturamento alto de negociação das camisas.

Quem observou a reação dos locutores de rádio, sentiu o susto das primeiras abordagens dos radialistas ao analisarem o uniforme. “Meu filho, acostumado a ver jogos do Valério e usando o uniforme vermelho e branco, chegou a se mostrar desentrosado ao ver as cores mudadas” — afirmativa de um jornalista que estava passeando com o filho Arthur em treino do Dragão.

FALA TORCIDA

Torcedores contatados por telefone, em número de 21, somente  três não quiseram se manifestar e 18 são totalmente contra. “Já que querem mudar o visual do VEC, por que não vendem camisas azul e branco ou preto e branco?” — questiona J.C.

Alberico de Alvarenga Mafra Filho, Alberiquinho, ou somente Beriquinho, considerado um dos “doentes” torcedores do clube, antigo e tradicional de arquibancadas, é um dos mais revoltados com alteração de cores do uniferme. “Essa mudança veio em má hora – disse ele – o time não se engrena, não vence, fica parecendo que a camisa grená está dando ‘peso’ para o time”.

Alberiquinho Mafra: sorridente mas zangado com a mudança de cores valerianas (Foto de Álbum Familiar)

“É o que eu falei, estão tapando buraco do erro que fizeram ao introduzir mudanças arrojadas. Nas boas horas, quando estamos bem, sim, entrem com o que quiserem, mas as vacas agora estão magras demais, vamos devagar que o bovina está nos ossos”.

“Se fosse a cor tradicional, venderiam muito mais. Para verem  o repúdio à camisa vinho, ou grená, é só fazer enquete nas arquibancadas. A maioria está zangada”, sugere Beriquinho. .

FALA DIRETORIA

João Mário responde e diz que a ideia  da camisa desse ano, era ser um pouco diferente dos modelos anteriores, “Tem o objetivo de atrair o torcedor. Lançamos a camisa, sem patrocínio, para venda,  o que  está sendo extremamente bem sucedido, devido ao número recorde de vendas. Assim, achamos por bem confeccionar o uniforme nos mesmos moldes. Para se ter um balizador, no último jogo a renda não chegou a 8 mil reais, mas vendemos 5 mil reais em camisas”, informa João Mário e complementa: “O vermelho diz respeito a uma série de cores semelhantes, não é uma cor única e definida, como preto ou branco”.

Presidente João Mário de Brito tenta justificar questionamentos da torcida (Foto de Guilherme Guerra/DeFato)

Para ele, a camisa deste ano, conta com dois  tons de vermelho, um deles um pouco mais claro, e o outro um pouco mais escuro que o tradicional. Na hora da confecção, o tom mais escuro se destacou um pouco mais, por estar na parte superior…

JOÃO X BERIQUINHO

“Buscamos agradar a torcida, o que sempre será considerado em nossa gestão” — Aí o momento diz que as arquibancadas não estão achado bonito o novo uniforme. Então, parece clara uma promessa do João, de acordo com estas palavras: “De qualquer forma, na próxima temporada, teremos um uniforme com o vermelho tradicional se destacando mais. Retornaremos ao tradicional no uniforme, mas como opção de receita seremos criativos e ousados”.

Alberico bate o pé: “A nossa cor é vermelho e branco e o nosso sentimento é vencer sempre e parar de empatar”.

Tá certo. Hoje tem jogo em Betim. Vamos ver o que dá.

Da Redação

Em 08/06/2024

NS
José Sana, jornalista, historiador, graduado em Letras, nasceu em São Sebastião do Rio Preto, reside em Itabira desde 1966.

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