Marco Antônio Lage (M40) perambulava pelo mundo em 2019. Tinha saído do Cruzeiro Esporte Clube como cartola, sem explicar o motivo. Ocorreu um imprevisível rebu por lá, que ameaçava a Raposa de não tomar conta de galinheiro algum, melhor dizendo, correndo o risco de extinção de ambas as espécies: do mamífero onívoro da família Canidae e o famoso clube futebolístico situado à beira da Lagoa da Pampulha, em Belo Horizonte.
M40 sentiu o cheiro de algo queimando por lá e tirou o time de campo (onde há fumaça tem fogo), seguindo o dito popular. E foi acender suas luzes na Cemig, depois de choramingar uma colocação profissional com o excelentíssimo senhor governador de Minas, Romeu Zema, de partido político antagônico. Notável cara de pau porque sabia onde estava a direita e a esquerda. Ou fingia.
Mas não durou tempo algum, ele amanheceu num dia qualquer anunciando por telefone à legítima esposa, o seguinte: “Bernardo Mucida acaba de desistir de enfrentar Ronaldo Magalhães nas urnas e vou logo, logo, logo tomar o seu lugar. E tomou mesmo, decidido o rapaz.
O PAPA E O CANDIDATO
A cônjuge aprovou e ele se animou, pegou-a pelo braço e foram ambos ao papa Francisco, onde obtiveram notável bênção papal. Bem sucedida, sim, o pontífice abençoou também o belo rapazinho, cujo feto crescia no útero materno que o famoso argentino acariciou também.
Venceu essa empreitada, a de candidato. o mestre e imperador de Ipoema. Um desconhecido de Itabira como um jacu de nossa terra perdido em Nova York em dia chuvoso, ou melhor, de tempestade, como num filme apavorante da Netflix. Acho que ele só conhecia os funcionários de suas multiplicadas fazendas deixadas pelo competente Harcy Lage. Ou nem eles.
ELEITO PELO GOGÓ
Eleito, deu a partida no governo com mil (ou mais) forasteiros de currículos belíssimos, PHDs e outros títulos. Vieram providências nenhumas governamentais, ele próprio se incomodou e começou a pintar paredes, portais e poltronas, como a história de um português chamado Pedro Paulo Pereira Pinto.
Para encarar a reeleição, contratou o maior marketing possível e humanamente impossível proporcionalmente ao tamanho de Itabira. Pequeno esquecimento lhe passou à cabeça de olvidar nomes locais que o apoiaram, trouxe os magníficos doutores forasteiros para elaboração de um notabilíssimo “plano de governo”. Brilhante nas ideias, ainda no primeiro ano de governo — “Plano de Metas” — e seguiu conselhos de marqueteiros e começou a trabalhar pela sua reeleição com a “ninharia” depositada de impostos minerários depositados pela Vale nas contas municipais, bilhões que invejam qualquer um.
Simpático ao extremo, dançarino ou bailarino de salão, distribuiu vídeos animadores, pegou sei lá uma lista de façanhas de Daniel Jardim de Grisolia e começou a imitá-lo, bebendo ou sem beber umas e outras. Fez até uma estátua de Daniel, pequenina, menor que a de Newton Baiandeira que refincou na Praça Dr. Acrísio de Alvarenga reformada como uma de suas obras máximas.
Tapou buracos de forma maluca: gastou toneladas de uma empresa contratada, de nome esquisito — “dura não sei em quê — embora se esquecendo dos passeios numa cidade repleta de idosos, que caem, levantam-se e caem de novo pelas avenidas, ruas, praças e becos.
REELEIÇÃO QUASE 100%
Veio a eleição de 2020 e se elegeu prefeito. Para a disputa de 2024 obteve com quase todos os votos caídos nas urnas; tantos foram os números que na primeira urna desvendada um dos adversários resolveu cumprimentá-lo pela vitória, quase cem por cento do total votante. Nunca, em tempo algum houve tamanha humilhação aos adversários, parecia ter havido um exagerozinho nas clicadas dos eleitores.
Estavam esses, com certeza, dopados, parecia que Itabira votou mesmo “chapada”. Foram R$ 4,3 bilhões gastos pelo governo no quatriênio, voto caro o nosso, hein? Como o moço lá da roça num reles telegrama: “Cheguemo, juguemo, num ganhemo mas também num perdemo”.
COM NOÇÃO OU SEM…?
Neste 2025, o “noçãozinho” foi esperto, disse em discurso que agora trataria do futuro de Itabira. E seria a responsável exatamente quem convidou para ser mãe de seus filhos. Diz o povo desmesuradamente “inteligentíssima”. Até agora não atuaram externamente os benignos marqueteiros, devem estar dando uma pelejada por aí, inventando seminários, congressos, encontros, bate-bocas, beija-mãos, deixando as transparências ao brilho das telas do engana-bobo, como foi no plano JK.
Daqui a uns aninhos mixos a Vale vai deixar o baú, já furado, vasando só centavos. Itabira vai pegar o trem do amanhã de depois de amanhã, uma espécie de entrada em alta velocidade no “bolsão de pobreza”, previsão feita pelo primeiro presidente da empresa mineradora, Israel Pinheiro da Silva em seu livro “pós mortem”..
Uma prova contundente da falta de discernimento do baixinho da PMI é a Câmara de Vereadores. O poder virou um salão de bajulação, só se ouvem bênçãos e uma espécie de beija-mãos. E passam e repassam matérias, como a do Valeriodoce, que abocanhou R$ 1,5 milhão para alugar um time de jogadores e disputar um torneio.
A bola vai pro mato, É jogo de campeonato, mas dizem que o Valério quer subir, E Depois? E Itabira? E o futuro? E nossos filhos, netos, bisnetos? Todos vão morar na ex-cidade, na urbe fantasma? Ah….. eu não estarei mais aqui, apertou lá, dizia um conterrâneo com inteligência…
Vou parar por aqui, meu espaço acabou, meu discurso não pode passar de três páginas e ultrapassou a linha divisória de 900 toques. Perdão.
José Sana
7/4/2025
Fotos: NS
José Sana
Em 3/4/2025
OS: Devo citar o corajoso ipoemense Luiz Carlos de Ipoema e outros mais que não suportarão ser governados como houve no mandato anterior.