Danielle Monteiro (Informe Ensp)
Pesquisadora do Centro Latino-Americano de Estudos de Violência e Saúde Jorge Careli (Claves) da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz), Cecília Minayo recebeu o prêmio internacional da Academia Mundial de Ciências (TWAS Awards 2022 – 2024) na categoria Cientista Social. A premiação foi concedia em reconhecimento à contribuição da pesquisadora aos estudos sobre a violência e os seus impactos na saúde, além da aplicação de abordagens qualitativas em Saúde Pública. Pesquisadora emérita da Fiocruz e referência no desenvolvimento de pesquisas sobre violência e saúde, Cecília é a única brasileira a conquistar a premiação.
Pesquisadora emérita da Fiocruz e referência no desenvolvimento de pesquisas sobre violência e saúde, Cecília Minayo é a única brasileira a conquistar a premiação (foto: UnB)
Concedidos a cada dois anos, os prêmios TWAS são oferecidos a cientistas que vivem em países em desenvolvimento, em reconhecimento as suas contribuições ao conhecimento científico e/ou à aplicação da ciência e tecnologia no desenvolvimento sustentável. A premiação é oferecida em nove áreas: Ciências Agrícolas; Biologia; Química; Terra, Astronomia e Ciências Espaciais; Ciências da Engenharia; Matemática; Ciências Médicas; Física; e Ciências Sociais.
Cecília já ganhou diversos prêmios por seus méritos na área da Saúde, entre eles, a Medalha de Mérito da Saúde Oswaldo Cruz, conferida pelo Ministério da Saúde em 2009; o Prêmio de Direitos Humanos em 2014, concedido pela Presidência da República; e a menção honrosa de C&T do CNPq em 2017. Recebeu o título benemérito do Estado do Rio de Janeiro, outorgado pela Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), em 2018. Em janeiro desse ano, Cecília recebeu uma homenagem da Prefeitura do Rio de Janeiro durante a inauguração do Super Centro Carioca de Vacinação (SCCV). Minayo dará nome ao Auditório do Hospital Municipal Rocha Maia.
A pesquisadora conta que foi surpreendida pelo prêmio: “Embora tivesse conhecimento de que sou a cientista social mais citada do país (e creio que da América Latina), nunca concorri a nada nesse sentido. Sempre digo que me sinto como uma formiguinha tentando cultivar o que acredito e compartilhar, com colegas e estudantes, minha pequena contribuição e ajudar a aprimorar o SUS. O prêmio é uma recompensa maior do que mereço e que recebo. Compartilho com as colegas do Claves com quem trabalho junto e com meus atuais e antigos orientandos (mestres e doutores) com quem mais aprendi e aprendo mais do que ensinei. Claro que estou honradíssima!”.
Segundo ela, a premiação é de grande importância para a Fiocruz: “O prêmio aumenta a repercussão da Ensp e Fiocruz no mundo da ciência, o que se soma a toda a riqueza intelectual da Fundação, que a torna tão importante no campo da Ciência e Tecnologia. Da minha parte, estou segura de que só consegui esse feito porque sou parte da Fiocruz e em especial da Ensp, onde tive todas as condições para compartilhar minha contribuição. A Fiocruz é um espaço privilegiado para quem quer fazer uma ciência estratégica a favor da população brasileira. Sou imensamente agradecida!”, complementa.
Os vencedores da premiação realizarão uma palestra sobre seus estudos na Conferência Geral da Academia, que deve ocorrer no ano que vem.