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Kane acabava de aposentar-se como xerife num arraial do Oeste Americano chamado Hadleyville. Primeiro ato: casou-se com Amy e partiria em feliz lua de mel. Segundo ato:  recebeu comunicado de que o bandido Frank Miller tinha cumprido pena e estava vindo no trem do meio-dia  para acertar as contas com  o  ex-xerife.

Terceiro ato: casado, deixa a mulher chorosa, contrariada, para trás, e vai recepcionar jagunços na estação ferroviária. Ninguém concorda, dão-lhe conselhos para ir embora com a noiva. Mas ele, só ele, acha-se  responsável pelo que ocorrera e poderá ocorrer daqui para a frente na pequena Hadleyville. Quarto e último ato: nem um raro cidadão, pistoleiro, quis ajudá-lo nessa empreitada sanguinária. Mas ele caminhou só e com sua arma salvadora venceu os bandidos.

Agora a situação no Brasil é pior que a da cidade do Oeste Americano. O capitão tem de enfrentar os inimigos chefiados pelo Frank Miller atual, contra tudo e  contra todos, incluindo STF, TSE, imprensa ferida por cortes de benesses, corruptos assumidos, ricos financiadores que querem criar suas ilhas como as da família Castro em Cuba e analfabetos políticos piores que os citados por Bertolt Brecht.

Só para simplificar, os adversários de si mesmos não percebem que lutam pelo socialismo/comunismo, o mesmo que abdicar-se de comida farta, empregos produtivos e liberdade de pensamento e expressão, em troca  de  marmitex de falta de respeito, marmitex de opressão e marmitex de ausência de liberdade.

E tem mais: tenho a certeza ao  dizer que a maioria de apoiadores do socialismo ainda duvidam que o regime seja nocivo, mesmo tendo ao seu dispor a internet, com que comunica no mundo todo e enxergam a verdade estarrecedora. E cada um de nós pode pesquisar sobre Cuba, Panamá, Colômbia, Noruega, Bolívia, Venezuela. Principalmente sobre dois recentes países que abraçam a doutrina vencida  e já mostram verdadeiras frentes de miséria, o povo empobrecido da noite para o dia, recentemente: Chile e Argentina.

Inacreditável! Os exemplos vivos, a olho nu, eles próprios, os dominados, cheios de sofrimento, podem ver, ouvir, sentir, apalpar e farejar. Enquanto isso, os cabeças de bagre brasileiros não enxergam. Ou são os bobos da corte ou os ignorantes sem conserto. Poucos podem ainda se salvar. Como dizia Nelson Rodrigues, a ignorância é eterna.

Nada pior, está claro, há de mais desagradável no mundo. Mas querem experimentar e sentir o sabor amargo da verdade incontestável. Bom será que poderão aprender. Ruim será para os visionários, os lúcidos, que ainda não estão de Alzheimer. Mas para esses, há um desafio e é mantida a paciência  de ouvir, calados, a ofensa sem dó: “golpistas”. Contudo, existe um termo para ser retrucado: “fraudistas”. Se fosse jogo seria “golpistas” x “fraudistas”. A mentira jamais vencerá a verdade.

E não é somente isso. Em cada um dos conscientes firma um propósito decisivo, corajoso, embutido numa frase que exala e transmite sentimento público de patriotismo. Está no filme de 1952 como metáfora corajosa: “Matar ou Morrer!”

José Sana

NS
José Sana, jornalista, historiador, graduado em Letras, nasceu em São Sebastião do Rio Preto, reside em Itabira desde 1966.

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