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A Prefeitura de Itabira decidiu por não aderir ao projeto “Mãos Dadas”, proposto pelo Governo de Minas Gerais para municipalizar as séries iniciais do ensino fundamental, do 1º ao 5º ano. A ideia era de que a rede municipal recebesse cerca de 1.300 alunos, vindos de 52 turmas que atualmente estão a cargo do Estado. Porém, foi avaliado pelo prefeito Marco Antônio Lage que a mudança, neste momento, traria impactos sociais e econômicos negativos.

MELHOR DISCUSSÃO

De acordo com Marco Antônio Lage, a iniciativa do governo estadual teria que ser melhor discutida com as partes interessadas. “É preciso uma conversa com todos os envolvidos, professores, sindicato, enfim, ter a certeza de que a iniciativa foi aceita pela sociedade, que não tenha impacto negativo para os profissionais de ensino e que traga benefícios para o município, que vem sofrendo achatamento de repasses de recursos federais e estaduais”, declara o prefeito.

Prefeito de Itabira, Marco Antônio Lage, explica as razões de não aceitar o programa “Mãos Dadas”, dentre as quais a questão da pandemia e a falta de discussões sobre o tema (Foto ASCOM PMI)

Prefeito de Itabira, Marco Antônio Lage, explica as razões de não aceitar o programa “Mãos Dadas”, dentre as quais a questão da pandemia e a falta de discussões sobre o tema (Foto ASCOM PMI)

“Do ponto de vista econômico, teríamos que reformar algumas escolas, construir outras e ainda comprar mobiliários e toda a estrutura para recebermos esses alunos. Não podemos aderir a uma proposta dessa sem termos a garantia que o repasse do governo estadual seria suficiente para isso”, completa Marco Antônio.

A secretária municipal de Educação, Luziene Aparecida Lage, participou de várias reuniões com a Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais para conhecer o projeto de ampliação do regime de cooperação entre estado e município. Desde o início de março, quando começaram as discussões, a Secretaria vem preparando um estudo de viabilidade da absorção desses alunos pelo município.

ANO QUE VEM

“Teríamos que absorver as matrículas desses alunos já a partir de 2022. Neste momento, no qual estamos iniciando o governo, com as escolas em trabalho remoto, em processo de reestruturação das escolas para receber os alunos no segundo semestre, não seria possível. Precisamos preservar a qualidade da nossa educação, mesmo diante deste cenário”, avalia a secretária.

 “O impacto não é só absorver esses alunos em nossas escolas, mas também existe a necessidade de oferecer uma educação de qualidade, uma educação pautada no direito das crianças e adolescentes. Vamos continuar trabalhando e caminhando para discussões futuras. É uma meta do governo garantir educação de qualidade para todos”, finaliza a secretária.

Futuro das crianças é o que interessa mais neste momento: municipalizar ou não, um assunto que deve pesar nas discussões é a qualidade do ensino

Futuro das crianças é o que interessa mais neste momento: municipalizar ou não, um assunto que deve pesar nas discussões é a qualidade do ensino

Por: Coord. Com. Social PMI


NOTA DA REDAÇÃO

O ensino no Estado está em extinção desde muitos anos passados. Conhecemos a história “in loco”, tivemos passagens pelas redes de ensino de Itabira do primeiro ao segundo grau: municipal, estadual e particular. O Estado quer livrar-se de uma “bomba-relógio”, que está ligada e já começou a explodir. Requerendo intervenção severa as escolas em que os próprios professores praticamente já perderam o rumo. A afirmativa se refere a várias escolas pelas quais passamos e delas temos relatórios horripilantes de funcionamento. Muita conclusão foi publicada na imprensa e nas redes sociais.

Aí vem aquela história de querer culpar o Estado pelo caos em que o ensino foi enfiado. O primeiro responsável é o Município, evidentemente porque as grandes vítimas são as crianças e os adolescentes. E chega de tapar o sol com a peneira ou de jogar o lixo debaixo do tapete. É o caos e ponto final.

Questão família: outro ponto a ser discutido que deve mover as discussões que, naturalmente, pais e responsáveis precisam requerer como tema de urgência e com atraso de pauta

Questão família: outro ponto a ser discutido que deve mover as discussões que, naturalmente, pais e responsáveis precisam requerer como tema de urgência e com atraso de pauta

A municipalidade itabirana está correta, a nosso ver, em não aceitar de imediato a proposta do Estado tal como está sendo apresentada, embora exista algum lado positivo que não está sendo discutido. Mas deve, mais do que nunca, aproveitar a oportunidade para colocar o problema na mesa. Temos informações desde 2006, catalogadas, baseamo-nos nessa experiência para reafirmar a necessidade de reformas urgentes.

Em Itabira, temos que bater palmas para três escolas nas quais transitamos: Escola Municipal Antônio Camilo Alvim (Barreiro), Escola Estadual Trajano Procópio Alvarenga Silva Moneiro – Premen (Bairro Doze de Março/Caminho Novo) e Centro Educacional Campos (Bairro Santo Antônio). No meu tempo de estágio e trabalho, eram em temos informações de que continuam sendo grandes modelos.

Escola Estadual Trajano Procópio de Alvarenga Silva Monteiro - Premen: modelo de estabelecimento e ensino em Itabira

Escola Estadual Trajano Procópio de Alvarenga Silva Monteiro – Premen: modelo de estabelecimento e ensino em Itabira

Que a Prefeitura itabirana aproveite a oportunidade de discutir a salvação das próximas gerações porque a “bomba-relógio” está disparada.

(José Sana)

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