Centenas, milhares de crianças, jovens, adultos e idosos perambulam pelas ruas, becos e vielas, como zumbis, à procura de uma nova dose, uma nova pedra, mais uma vez, cada vez mais. Vítimas de uma doença desconhecida por todos e cercada por mitos, preconceitos e tabus.
Em foco a Dependência Química. Doença reconhecida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) em 2001 e que mata milhões de pessoas anualmente por doenças, acidentes, overdoses, suicídios e assassinatos.
Vítimas do preconceito, da falta de informação e tratamento, são chamados de sem-vergonha, mentirosos, sem caráter, até mesmo por seus parentes e amigos.
A família nega a dependência, os governos omitem informações e campanhas educativas, causando milhares de mortes que poderiam ser evitadas com um tratamento digno e acompanhamento interdisciplinar.
A dependência química é uma doença crônica, complexa, progressiva, incurável e potencialmente fatal. Considerada como uma doença multifatorial, demanda um tratamento cuidadoso, biopsicossocial-espiritual-cultural.
A falta de conhecimento sobre a dependência química e sua complexidade é um grave problema social e que precisa de um olhar atento e cuidadoso por parte dos governos e da sociedade. Diante disso, iniciamos a série: “Um novo olhar sobre a dependência química” , com o objetivo de informar e orientar sobre a doença silenciosa que destrói e mata famílias inteiras.
* Sônia Rodrigues de Souza