O debate foi acompanhado por dezenas de políticos na internet e presencialmente. Nova rodada será feita em data a ser marcada para a discussão Capitalismo x Voz do povo. Vamos ao grande tira-dúvidas ideológico.
VOZ DO POVO — Como o senhor, caro Socialismo da Silva, define-se, falando a mais pura verdade, sem nenhum medo de errar?
SOCIALISMO — Eu sou ideário político e econômico, registrado em cartório e benzido em igrejas, concebido no contexto da Revolução Industrial, em fins do século XVIII e meados do século XIX. Tendo por princípio basilar a igualdade, fui construído em contestação ao Capitalismo, que naquele período operava sem nenhuma forma de regulação ou legislação trabalhista que conferisse aos trabalhadores. Assim fui concebido por Karl Marx em parceria com Friedrich Engels . Os seguidores são os irresponsáveis.
VOZ DO POVO — Por que irresponsáveis?
SOCIALISMO — Ora, Marx, alemão, meu inspirador, e outros, criaram-me e bordaram-me para fazer todo mundo ser pobre, ou melhor, miserável. Mas, no fim, criaram uma nova classe elitizada, mais distante ainda da massa trabalhadora, que só sabe mamar. São esses aí, representados internacionalmente por George Soros e Bill Gates, entre outros.
VOZ DO POVO — Por que omitem duas palavras significativas em sua vida: Comunismo, como seu nome próprio, e Friedrich Engels, como comparsa de criação? Fale sobre a Revolução Russa de 1917, se puder…
SOCIALISMO — A Revolução Russa, ocorrida em 1917, foi um conjunto de eventos sociais e políticos que alteraram a estrutura do país. A Monarquia Autocrática foi substituída por um Governo Provisório e, depois, houve a formação e consolidação da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, sob o comando de Lênin. Começaram propondo uma revolução socialista, mas ficou na história como comunista. Foi um erro, constataram depois.
VOZ DO POVO — E Friedrich Engels, esquecem dele por quê?
SOCIALISMO — Engels era uma espécie de financiador das ideias, porque Marx nunca trabalhou, só ficava pensando, matutando. Na verdade, era um bobo-alegre, não sabia nem se era alemão ou russo ou londrino. Publicou alguns livros, mas diziam que era ajuda do Marx. E tinha a nacionalidade alemã também. Financiou obras de Marx, era industrial e muito rico.
VOZ DO POVO — Por que revolução e não golpe?
SOCIALISMO — Assim como optaram por determinar o apelido Socialismo no lugar de Comunismo, falam em revolução onde deveria estar escrito golpe. Geralmente, a esquerda gosta de fazer suas denominações, enquanto a direita prefere nem ligar. Podemos falar disso também.
VOZ DO POVO — O que o senhor diz da Revolução Cubana?
SOCIALISMO — Belo exemplo de sacanagem que esses gananciosos fazem para dominar um país. Cuba vivia sobre a ditatura socialista de Fulgêncio Batista e, de repente, chegam Fidel Castro e Chë Guevara. A dupla de demônios foi aceita porque o povo não suportava mais Fulgêncio. Facilmente, em 1959, arrancaram do poder o ditador e instalaram uma tirania. Tudo às escondidas, sorrateiramente. E no poder está família Castro até os nossos dias. O velho faleceu, mas deixou para a sua família uma ilha de luxo, com iates e haréns. Raúl Castro, o mais novo da família, governa e mantém o povo paupérrimo.
VOZ DO POVO — Qual é o método que a esquerda usa com o objetivo de conquistar o aceite do povo quando querem lhe implantar num país?
SOCIALISMO — Eu começo a ser citado e tenho até autoridades e militantes com o meu nome. Dizem, por exemplo, Partido Socialista Brasileiro. O meu nome é bonito, mostra que há caridade e outro tipo de ajuda dentro do sistema. Mas, aí está o primeiro golpe porque meu prenome é mesmo Capitalismo. O método tem que visar ao empobrecimento principalmente da classe média. Para acabar com ela, estabelecem um método bem definido de aumento de impostos, estatização de empresas e outros métodos como saques nos supermercados e nas indústrias. A classe miserável sobe um pouco e fica na faixa da pobreza e a média desaparece, caindo para ser plebe.
VOZ DO POVO — Você ama a Democracia ou prefere a Ditadura?
SOCIALISMO — Na verdade, a Democracia é uma senhora de muito respeito, bonita, simpática, culta, mas para que eu sobreviva preciso da Ditadura. Ninguém aprecia ter a Liberdade cortada. E há um outro problema ainda mais sério, a meu ver.
VOZ DO POVO — Qual é esse problema?
SOCIALISMO — Refiro-me à poda de galhos importantes de uma árvore, como inteligência, motivação, gosto da cultura, estímulo, empreendedorismo. Se o sujeito vive de poupança solidária, como em Cuba, e vigiado pela censura, sua vontade de viver praticamente reduz, não tem motivação, deixa de lado o que há no ser humano, a semelhança com Deus. Outro fator é o livre arbítrio, pois esse é que permite ao homem e à mulher alcançar senso de caridade, bondade, ou o contrário, covardia, ruindade. Se nos obrigam a ser bons e não somos trata-se de forçar a natureza, como ser bom sem vocação nada é bom mesmo.
VOZ DO POVO — A falta de liberdade gera o empobrecimento do povo?
SOCIALISMO — Isto. Não se explora a vocação de cada um e todos os humanos nasceram, cada um com um dom. Quando não o respeitam, tornam-se até cruéis…
VOZ DO POVO — Mas você não acha que o Capitalismo também fere o dom da pessoa?
SOCIALISMO — De jeito nenhum. Ele até desperta um certo sentimento de caridade. Passam os seres a perceber que precisam ser sociais, livres, verdadeiramente bons ou maus. Este o sentido da vida.
VOZ DO POVO — Há uma grande pergunta que o ser humano faz e está quase sempre sem resposta: qual o sentido da vida?
SOCIALISMO — É claro que se vocês, da raça humana, não procuram descobrir, nunca entenderão o que fazem na vida, no Globo Terrestre, jamais serão plenamente felizes. Posso lhe dar, como autêntica bondade que tenho, única — não se esquecendo que sou perverso, mau, hipócrita, cínico — a análise do contexto demonstrado nas mudanças ininterruptas no giro da própria vida, do passar do tempo etc. e tal.
VOZ DO POVO — Nós lhe agradecemos a sua bondade concedida nesta conversa.
SOCIALISMO — Estou às ordens e já pode me chamar de Comunista Ferrenho, quase Fascista e Nazista ou Nazifascista.