Fernando Rocha fez uma observação interessante na coluna dele, no Diário do Aço, de Ipatinga: “Um leitor da coluna, que está no Qatar, fez uma observação interessante e ao mesmo tempo bizarra sobre a Fan Fest oficial da Fifa. Segundo ele, o espaço é enorme e tudo muito bem organizado, mas faltam mulheres. Nos seus cálculos, 95% dos frequentadores são homens, escancarando os extremos culturais do país escolhido como sede de forma controversa pela Fifa.”
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Não sei se exatamente nessa proporção, de 95%, porém, há muito mais homens nas arquibancadas e demais ambientes envolvendo a Copa do Mundo aqui. O bombardeio exagerado de notícias sobre tantas restrições impostas principalmente ao público feminino, certamente desencorajou muitas de encararem o Catar.
Ainda o Fernando Rocha, a quem agradeço a citação do blog coluna: “ A melhor definição que lí até agora sobre este Mundial foi no blog do jornalista Chico Maia, através da postagem de um dos participantes, Mauro Lopes, de Belo Horizonte: “Independente das delicadas questões de raça, gênero, religião e exploração trabalhista, tudo que vi desse lugar até agora é de um artificialismo que me causa mal estar. Sou daqueles que não suporta ficar muito tempo dentro de um shopping. E essa copa parece estar sendo realizada dentro de um”. (Fecha o pano!)
Domingo tem Alemanha x Espanha, mas hoje fui ao estádio assistir Iran 2 x 0 País de Gales. Uma experiência diferente optar por um jogo dos menos cotados da Copa, mas valeu demais a pena, principalmente para conferir uma facilidade impressionante que o Catar disponibilizou para torcedores e imprensa. Uma mesma linha do metrô serve a dois estádios. Facilidade tamanha, que muita gente vacila e desce antes ou depois do local em que quer chegar. Eu, por exemplo, desci no Education City, achei estranho que as proximidades estavam vazias demais, quando perguntei pelo jogo e me disseram, que seria no Al Riffa, da estação seguinte. Percorri o caminho de volta e quando cheguei na tribuna de imprensa o primeiro tempo estava quase acabando. Menos mal que a segunda etapa é que foi boa. Show de bola dos iranianos, que poderiam ter tacado quatro ou cinco, mas desperdiçaram chances demais, inclusive com duas bolas na trave. País de Gales é só Bale e o goleiro. Ficou 64 anos longe da Copa e pela bolinha que está mostrando, ficará de castigo mais umas copas futuramente.
Para compensar, vou testemunhar o desespero da Alemanha contra a Espanha, domingo. Se não vencer, poderá dar adeus à Copa na primeira fase, já que o Japão deverá atropelar a Costa Rica e garantir uma vaga.
Por dentro e por fora, o Al Riffa é um belíssimo estádio